Estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas no Brasil têm hepatite C e não sabem. Anualmentre, em todo o mundo, 1,4 milhão de pessoas morrem em decorrência das hepatites virais, sendo que a maioria (cerca de 70%) é por hepatite C. Para aumentar o número de diagnósticos da doença e encaminhamento dos pacientes para tratamento adequado, uma campanha foi lançada hoje (25) pelas Sociedades Brasileiras de Infectologia e de Hepatologia e pela Associação Médica Brasileira, em parceria com a companhia farmacêutica AbbVie.
A campanha “Peça o teste anti-HCV” é dirigida a profissionais de saúde, de várias áreas de especialidades. O teste anti-HCV é um exame simples de sangue, de rápida resposta e pode ser realizado gratuitamente em centros públicos de saúde.
“Esse teste é disponibilizado pelo Ministério da Saúde e com a campanha pretendemos colocar esses testes para serem usados, fazendo com que todos os médicos sejam alertados para pedir nos seus exames, como pedem colesterol, glicose. Em todos os exames de rotina incluir também um anti-HCV”, recomenda o médico hepatologista Edmundo Pessoa Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
A hepatite C é transmitida por meio sanguíneo. De acordo dados do Boletim Epidemiológico 2017, emitido pelo Departamento de Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde, do total de casos notificados entre 2000 e 2015, cerca de 52% desconheciam a provável fonte de contaminação. Quando indicada, as três principais causas prováveis são uso de drogas por compartilhamento de seringas contaminadas (ou qualquer objeto perfurante-cortante), transfusão de sangue e relações sexuais desprotegidas. Do total de casos notificados, cerca de 9% apresentam a doença em coinfecção com HIV.
As regiões Sul e Sudeste do país lideram a detecção da doença, enquanto o Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam baixo índice de notificação da hepatite C. Lopes enfatiza a importância de identificar os pacientes que têm o vírus. “Sobretudo pessoas com mais de 40 anos, porque foram pessoas que possivelmente tomaram transfusão de sangue antes da identificação do vírus e que usaram seringa de vidro, pois não tinha a seringa de plástico descartável. O risco dessas pessoas é muito maior do que as pessoas mais jovens”, alerta.