Parceria inédita entre IBM e ENS oferece ensino 100% digital em cibersegurança, ciência de dados e inteligência artificial
Mais de 900 executivos e líderes dos setores de negócios e seguros poderão se certificar em áreas altamente demandadas no mercado

Da Redação

A IBM e a Escola de Negócios e Seguros (ENS) firmaram uma parceria para oferecer programas de ensino 100% digitais, em português, focados em tecnologia e segurança de dados. O projeto, que usa metodologias ativas e trabalho em equipe para resolução de problemas reais de negócios, tem previsão de início para agosto e inclui cursos sobre cibersegurança, ciência de dados e inteligência artificial. As aulas são voltadas para a requalificação de profissionais de diferentes segmentos que desejam aprimorar conhecimentos sobre os temas, otimizando a gestão e tomadas de decisões.

As escolhas das áreas contempladas pelo programa de ensino têm relação com as demandas do mercado. De acordo com estudo do IBV, nos próximos três anos, 120 milhões de profissionais das 10 maiores economias do mundo terão que passar por um processo de treinamento e requalificação como resultado do desenvolvimento em inteligência artificial e novas tecnologias.

No primeiro ano do projeto, IBM e ENS projetam capacitar cerca de 900 alunos de perfil executivo. Baseados no programa IBM Skills Academy, que busca criar sinergia entre negócios e tecnologia dentro das universidades, os treinamentos terão duração de dois meses e foram especialmente desenhados para gestores que lidam com os impactos de ataques cibernéticos e foco na prevenção e minimização de danos. O programa alcançou globalmente 393 universidades e desde o início já treinou 56 mil estudantes e 8.500 professores, além de emitir 21 mil certificados.

Antes e no transcorrer do projeto, a IBM vai oferecer conteúdo e capacitar os instrutores com metodologias ativas de forma virtual para que os professores estejam preparados para esta forma de aprendizado totalmente online. Já a ENS tem como objetivo incorporar o programa em seus cursos, tanto na graduação, quanto em pós-graduação e educação continuada.

Boa parte dos cursos será ministrada na Sala do Futuro, nova plataforma de ensino que será inaugurada pela ENS em sua Unidade de São Paulo. Trata-se de uma sala de aula virtual com telas de altíssima resolução e software de controle online e tempo real de última geração. Na Sala do Futuro – a primeira da América Latina –, será possível conectar até 40 pessoas ao mesmo tempo, de qualquer parte do mundo, com mais 30 alunos presenciais.

“É nossa missão, como parceiros das empresas e sociedade, possibilitar a requalificação dos profissionais para atender às demandas tecnológicas atuais e futuras. E encontramos na ENS, também empenhada em melhor formar gestores, uma instituição de renome e força no mercado para avançarmos em nossa meta a partir de um projeto tão importante como este”, afirma Alcely Strutz Barroso, Líder de Programa Globais para a Universidade da IBM na América Latina.

Segundo a IDC, o tempo para capacitar a força de trabalho aumentou dez vezes em quatro anos – de 4 horas para 40. Além disso, a consultoria prevê que, até 2022, a economia digital deve representar mais de 50% do PIB da América Latina, com crescimento impulsionado por operações aprimoradas digitalmente.

“Vamos difundir conhecimentos que podem trazer mudanças profundas no mercado. Ter noções de ciências de dados e inteligência artificial, por exemplo, pode significar grandes avanços nas mais diversas empresas. Já a cibersegurança é um assunto que precisa ser mais entendido e debatido, principalmente entre líderes. Quase 80% das organizações ainda estão despreparadas para responder de forma adequada aos incidentes de segurança cibernética, segundo estudo recente do Instituto Ponemon e encomendado pela área de Segurança da IBM”, afirma Mario Pinto, diretor de Ensino Superior da ENS.

Ninguém está a salvo: Coronavírus e cibersegurança

Anderson França*

O Coronavírus colocou o mundo inteiro em estado de alerta máximo. Motivos, de fato, não faltam: a contaminação que se espalha pela China e que atinge diversos países de todo o planeta tem mostrado que o vírus é mais veloz e letal do que poderíamos imaginar. O que pouca gente sabe, porém, é que o Coronavírus tem representado cada vez mais uma ameaça digital.

Os cibercriminosos estão se aproveitando do estado de alerta da população mundial, principalmente nos países que têm maior risco de contaminação, para enviarem mensagens com conteúdos falsos que disseminam diversos agentes maliciosos especialmente criados para roubar dados bancários e ter acesso irrestrito aos arquivos (corporativos e pessoais).

Por meio de e-mails com links falsos ou de arquivos anexos perigosos que, aparentemente, trazem apenas as instruções de proteção e identificação do novo vírus, os criminosos estão atacando eletronicamente a população. Ao clicar no conteúdo de uma mensagem, os usuários têm seus computadores invadidos e seus dispositivos infectados com malwares, como o Trojan Emotet (eficaz em ataques a governos e instituições financeiras); Cavalo de Troia (capaz de espionar e roubar dados confidenciais, além de obter acesso ao sistema do dispositivo); e os Ransomwares (cuja função é restringir o acesso ao sistema e cobrar seu resgate em criptomoedas).

Vale destacar, porém, que não estamos diante de nenhuma grande novidade, pois hackers sempre enviam e-mails e conteúdos falsos para ‘fisgar’ os dados das pessoas. Porém, o que causa surpresa é a quantidade de ataques e a sofisticação das armadilhas.

Por isso, é importante ter em mente que estamos em uma era hiperconectada, na qual grande parte da população se informa e comunica pela Internet. Em outras palavras, estamos sujeitos a ser alvo desses ataques a cada clique que damos. A questão estratégica é o que podemos fazer para mitigar essas ameaças?

A primeira resposta é trabalhar a cautela. As empresas podem começar suas ações, limitando o acesso a links estranhos e orientando seus funcionários a não abrirem anexos de desconhecidos. É importante repensar de forma contínua os índices e as medidas de segurança a partir de planos específicos para capacitar e qualificar todos os colaboradores, como um mantra a ser seguido por todos. É preciso compartilhar melhores práticas de proteção na Web – inclusive em aplicativos de mensagens instantâneas. Os líderes devem acompanhar essa jornada de perto, buscando caminhos para orientar as equipes e alertar continuamente sobre a importância de parar e pensar antes de abrir links estranhos ou arquivos anexos suspeitos.

Além da formação de uma cultura orientada à cibersegurança, é preciso investir no uso de tecnologias capazes de identificar vulnerabilidades e prevenir os ataques, com filtros de conteúdo e firewalls que limitem o acesso de informações e mantenham todos os dispositivos protegidos, usando antivírus e, também, por programas certificados de proteção e detecção de ataques.

Outra forma de se proteger é ter soluções específicas para cada equipamento. Utilizar ferramentas adequadas e sempre atualizadas ajuda a evitar o roubo de dados, espionagem, exposições indevidas ou a danificação de bases de dados estratégicas para o negócio. Contar com soluções de última geração – que permitam uma análise inteligente, proativa e em tempo real – é importante para impedir que vírus atualizados entrem na rede corporativa, causando danos irreparáveis. Essa proteção deve estar presente em PC, servidores e em smartphones, pois esses aparelhos estão entre os mais usados pelos brasileiros.

Além da mudança de hábito do usuário, que deve desconfiar sempre do remetente desconhecido e não abrir qualquer arquivo recebido, a tecnologia de proteção já está disponível no Brasil e pode ser encarada como um fator imprescindível para aumentar a segurança digital das empresas. O Coronavírus tem nos mostrado que combater epidemias exige trabalho conjunto, coordenação e muito controle. Hoje, todos nós queremos ter informação rápida e global, mas vale a pergunta: sua organização está realmente preparada para trabalhar com segurança? A resposta começa pela tecnologia que utiliza e pelas políticas de cibersegurança. Manualmente é impossível proteger os ataques.

*Anderson França é CEO da Blockbit