A Covid-19 e a questão da possível falta de exames: racionalização e aumento de oferta

Breno de Figueiredo Monteiro*

Com o avanço da epidemia de Covid-19 em nosso país,  é muito importante que a população e os profissionais de saúde sigam as orientações corretas, para que seja possível gerenciar os recursos da forma mais adequada. Assim, devemos proceder em relação aos testes para detecção da Covid-19. Algumas unidades de saúde já apontam escassez e prazos longos para a realização dos testes.  Por isso, devem ser priorizados os pacientes sintomáticos graves e os profissionais de saúde que sejam sintomáticos e que tenham tido contato com pacientes infectados. Para a grande maioria da população, a medida mais efetiva de controle é o isolamento social, mesmo para aquelas pessoas que tiveram contato com outras pessoas infectadas e que estão sem sintomas. As pessoas que apresentem sintomas gripais devem permanecer em suas casas em uso de medicação adequada e hidratação, uma vez que pacientes com sintomas leves não se beneficiam de ir aos hospitais, pois o diagnóstico laboratorial está reservado aos casos críticos.

Além disso, se este paciente com sintomas leves estiver e com Covid-19, ao sair do isolamento, contaminará outras pessoas. Também, se essa mesma pessoa estiver com gripe comum pode acabar se contaminando com Covid-19 e piorar sua condição clínica. Assim, só devem procurar os serviços de saúde e fazer o teste nesse momento pacientes que apresentem falta de ar e/ou pacientes que apresentem febre alta que não cede com os remédios e tosse. Idosos que apresentem alteração de sua condição clínica também devem ser levados imediatamente.

Além da priorização dos casos graves, o setor Saúde também deve discutir com urgência uma ampliação e validação das metodologias de teste para detecção da Covid-19. Além do teste padrão RT-PCR, com base em biologia molecular, definido pelo Ministério da Saúde e ANVISA, há outras possibilidades que estão sendo avaliadas e que dão maior escala aos testes, sem perda de eficácia, desde que validados. Entre essas possibilidades de testes destacamos os teste rápidos, point of care e sorologia. Essas alternativas estão sendo levadas aos órgãos técnicos do Ministério da Saúde e da ANVISA para chegarmos a uma definição e regulação rápida para o seu uso.

Dessa forma, esperamos ampliar a oferta de testes e aplicá-los a quem efetivamente precisa.

Juntos vamos vencer a Covid-19!

*Breno de Figueiredo Monteiro é presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde)