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Por: Angela Pinho, da Folha de S. Paulo
Para driblar as filas para exames e consultas médicas, pacientes do SUS têm promovido um “Corujão da Saúde” por conta própria em clínicas particulares de São Paulo.
Iniciado na semana passada, o programa do prefeito João Doria (PSDB) promove parcerias com hospitais privados para o atendimento de pessoas que esperam por exames na rede municipal.
Alheios à iniciativa, pacientes adotam cada vez mais a medida com recursos próprios, em clínicas privadas voltadas ao público de baixa renda, tanto para diagnósticos como para consultas.
Sem plano de saúde, o estudante Wesley Mantovani, 21, conta que decidiu pagar do seu bolso um exame na retina após levar mais de três meses para descobrir seu grau de miopia na rede pública.
Ao seu lado na sala de uma unidade da rede Dr. Consulta, e também sem plano, o funcionário público Tiago Araújo, 34, nem tentou marcar o exame pelo SUS. “Meu pai está esperando há cinco anos por uma horário com o pneumologista, achamos melhor não arriscar”, disse sua mulher, Mônica.
A rede procurada por eles é apenas uma das que cresceu durante a crise econômica. Nos últimos dois anos, 2 milhões de brasileiros perderam o plano de saúde.
Sem dinheiro, Estados e municípios não se prepararam para absorver a nova demanda, e parte desse novo público do SUS passou a buscar os chamados consultórios populares.
Criada em 1988, a Clínica Fares tinha duas unidades até 2014. Atualmente tem três e, até o final deste ano, deve chegar a seis. No total, cerca de 40% da clientela é do SUS, de acordo com o presidente Adiel Fares.
Já na Dr. Consulta, essa proporção é de 20%. Inaugurada em 2011, a rede abriu duas novas unidades por mês no ano passado, chegando a 27, e pretende seguir o ritmo neste ano, segundo Marcos Fumio, vice-presidente médico da rede.
Com uma clínica aberta no ano passado, a Meu Doutor afirma que chegará a cinco até dezembro.
A Dr. Agora, de consulta sem agendamento, tem planos ainda mais ambiciosos. Pretende pular de quatro para ao menos 15 filiais até o fim deste ano. “Na nossa concepção original, esperávamos atender principalmente as classes C e D, mas passamos a receber muito da B que perdeu o plano de saúde”, afirma o diretor-executivo da Dr. Agora Guilherme Berardo.
SOLUÇÃO TEMPORÁRIA
Mas, ainda que consigam obter atendimento mais ágil nas clínicas desse segmento, é ao SUS que os pacientes delas têm que recorrer quando necessitam de procedimentos mais complexos.
A aposentada Apolonia Neves, 65, é um exemplo. Usa as duas redes. Fez cirurgia na coluna pelo sistema público, mas paga exames e consultas à parte. Neste mês, gastou R$ 600 com mamografia, ultrassom, cardiologista, gastro e outros.
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