Por Rita Azevedo, do Valor Econômico
O Grupo Fleury concluiu a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures na sua primeira oferta de títulos atrelada a métricas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês).
A oferta foi dividida em três séries, sendo a primeira de R$ 250 milhões, a segunda de R$ 375 milhões e a terceira de R$ 375 milhões. Os prazos de vencimentos são de quatro, cinco e sete anos, respectivamente, e a remuneração equivale a 100% da taxa DI com acréscimo de 1,35% ao ano para debêntures da primeira série, 1,5% para a segunda série e 1,75% para a terceira. A operação foi coordenada pelo Bradesco BBI e os títulos foram adquiridos por um único comprador.
A empresa se comprometeu com duas metas que, no caso de não serem cumpridas, levarão ao acréscimo nas taxas de 0,125%, 0,25% e 0,35%, conforme a série.
A primeira das metas do Fleury é reduzir o índice de geração de resíduos biológicos em 14,2% até o fim de 2023 e em 20,5% até o encerramento de 2025. A empresa também deverá ampliar o acesso à saúde para clientes das classes sociais C, D e E, por meio da plataforma Saúde iD, lançada no ano passado, que inclui serviços como o de telemedicina.
“O plano é atingir 250 mil clientes até junho de 2024 e 1 milhão até 2026”, diz Jeane Tsutsui, diretora-presidente do Fleury. “As metas são desafiadoras e foram estabelecidas considerando tanto a relevância quanto a materialidade.”
Para a emissão ser enquadrada como títulos vinculados a desempenho ESG (“sustainability-linked bonds”), a captação contou com um parecer de segunda opinião elaborado pela consultoria Sitawi, que fará uma auditoria para garantir o cumprimento das métricas.
“Estudamos uma oferta desse tipo há quase um ano, quando passamos a acompanhar o movimento no mercado internacional e no mercado local, que ainda está em processo de amadurecimento”, diz o diretor financeiro do Fleury, Fernando Leão.
Os recursos serão usados para alongamento de passivo e reforço de capital de giro, com foco em aquisições. “A oferta dará mais robustez para o caixa, que já é forte”, afirma Leão.