Grendene tem receita líquida de R$ 539,4 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 3,7% ante o 1T23
Com desempenho positivo no mercado interno, as marcas da companhia apresentaram bom giro nos pontos de venda no final de 2023

Sapatos (Foto: Gopal Samy/SXC.Hu)

Entre janeiro e março de 2024, a receita líquida da Grendene registrou crescimento de 3,7% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, totalizando R$ 539,4 milhões. O EBIT recorrente, indicador que representa o resultado operacional da companhia, somou R$ 98,4 milhões, um aumento de 32% se comparado ao mesmo período de 2023. O resultado líquido foi de R$ 139,7 milhões, 13,5% maior do que no 1T23. Já a receita bruta por par ficou em R$ 23,43, avanço de 4,0% em comparação com os três primeiros meses do ano passado.

Esse desempenho foi impulsionado pelo mercado interno que registrou um aumento de 6,7% na receita bruta, totalizando R$ 528,3 milhões, e um aumento de 4,6% no volume, alcançando 22 milhões de pares. A receita bruta por par no mercado doméstico expandiu 1,9% para R$ 24,05, devido ao reajuste de preços concedido em fevereiro de 2024 e ao mix de produtos com maior valor agregado.

“O resultado positivo no primeiro trimestre de 2024 no mercado brasileiro se deve, principalmente, às reposições acima das nossas expectativas, especialmente na tabela de janeiro de 2024, reflexo do bom giro das nossas marcas nos pontos de venda no final de 2023, e ao bom momento da Melissa”, explica Alceu Albuquerque, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Grendene.

Embora o desempenho no mercado interno, em termos de sell in, tenha sido positivo no 1T24, o início do ano apresentou um cenário mais desafiador no que diz respeito às vendas na ponta (sell out) para as marcas que compõem a Divisão 1, tanto no canal varejo como nos distribuidores. A Melissa apresentou um crescimento bastante positivo no sell out nos primeiros três meses do ano, registrando avanço de 21,0% em volume.

“Foi um desempenho bastante consistente, visto que os clubes Melissa registraram aumento do sell out em todos os meses do trimestre, em todas as regiões do Brasil e com maior fluxo de clientes nas lojas”, afirmou o executivo.

Na visão por segmento, o crescimento do sell in das marcas da Divisão 1 foi puxado pelo forte desempenho da linha masculina, que avançou 21,7% em receita e 29,5% em volume em comparação ao 1T23. Outro segmento que apresentou desempenho positivo foi o feminino, registrando expansão de 12,3% e 3,7% em receita e volume, respectivamente, assim como incremento de 8,4% no preço médio por par vendido.

Em Ipanema, foi observada retração de 20,6% na receita bruta, de 7,2% no volume de vendas e de 14,5% no preço médio, em relação ao sell in do mesmo período do ano anterior. A redução no preço médio é atribuída ao embarque de um mix de produtos mais econômico, especialmente devido ao decréscimo da participação do arquétipo sandália.

De janeiro a março de 2024, foram embarcados 6,3 milhões de pares para o mercado internacional, gerando R$ 134,1 milhões em receita bruta, valor 17,5% menor do que o do mesmo período do ano passado e o volume também recuou em 23,2%. ” Mesmo com o recuo dos embarques internacionais, o nosso share sobre as exportações de calçados brasileiros cresceu de 21,4% para 22,8%, 1,4 pp, dado que a queda das exportações da Companhia foi inferior à queda do setor como um todo, o qual recuou 22,8% e 28,0% em dólares e volume, respectivamente”, pontuou o diretor.

O início do ano foi marcado por uma diminuição nas exportações da Companhia, reflexo da persistência do ambiente adverso no mercado internacional. As crises políticas e econômicas, especialmente nos países da América Latina, e a inflação elevada em vários mercados importantes têm afetado negativamente os embarques para destinos internacionais. Além disso, o retorno mais forte das exportações de calçados chineses adiciona uma camada de complexidade ao cenário.

O lucro bruto da Grendene teve um acréscimo de R$ 22,3 milhões e totalizou R$ 240,4 milhões, incremento de 10,2%, ante o mesmo período de 2023. A margem bruta cresceu de 41,9% no 1T23, para 44,6%, neste 1º trimestre de 2024. A maior parcela deste resultado pode ser compreendida pelo aumento da receita líquida e pelo recuo dos preços das matérias-primas.

O EBIT (earnings before interests and taxes – lucro operacional antes dos efeitos financeiros) recorrente atingiu R$ 98,4 milhões, nos três primeiros meses de 2024, aumento de 32,0%, em comparação ao 1T23. A margem EBIT recorrente avançou para 18,2% (+3,9 pp), repercutindo a melhora do CPV no trimestre e a redução de despesas não recorrentes.

O resultado financeiro diminuiu 36,1% para R$65,1 milhões, efeito do menor saldo médio aplicado no período, fruto da distribuição de dividendos em maio de 2023, bem como um CDI médio inferior para o período.