Brasil terá segundo pior resultado na América Latina em dois anos, diz FMI

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A política de Trump traz incertezas para a região

Por: Henrique Gomes Batista, do Globo

O fraco crescimento previsto para o Brasil neste ano (0,2%) e para 2018 (1,5%) fará com que o país tenha o pior desempenho na América Latina entre as grandes nações da região segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), com exceção da Venezuela, que vive uma grave crise política, econômica e social há alguns anos e verá seu PIB cair mais 6% neste ano e outro tombo de 3% em 2018. Segundo o Fundo, o prolongamento da recessão no ano passado e os elevados desemprego e nível de endividamento piorou as previsões de crescimento do Brasil.

No grupo formado por sete países — Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela, o Brasil já havia vivido o pior segundo pior desempenho entre as grandes nações, quando a economia se retraiu 3,8% e 3,5% respectivamente, com a Venezuela na lanterna das grandes nações da região (-6,2% em 2015 e – 12,0% em 2016). Para este ano e o próximo, o México tem a terceira pior previsão (1,7% neste ano e 2,0% em 2018). Já o maior crescimento para e o Peru (4,3% neste ano e 3,5% em 2018). A Argentina, que viveu uma recessão de 2,4% no ano passado, deve crescer 2,2% neste ano e 2,8% em 2018.

Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirma que as incertezas estão crescendo na região com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Trump se elegeu com um discurso populista e pretende fechar mais as fronteiras, sobretudo com o México. O novo mandatário americano, que assumiu na sexta-feira, afirmou ontem que começará logo a renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

“Nos Estados Unidos, permanece a incerteza em torno das possíveis mudanças nas políticas, mas é provável que a política fiscal passe a ser expansionista e a política monetária deve se tornar mais austera antes do previsto, devido a um aumento da demanda e à pressão inflacionária”, escreveu Werner em seu blog, nesta segunda-feira, mas o resultado pode ser nulo para a região. “O estímulo positivo gerado pelo aumento da demanda previsto nos Estados Unidos poderia ser neutralizado pela elevação das taxas de juros mundiais e pela incerteza decorrente de possíveis mudanças na política comercial e imigratória dos Estados Unidos, sobretudo para o México”.

 

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