Atualmente, mais da metade das pessoas vivem em cidades e, segundo as previsões, sete em cada dez delas vão morar em um grande centro urbano até 2050.
Teemu Alexander Puutio, pesquisador da Universidade de Turku, na Finlândia, estudou durante anos o tema e concluiu, entre outras coisas, que as cidades terão no futuro um papel ainda mais importante do que atualmente. Em conversa com a BBC, Puutio mostra uma visão bem otimista das grandes cidades do futuro.
Segundo o pesquisador, a proximidade geográfica não será um impedimento para que se criem “alianças urbanas internacionais” e para que os empreendedores fundem suas próprias multinacionais e aumentem a “soberania urbana” para acabar com a corrupção.
Essas são algumas das previsões dele para o futuro.
1- A ‘geração C’ reinventará o trabalho
A chamada “Geração C”, também conhecida como geração conectada, inclui aqueles que nasceram em um mundo digital e ocupam grande parte do dia online. Alguns dizem que eles serão os sucessores dos millennials, e outros especialistas consideram que essa classificação não tem a ver com a idade, mas com o nível de produção de conteúdos digitais nas redes.
2 – A economia local será mais importante
Considerando que as cidades estão ficando cada vez mais independentes dos poderes centrais e gerando cada vez mais riqueza e inovação em comparação com os recursos que estão consumindo, elas se transformaram em uma espécie de laboratório para a busca de soluções difíceis de abordar em grande escala.
Por outro lado, as cidades também produzem mais crimes, doenças e desigualdade.
3 – As ‘micromultinacionais’ se expandirão pelo mundo
Micromultinacionais são as companhias que nascem já como empresas globais. É um conceito tão amplo que qualquer negócio pequeno que venda seus produtos a milhares de quilômetros de distância por meio de uma plataforma digital poderá ser enquadrado dentro dessa categoria.
4 – As cidades terão maior liderança que os países
De acordo com o pesquisador, serão criadas “poderosas alianças urbanas internacionais” em relação a interesses comuns.
Essa tendência é visível, segundo Puutio, em organizações como a Liga Nacional das Cidades dos Estados Unidos ou o Parlamento Global dos Prefeitos, onde as autoridades locais criaram vínculos que vão além da proximidade geográfica ou das ideologias políticas.
5 – Aumentar a ‘soberania urbana’ para frear a corrupção
Graças à internet e o acesso cada vez mais amplo à informação, os cidadãos terão mais ferramentas para exigir a prestação de contas de governos locais, com um maior poder de fiscalização de seus representantes.
“A corrupção, a ineficiência, o desprezo da opinião pública serão mais difíceis de acontecer no futuro, onde a informação fluirá livremente”, diz.
“Duvido que no futuro os prefeitos ruins consigam se manter no posto por muito tempo.”
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