Magazine Luiza compra KaBuM! por R$ 1 bilhão mais ações e bônus
Empresa é pioneira no comércio eletrônico brasileiro

 

Por Allan Ravagnani, do Valor Econômico

Magazine Luiza anunciou a compra da empresa de comércio eletrônico KaBuM! pelo valor de R$ 1 bilhão à vista mais a incorporação das ações da KaBuM! pela Magalu, a emissão de 75 milhões de novas ações da Magalu e um bônus de subscrição de 50 milhões de ações, para exercício em 31 de janeiro de 2024, condicionado ao cumprimento de metas.

“Com a aquisição, a Magalu reforça o pilar estratégico de novas categorias, com um sortimento complementar ao atual e com enorme potencial de crescimento. Adicionalmente, em conjunto com as recentes aquisições Jovem Nerd e CanalTech, o KaBuM! e a Magalu poderão oferecer uma experiência integrada de compra, conteúdo e entretenimento voltado para os fãs de tecnologia”, diz o comunicado.

Fundada em 2003, a KaBuM! foi uma das empresas pioneiras no comércio eletrônico brasileiro e é referência em tecnologia e games, com mais de 2 milhões de clientes ativos. A empresa também é responsável pela criação de uma das maiores equipes de League of Legends do Brasil, a KaBuM! Esportes.

O fechamento da operação está sujeito ao cumprimento de condições usuais para este tipo de operação, aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos acionistas da companhia em assembleia geral.

Caso seja aprovada em assembleia, os acionistas dissidentes terão direito de recesso por causa da aquisição.

Magalu prepara “desembarque” no RJ com 50 lojas
CEO do Magalu chama a invasão do mercado carioca e fluminense pelo grupo de varejo de “Desembarque da Normandia”

 

Do Brazil Journal

Num movimento que o CEO Fred Trajano comparou ao desembarque na Normandia, o Magazine Luiza vai abrir pelo menos 50 lojas no Estado do Rio nas próximas semanas — penetrando pela primeira vez um mercado responsável por 15% do varejo nacional.

A entrada no Rio é particularmente relevante para o Magalu porque seu modelo de negócios é baseado na multicanalidade: a rede costuma ter o dobro de market share no ecommerce nas cidades onde tem loja física.

A blitzkrieg fluminense será feita em três ondas de abertura de lojas começando na semana de 5 de julho, quando o Magalu já abrirá 23 pontos. As lojas vão de Copacabana a Bangu, da Tijuca a Santa Cruz, passando pela Pavuna.

No interior, o Magalu vai entrar em Itaguaí, Niterói, Petrópolis, Belford Roxo, Volta Redonda e São Gonçalo.

Fred disse ao Brazil Journal que as 50 lojas são “só o começo”, e devem gerar 3.000 mil empregos diretos.

A campanha de marketing também inclui artilharia pesada: o Magalu vai adesivar mais de 44 mil guarda-sóis e todas os quiosques da orla; colar sua marca no BRT e oferecer wifi gratuito aos passageiros por seis meses; e projetar um laser a partir do Cristo Redentor que apontará para cada uma das 23 lojas na noite anterior à inauguração.

Na ativação da campanha, o Magalu levou em consideração o conselho de Anitta, que notou que “o Rio do carioca não é o Rio do turista.” Num dos vídeos, a “Girl from Rio” aparece no calçadão da Tijuca.

O Magalu aproveitou uma rara janela de oportunidade aberta pela pandemia. “Apesar de toda crise, o mercado imobiliário do Rio é muito aquecido, é muito caro. Com a pandemia, conseguimos alugar pontos muito bons com mais facilidade,” disse Fred.

Perguntado se o Magalu não teme as questões de segurança pública que o Rio historicamente enfrenta, Fred disse que a empresa lida com a insegurança em todos os Estados.

“O Rio é um retrato perfeito do Brasil, com todas as suas oportunidades, belezas e desigualdades. Não acho que vamos encontrar nada diferente no Rio do que encontramos em outros Estados.”