CONARH 2023 coloca em pauta as principais reflexões e discussões do momento atual no mercado
Evento acontecerá entre os dias 08 e 10 de agosto, em São Paulo (SP)

A 49ª edição do CONARH, um dos maiores eventos de gestão de pessoas do mundo, acontecerá entre os dias 08 e 10 de agosto, em São Paulo (SP). Consolidado como um espaço de muito conteúdo qualificado, reflexões, aprendizados e networking, o CONARH 2023 promete ser ainda mais enriquecedor com temas muito atuais e especiais, que abrangem as principais discussões e demandas do mercado de trabalho. Educação, Saúde Mental, Diversidade & Inclusão, Tecnologia, ESG, O futuro do trabalho, Cultura, Lifelong Learning, Carreira & Talentos e Treinamento & Desenvolvimento, são temáticas que serão abordadas. Cada uma delas visa orientar os congressistas durante o CONARH 2023, incentivando a participação em painéis e palestras que mais correspondam aos seus interesses.

Em Tecnologia, por exemplo, a abordagem buscará analisar o impacto da transformação digital no ambiente corporativo. Com as novas habilidades exigidas dos profissionais em meio à crescente adoção de tecnologias disruptivas, torna-se essencial compreender como elas afetam o mercado de trabalho e o papel dos indivíduos nesse contexto. Em ESG (Environmental, Social and Governance), a análise ficará sob os holofotes da sustentabilidade, responsabilidade social e governança corporativa. Com a crescente preocupação da sociedade em relação a questões ambientais e sociais, as empresas estão cada vez mais engajadas em ações que visam promover um impacto positivo no meio ambiente e na comunidade em geral. Esse tema oferecerá um espaço para compartilhar melhores práticas e insights sobre como incorporar esses princípios nas estratégias empresariais.

O Futuro do Trabalho, uma temática de extrema relevância, contemplará questões como a digitalização dos processos de trabalho, o surgimento de novas formas de emprego e o impacto das mudanças tecnológicas na economia. Com o aumento da automação e a chegada da Indústria 4.0, é fundamental estar preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que esse novo cenário traz. Além, é claro, de repercutir todo o legado da pandemia sobre as organizações.

D&I (Diversidade & Inclusão) também é destaque no CONARH 2023. Esse tema visa promover a inclusão de todos os grupos representativos da sociedade, diferentes culturas, orientações, ambientes, origens étnicas, culturais e sociais. Tratar esse assunto de forma ampla é fundamental para criar ambientes de trabalho mais inclusivos e igualitários.

Saúde Mental – no contexto atual, com o aumento da preocupação e verificação de casos de estresse e ansiedade no ambiente corporativo, a saúde mental dos colaboradores tornou-se uma questão importante a ser tratada. O CONARH 2023 promoverá discussões sobre como as empresas podem oferecer um ambiente mais saudável e como os colaboradores podem cuidar de sua própria saúde mental.

Por sua vez, Lifelong Learning, ressaltará o conceito que veio para ficar, de nunca parar de estudar e de aprender, ainda mais em um mundo cada vez mais dinâmico como o de hoje. Já Cultura se debruçará sobre assuntos como clima e transformação organizacional. Carreira & Talentos abrangerá conteúdos como gestão de desempenho, sucessão e mentoring, dando assistência a líderes em todos os estágios. Por fim, Treinamento & Desenvolvimento trará as estratégias efetivas para aprimorar a gestão, aliada a oportunidades para crescimento profissional dos colaboradores.

“Cada uma das temáticas pensadas para o CONARH 2023 foi cuidadosamente selecionada com base nas últimas tendências e necessidades do mercado de trabalho. Esses temas proporcionarão aos participantes uma visão ampla e integrada sobre os principais desafios e oportunidades que permeiam o universo de gestão e das pessoas nas organizações”, comenta Marcelo Pirani, diretor do CONARH.

Tema 2023

“Repensar o hoje em uma realidade plural” é o tema da edição 2023 do CONARH. Neste sentido, repensar o hoje significa questionar modelos tradicionais de gestão e adotar práticas mais inclusivas e que valorizem a diversidade e a individualidade dos colaboradores. E a pluralidade de ideias é uma grande aliada na busca por soluções criativas e eficazes.

Serviço

49º CONARH

Data: 08, 09 e 10 de agosto de 2023
Local: São Paulo Expo – Pavilhões 2 e 3
Endereço: Rodovia dos Imigrantes, s/n – Km 1,5 – Vila Água Funda

Etarismo dificulta inserção de maiores de 50 anos no mercado
Pesquisa diz que de 6% a 10% das empresas têm funcionários nesta faixa

Da Agência Brasil

Uma pesquisa da empresa Ernst & Young e a agência Maturi de 2022, realizada em quase 200 empresas no Brasil, mostrou o perfil do mercado de trabalho para pessoas com mais de 50 anos. A maioria das companhias pesquisadas tem de 6% a 10% de pessoas com mais de 50 anos em seu quadro funcional. Segundo o estudo, 78% das empresas consideram-se etaristas e têm barreiras para contratação de trabalhadores nessa faixa de idade.

A Ernst & Young é especializada em auditorias, impostos e consultoria e a agência Maturi, em treinamento de profissionais com mais de 50 anos e conexão com empresas interessadas na contratação dessas pessoas. A Maturi conta atualmente com mais de 200 mil profissionais e cerca de 750 companhias parceiras cadastrados na sua base.

O envelhecimento da força de trabalho no país é um desafio que o Brasil terá que enfrentar. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo Ernst & Young e Maturi, revelou que, de 2012 a 2019, a parcela da população com mais de 50 anos saiu de 23% para 28%. Estimativas indicam que até 2040 seis em cada dez trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos de idade. Os números do IBGE mostram que, em 17 milhões de famílias brasileiras, o sustento econômico fica por conta de pessoas com mais de 60 anos.

O fundador da agência Maturi, Mórris Litvak, disse que no início ela se chamava MaturiJobs, mas, com o tempo, foi ampliando suas ações e, desde 2020, é conhecida por Maturi. “Maturi é muito mais do que Jobs porque a gente fala também de empreendedorismo, muitas formas de trabalho. E ainda tem todo o desafio de mudar essa cultura das empresas, porque o número de vagas ainda é pequeno”, afirmou Litvak, em entrevista ao repórter Vladimir Platonov da TV Brasil.

Segundo Litvak, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho pode partir da própria pessoa, que se considera velha para procurar emprego. “Existe muito o que a gente chama de autoetarismo, que é a pessoa com preconceito até com a própria idade, por se achar velha e achar que aprender a fazer algo é coisa de jovem. O autopreconceito também é um erro porque hoje, vive-se muito [e a pessoa] não pode se limitar. Pelo contrário, juntar as experiências pode ser um grande diferencial”, afirmou.

Para ele, o mercado de trabalho brasileiro não está preparado para a demanda, que é cada vez maior, diante do envelhecimento populacional e da expectativa de vida, que vem aumentando.

“O preconceito ainda é muito forte no mercado de trabalho. É uma coisa que faz parte da nossa cultura como um todo, mas no mercado de trabalho, é ainda pior. O que precisa ser feito é educar. Muito a gente faz na Maturi: sensibilização, conscientização sobre o tema para entenderem a importância e até urgência de mudar essa cultura etarista e como isso pode ser benéfico para a empresa”, afirmou. Litvak disse que a conscientização pode ser até uma questão estratégica para as companhias.

O consultor destacou que o perfil do profissional com mais de 50 anos é de maturidade e foco no trabalho, além da experiência de vida. “Normalmente, pessoas com esta idade já têm filhos criados, têm sua casa e estão trabalhando por propósito e valorizam muito a oportunidade que têm. É uma grande vantagem e acaba sendo um exemplo para os mais jovens.”

Ele contou que começou a dar mais atenção à questão ao observar o comportamento da avó, que trabalhou até idade avançada e era muito ativa. “Estava muito bem enquanto trabalhava, aos 82 anos, Quando parou, a saúde dela decaiu muito. Eu já tinha feito trabalho voluntário em casa de repouso e me interessava pelo assunto. Comecei a estudar, descobri que o mundo estava envelhecendo, o Brasil, mais rápido, e pouco se falava sobre isso dez anos para trás.”, Litvak ressaltou que a questão de trabalho provocava uma dor muito grande no sentido de que a idade pesava para as pessoas se manterem ou se recolocarem no mercado de trabalho.

Empregadores

Desde o ano passado, a rede de supermercados Assaí Atacadista tem um Programa 50+, criado com o objetivo de “ampliar a faixa etária de inclusão e estender o programa a todas as áreas da companhia, visando aumentar a empregabilidade dos(as) profissionais 50+, além de desenvolver suas habilidades e competências de forma contínua”.

Além do programa, o Assaí desenvolve ações para manter um banco de talentos na plataforma Gupy, que é destinada às inscrições de talentos 50+. Junto a isso, o grupo também faz ‘campanhas e ações de letramento, treinamentos, sensibilizações e conscientização a todos(as) os(as) seus(suas) colaboradores(as), que geram aprendizagem e contribuem para o combate ao preconceito e à discriminação”.

Conforme dados da rede de supermercados, na passagem de 2020 para 2022, o número de colaboradores com mais de 50 anos no quadro funcional da empresa aumentou 90%.

A gerente do Departamento de Pessoal dos Supermercados Super Pax Rede Economia, Raquel Araújo, disse que a empresa não tem uma política específica para contratar pessoas com mais de 50 anos, mas emprega muitos profissionais nesta faixa de idade. “Elas vêm com uma bagagem diferente, outra perspectiva, outro comprometimento”, disse à Agência Brasil.

Segundo Raquel, muitos clientes se identificam com colaboradores mais experientes, e a empresa fica bem-vista no mercado. Ao mesmo tempo, a convivência com os empregados mais jovens resulta em uma troca de experiências que agrada às duas partes. “Nessa troca de experiências, os jovens aprendem algumas coisas, levam outras e fica muito legal”, completou, informando que a rede tem nove lojas nas regiões norte e oeste da capital do Rio de Janeiro.

A Secretaria de Estado de Trabalho e Renda do governo do Rio de Janeiro tem um programa que orienta empresas no processo de contratação de pessoas com mais de 50 anos, mas, no momento, não está em atividade.

Na prefeitura do Rio, a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda gerencia o banco de empregos que recebe currículos de candidatos de diversas idades. A pasta tem ainda uma lista com empresas parceiras que informam de quais profissionais e especializações estão precisando para contratação. Para a secretaria, a troca de informações resulta em um grau de inserção bem-sucedido.

Para este ano, a secretaria prepara o lançamento de um projeto piloto de fomento ao empreendedorismo 60+, que, em princípio, vai atender 40 idosos.

“Com a crescente demanda de empresas por trabalhadores com perfil 50+ estamos trabalhando para aumentar a captação de vagas para este público em nossas empresas parceiras. Inserimos no nosso plano de trabalho para 2023/2024 o recorte etário no rol de novos projetos de empregabilidade. Já temos casos de sucesso nesta faixa etária, mas agora queremos escalar, começando com um projeto piloto em parceria com o Instituto Besouro de Fomento ao Empreendedorismo 60+, atendendo inicialmente 40 profissionais”, informou o secretário Everton Gomes à Agência Brasil.

Atualmente, o banco de empregos da prefeitura do Rio tem mais de 400 mil currículos inscritos.

Indicador de mercado de trabalho apresenta melhora em junho
Índice atinge 87,6 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2020

 

Da Agência Brasil

O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 4,2 pontos em junho deste ano, na comparação com maio. Com o resultado, o índice atingiu 87,6 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2020 (92 pontos), período pré-pandemia de covid-19.

O Iaemp busca antecipar tendências do mercado de trabalho nos próximos meses, com base em entrevistas com consumidores e com empresários da indústria e do setor de serviços.

O principal responsável pela alta foi o componente que mede a tendência dos negócios do setor de serviços, que cresceu 8,1 pontos.

“A recuperação econômica, a redução do número de mortes por covid-19 e a flexibilização das medidas restritivas parecem contribuir com a melhora do cenário. A expectativa para os próximos meses é de continuidade dessa recuperação, mas ainda existe muita incerteza. O avanço da vacinação e o controle da pandemia continuam sendo fundamentais para o processo de retomada”, disse o economista da FGV Rodolpho Tobler.

Indicadores do mercado mostram melhora em janeiro

Os dois indicadores de mercado de trabalho da Fundação Getulio Vargas (FGV) tiveram melhoras de dezembro de 2018 para janeiro deste ano. O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar tendências futuras com base em entrevistas com consumidores e empresários da indústria e dos serviços, avançou 4,1 pontos.

Com a alta, o indicador chegou a 101,1 pontos em uma escala de zero a 200, o maior patamar desde abril de 2018.

Segundo o economista da FGV Rodolpho Tobler, os resultados positivos nos últimos meses sinalizam uma retomada da recuperação do mercado de trabalho. De acordo com ele, no entanto, é preciso “certa cautela” já que o indicador recuperou apenas pouco mais da metade da queda observada em 2018.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que busca refletir a percepção dos consumidores sobre a situação do desemprego atual, recuou 4,4 pontos em janeiro. Com isso, o indicador caiu para 94,5 pontos, em uma escala de zero a 200, em que quanto menor o resultado, melhor é a percepção do cidadão. Tobler explica que apesar da queda, o ICD ainda está em patamar elevado.