
Por: Gabriel Luiz, do G1
A Justiça do Distrito Federal começou na segunda-feira (9) as audiências para julgar 17 médicos, empresários e fornecedores acusados de ganhar dinheiro ao indicar cirurgias sem necessidade e usar produtos de baixa qualidade, no escândalo conhecido como “máfia das próteses”. Antes de decidir sobre o futuro do grupo, a 2ª Vara Criminal deve ouvir as cerca de 90 testemunhas até fim de janeiro.
Já na segunda, duas pessoas foram ouvidas, incluindo uma das primeiras pessoas que denunciaram o esquema em julgamento. Em depoimento, ela manteve a versão de que médicos tentaram matá-la com um fio-guia (espécie de cateter) quando começou a questionar os procedimentos que se arrastavam ao longo do tempo.
Pelo cronograma, as audiências estão marcadas para 12, 13, 16, 18, 19, 20, 27, 30 e 31 de janeiro. Como o processo corre em primeira instância, os réus ainda podem recorrer de uma eventual condenação. Neste caso, o assunto vai para decisão de desembargadores do Tribunal de Justiça.
Relembre a operação
Articulada entre o Ministério Público e a Polícia Civil, a operação Mr. Hyde já teve quatro fases, frutos de uma investigação começada em setembro de 2016. Pelas denúncias, existe uma rede de profissionais de hospitais particulares que forjaram a necessidade de cirurgias em pacientes para dar golpes em planos de saúde. A estimativa é de R$ 5 milhões de prejuízo nos últimos cinco anos.
Próteses são dispositivos usados para substituir total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido. Órteses são utilizadas para auxiliar as funções de um membro, órgão ou tecido do corpo. De uso temporário ou permanente, as órteses evitam deformidades ou o avanço de uma deficiência médica. Um marca-passo, por exemplo, é considerado uma órtese implantada.
Na primeira fase da operação, foram presas 13 pessoas no Home (Asa Sul), em três clínicas e residências de médicos envolvidos com os supostos crimes. Também foram apreendidos mais de R$ 500 mil na ação. A estimativa é de que cem pacientes tenham sido lesados. De acordo com a polícia, o esquema envolvendo cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e uso de material vencido em pacientes é “milionário”.
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