Cuidar para Cuidarem: O Novo Olhar sobre a Gestão de Pessoas no Setor Funerário
Novo livro aborda a preparação e o suporte emocional necessários para lidar com o luto e a dor em um setor muitas vezes visto como tabu

 

 

Da Redação

O setor funerário ainda é um tabu para muitos profissionais que ingressam nessa atividade, que envolve lidar com a morte, o luto e a dor diariamente. “Estar preparado para lidar com questões sensíveis exige muito preparo, especialmente em uma área encarada como obscura, onde se ganha dinheiro com a morte das pessoas”, diz Vinícius Chaves de Mello, executivo do setor funerário há 30 anos, no livro “Cuidar para Cuidarem – Gestão de Pessoas no setor funerário”, recém-lançado pela editora Flyve e prefaciado pelo professor, consultor em gestão e conferencista Waldez Luiz Ludwig.

Segundo Mello, “este livro surgiu da necessidade de orientar e preparar empresas, líderes e colaboradores para a difícil tarefa de cuidar das famílias no pior dia de suas vidas. Gerir pessoas no setor funerário, especialmente as lideranças, é muito desafiador, pois envolve lidar com as situações de luto e dor dos clientes, mas também a lidar com traumas, frustrações, cobranças, exigências e punições dos colaboradores. Líderes eficazes devem ser capazes de oferecer apoio emocional às equipes, garantindo que todos possam desempenhar as suas funções de maneira profissional e empática”, explica.

Diante dos crescentes desafios de inovação e competição, as empresas do setor funerário dependem agora, mais do que nunca, de uma liderança capaz de orientar as pessoas e transformar produtos, serviços e toda a cadeia de valor em um ambiente caracterizado pela volatilidade, insegurança e imprecisão.

Nesse contexto, o autor questiona as técnicas atuais de desenvolvimento de lideranças, uma vez que a complexidade do mercado requer o desenvolvimento e a incorporação de novas competências ao papel do líder, como gerenciar o estresse em cenários incertos, mantendo uma visão positiva e coerente do futuro.

Para enfrentar esses desafios, Mello propõe que a gestão dos recursos humanos seja repensada, o que passa pelo entendimento dos conceitos fundamentais de gestão por competências e gestão estratégica de Recursos Humanos. De acordo com ele, os profissionais de RH são os protagonistas para alcançar o modelo de gestão por competências, considerado ideal para converter as necessidades do mercado em soluções para as demandas externas e internas.

Para alcançar esse sistema de gestão é preciso passar por diversas etapas e usar metodologias e ferramentas que possibilitem o mapeamento de competências dos grupos e individuais, sendo que as habilidades interpessoais, como inteligência emocional, influência, tomadas de decisão em contextos instáveis e capacidade de solução de problemas são ainda mais relevantes no setor funerário.

Por que isso importa?

As lideranças e os departamentos de Recursos Humanos das empresas do setor funerário ainda não atingiram, em sua grande maioria, o grau de sofisticação e maturidade necessários para a gestão estratégica de pessoas e competências gerenciais e não gerenciais. “Muitas vezes nos deparamos com exemplos de empresas tradicionais do setor funerário que desejam remodelar sua cultura, mas encontram obstáculos na jornada. Isso acontece, em grande parte, devido à relutância dos líderes, os principais timoneiros, ou daqueles em posições intermediárias, que se assemelham a guardiões da tradição arraigada, resistindo às mudanças com unhas e dentes”, ressalta Mello.

Mudar essa mentalidade requer um olhar inovador, onde o foco principal está nas pessoas. Assim, os profissionais de RH das organizações funerárias adquirem uma importância estratégica mais pronunciada, especialmente quanto à habilidade de interpretar os cenários interno e externo, produzir dados sobre o desempenho e o potencial dos colaboradores e apoiar as lideranças na tradução sistêmica desses dados com estratégias inovadoras e sustentáveis para atrair, desenvolver e reter talentos.

“Neste último aspecto, as organizações funerárias precisam, com urgência, concentrar esforços para investir na felicidade e no bem-estar das pessoas, pois colaboradores com emoções positivas em ambientes que proporcionam segurança psicológica tornam-se mais criativos, motivados e constroem relacionamentos mais sólidos, contribuindo para uma rápida adaptação e gestão das mudanças. Não é uma tarefa simples, mas totalmente possível”, finaliza o autor.

A proposta do livro é desvendar os mistérios do setor funerário e iluminar a importância da gestão estratégica de pessoas, oferecendo os melhores métodos e ferramentas para que líderes e profissionais deste campo possam trilhar o caminho da evolução.

Sobre o autor

Vinícius Chaves de Mello – Formado em Gestão Financeira pela ULBRA/RS, Pós-graduado em Gestão e Planejamento Empresarial pela ULBRA/RS, MBA em Gestão Comercial pela FGV/RS e MBA em Gestão de Pessoas pelo IBMEC/RJ. É CEO do Grupo Riopae, conglomerado de serviços de assistência funerária, plano funeral, crematório e concessão de cemitérios em São João de Meriti, RJ. A empresa mantém o selo Great Place to Work desde 2021, além das certificações ISO 9001 e 14001.

Ficha técnica

Título: Cuidar para Cuidarem – Gestão de pessoas no setor funerário

Onde encontrar: Amazon e Editora Flyve

Preço sugerido: R$ 64,90

275 páginas

Links:
https://bit.ly/amazoncuidarparacuidarem

https://bit.ly/flyvecuidarparacuidarem

“Luzes da Coreia – Festival de Lanternas de Jinju” atrai milhares de visitantes em sua primeira semana no Museu de Arte Contemporânea
Com curadoria da jornalista Ana Claudia Guimarães, mostra é a maior sobre a Coreia do Sul já realizada no Brasil

 

A tradição coreana das lanternas surgiu como uma tática militar para avistar os inimigos na escuridão da noite

 

Da Redação

Em pouco mais de uma semana desde a sua estreia no Museu de Arte Contemporânea, em Niterói, a exposição “Luzes da Coreia – Festival de Lanternas de Jinju” já desponta com uma das melhores do ano no Brasil. Com curadoria da jornalista Ana Cláudia Guimarães, a maior exposição de arte da Coreia do Sul já realizada no Brasil  tem encantado milhares de pessoas mostrando elementos tradicionais da cultura coreana. A mostra permanece em cartaz até 25 de agosto.

Organizada pelo do Centro Cultural Coreano no Brasil e pela prefeitura de Jinju, além de patrocínio da prefeitura de Niterói e realização da Scuola di Cultura, a exposição leva o público a uma viagem até a Ásia, para conhecer uma das mais populares tradições culturais coreanas a partir da experiência imersiva com instalações em site specific. As milenares lanternas coloridas de seda dialogam com elementos cenográficos contemporâneos, transportando os visitantes à famosa cidade de Jinju, que desde 2003 sedia um dos mais tradicionais festivais culturais do país.

Um dos pontos altos da exposição são os túneis coloridos formados por 1200 lanternas de seda originais da cidade de Jinju. No final dos túneis, o público encontra uma enorme lua em 3D, além de instalações, fotos e vídeos da cidade e do Festival Jinju Namgang Yudeung, mostrando a unidade entre a tradição e a contemporaneidade. Além das lanternas, estarão expostos os Hanboks (traje tradicional coreano). A exposição também conta com a presença do mascote de Jinju, a lontra Hamo, de 3 metros de altura.

Segundo a curadora,  a exposição “Luzes da Coreia – Festival de Lanternas de Jinju” cria uma ponte luminosa que une passado e presente e nos conecta a uma cultura milenar por meio de delicadas lanternas, produzidas manualmente. “As curvas e formas do MAC projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer geram um rico diálogo entre culturas e tempos tão distintos e nos transpõe a essa festividade. Hoje, as luzes representam um momento de celebração num país cuja riqueza cultural tem encantado o mundo”, diz a Ana Cláudia.

A tradição das lanternas de seda começou na 1ª Batalha da Fortaleza de Jinjuseong, durante a Guerra Imjin (1592-1598), entre 3.800 soldados do Exército Suseong (Coreia), que protegiam o castelo, e 20.000 soldados japoneses. Os coreanos usaram a lanterna no Rio Namgang em uma noite escura para avistar os japoneses, impedindo-os de cruzar o rio. Além de tática militar, as lanternas também foram usadas para enviar recados aos familiares fora da fortaleza. Mais tarde, a população da cidade de Jinju começou a lançar as luzes no Rio Namgang para homenagear as almas dos soldados que se sacrificaram, como símbolo de resistência.

As lanternas também se tornaram a base do Festival Jinju Namgang Yudeung, que é conhecido internacionalmente e todo ano reúne mais de 2 milhões de pessoas. A festividade foi designada pelo Ministério da Cultura, Esportes e Turismo como o festival representativo da Coreia e ainda foi selecionada como um festival de luxo global de desenvolvimento da Coreia por 5 anos consecutivos.

 

 

SERVIÇO  | ‘LUZES DA COREIA – FESTIVAL DE LANTERNAS DE JINJU’

Até 25 de agosto

Local: Museu de Arte Contemporânea – MAC Niterói (Mirante da Boa Viagem, s/nº, Boa Viagem, Niterói – RJ)

Horários: Terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h30)

Preços ingressos: R$16,00 (Inteira); R$8,00 (Meia-entrada)

Gratuidade às quartas-feiras. Gratuidade para quem vai de bicicleta e para moradores de Niterói. Veja mais sobre a política de ingressos aqui: http://culturaniteroi.com.br/macniteroi/visitacao
Ingressos à venda na bilheteria do museu e pelo Sympla.

Evento leva cultura vintage a Botafogo no próximo final de semana
Ocupa Vintage é uma parceria entre Acervo Vintage e O Grito, e traz a moda clássica para a atualidade

Da Redação

Primeira edição do Ocupa Vintage, em julho de 2023.

Três amigos e sócios tinham o desejo de criar um ambiente criativo e dedicado exclusivamente à cultura vintage: assim surgiu o Ocupa Vintage, evento organizado pela loja Acervo Vintage, das sócias Manoela Carvalho e Flavia Kux, em parceria com o bazar O Grito, fundado por Thiago Neves, e que vai levar peças clássicas remodeladas e exclusivas para os amantes desse estilo. “Queríamos que o Ocupa Vintage se assimilasse mais com uma vernissage do que com uma feira, que era o que conhecíamos até então. Os clientes têm que se sentir em casa, em um ambiente acolhedor que proporcione conexões e boas conversas”, explica Manoela, co-fundadora do Acervo Vintage.

Manoela Carvalho, co-fundadora do Acervo Vintage.

O evento, que acontecerá nos dias 3 e 4 de maio no atelier do Acervo Vintage, vai apresentar roupas e assessórios únicos e exclusivos com pelo menos 20 anos de existência – é uma característica essencial da loja de Manoela e Flavia. O objetivo é reestabelecer uma conexão entre as gerações e trazer ao dia-a-dia o que fez parte de sua história.

Desde julho de 2023, na primeira edição do Ocupa Vintage, muitas ideias novas surgiram até que o modelo atual fosse consolidado: além de um evento de vendas, o desejo dos organizadores é apresentar o vintage como uma abordagem contemporânea, cheia de estilo e personalidade, em um ambiente que proporcione sinergia para os apreciadores da cultura.

“A sinergia entre as pessoas que circulam no evento é muito legal e divertida. Quem passa por lá tem a oportunidade de garimpar uma peça linda e exclusiva, cuidadosamente selecionada pelas nossas curadorias”, comenta Thiago, fundador do O Grito.

“Um dos principais desafios do vintage é a falta de variação de grade, cada peça é única. Com uma curadoria ampliada e variada, conseguimos oferecer uma seleção mais diversificada para os clientes e curiosos que passam pelo evento.” resumiu Flavia.

Serviço:

Dias: 03 e 04/05.
Horário:
Sexta-feira (03/05) das 14h às 21h, sábado (04/05) das 11h às 20h.
Local:
Acervo Vintage – Rua Conde de Irajá, 370 / 3º andar – Botafogo

 

Fotos da primeira edição do Ocupa Vintage.

Exposição resgata a memória de personagens das lutas raciais no Brasil
Fátima Farkas apresenta em maio a mostra Será o Benedito no Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos

 

No dia 10 de maio, chega ao Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), no Rio de Janeiro, a exposição Será o Benedito. Com sua pintura expressiva, a artista visual Fátima Farkas retrata em suas telas personagens marcantes das lutas raciais, esquecidos devido à herança racista e patriarcal. Ela constrói uma reelaboração da memória através da apropriação de retratos fotográficos de negros. É o caso de Benedito Caravelas, mais conhecido como Benedito Meia-Légua, por liderar grupos quilombolas que invadiam senzalas e libertavam escravos em amplas regiões do Nordeste e do Espírito Santo. Para representá-lo, a artista toma como ponto de partida a fotografia de um anônimo, realizada por Alfred Henschel no Recife de 1869.

Em outro caso, a artista transforma em pintura a imagem de uma mulher preta desconhecida com uma flor no cabelo, a partir de uma imagem registrada por Chichiko Alckmin em Diamantina. Uma fotografia da imprensa carioca, de 1910, serviu de modelo para o retrato de João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, deflagrada contra as torturas sofridas pelos marujos da Marinha brasileira. As pinturas que representam o abolicionista Luiz Gama e o arquiteto burquinês Diébédo Francis Kéré seguem o mesmo processo. Entre as figuras femininas, destaca-se Nzinga, rainha de Ndongo e de Matamba no século XVI, reinventada pela artista.

Outros retratos tiveram os rostos substituídos por vegetação – em especial a cana-de-açúcar, sumidouro de tantos corpos – ou por um desolador vazio branco, marcas do apagamento de toda uma população e daqueles que foram lançados ao mar e perdidos no limbo dos tempos. Ao dar novas faces a tantos personagens, Farkas, que buscou desde o início desenvolver seu trabalho nas artes plásticas como uma expressão de questões brasileiras étnicas e culturais, denuncia o esquecimento como ação repressiva e demonstra que o antídoto da memória reside tanto nos fatos quanto na imaginação.