As organizações estão correndo contra o tempo para se adequarem ao eSocial, o sistema idealizado pelo Governo para unificar o envio de informações sobre os funcionários pelos seus empregadores. O cronograma oficial prevê que a partir de janeiro de 2018 as empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões comecem a utilizá-lo. Em julho, o projeto se estenderá a todas as outras. Mas ainda há gestores com dúvidas sobre que adaptações precisam ser feitas, bem como sobre o funcionamento do próprio sistema.
Por isso, a ABRH-RJ convidou representantes do Ministério do Trabalho, da Receita Federal, do INSS e da Caixa Econômica para participarem da mesa de abertura do II Fórum de Remuneração, que será realizado nos dias 5 e 6 de outubro, no auditório da FIRJAN. Eles vão esclarecer as incertezas que preocupam as organizações.
O eSocial apresenta uma nova forma de se enxergar o ambiente empresarial, ou seja, uma visão unificada da organização. Diferente da que se tem atualmente. Assim, as empresas deverão fomentar uma visão de conjunto por parte de seus colaboradores, em que os vários setores terão que trabalhar da forma mais entrosada possível”, avalia o coordenador do eSocial para o Ministério do Trabalho no Rio de Janeiro, João Desterro.
Uma das orientações que Desterro costuma destacar é a de que, primeiramente, as empresas precisam adequar os seus sistemas para que eles possam estar compatíveis com o eSocial. Ou mesmo adquirir novos sistemas, caso haja incompatibilidade. Porém, a complexidade dessa adaptação exige a participação não somente do RH, mas também de outros setores das organizações, como TI e Jurídico.
Gestão da força de trabalho
Um dos destaques do segundo dia do Fórum será a palestra do professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), José Hipólito, sobre a gestão da força de trabalho. Hipólito alerta que há empresas que pensam o tema de forma pontual, e não como um processo contínuo. Entretanto, a falta de gerenciamento adequado resulta em várias implicações. Uma equipe superdimensionada pode, por exemplo, afetar substancialmente a estrutura de custos. Por isso, antes de se solicitar aumento de quadro, deve-se avaliar se não há sobreposição entre as atividades que são executadas na organização.
“Para nos dar suporte a essa reflexão sobre a necessidade de quadro, podemos apontar dois referenciais. Para o dimensionamento quantitativo, a referência são os estudos de produtividade e para o qualitativo, podem ser utilizados parâmetros de competências, mas, sobretudo, modelos relacionados a níveis de complexidade do trabalho”, explica o coordenador do Ministério do Trabalho, adiantando algumas das questões que serão aprofundadas no Fórum.
Matéria publicada na coluna Gestão de Pessoas, da ABRH-RJ.