Martha Rocha garante que não vai aumentar impostos se for eleita
Afirmação foi feita durante live realizada pela Associação Comercial do Rio de Janeiro

 

 

Da Redação

A delegada Martha Rocha, candidata à Prefeitura do Rio pela Coligação “Unidos Pelo Rio” (PDT-PSB), afirmou que não vai aumentar impostos se for eleita. O compromisso foi feito durante participação em live promovida pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) nesta quarta-feira (04). “Não há em nosso plano de governo qualquer ação de aumento de impostos”, garantiu a candidata, que apresentou propostas e respondeu a perguntas dos diretores da ACRJ. Ela se colocou aberta ao diálogo com o setor empresarial e propôs, caso eleita, realizar um novo encontro com a ACRJ, nos primeiros 30 dias governo, para ouvir as proposições que mais afligem o setor. “É importante estabelecer uma conversa transparente que para que se possa dizer o que pode e não pode ser feito e o que é viável a curto, médio e longo prazo”, destacou.

Comércio ilegal

Quando questionada sobre como agiria em relação à expansão comércio ilegal, Martha comentou que esse é o reflexo do abandono e desordem que caracterizam a cidade do Rio atualmente e que prejudicam principalmente os pequenos e médio empreendedores. “Eu moro na Tijuca há 25 anos e não posso aceitar que um comerciante antigo e tradicional do bairro, que tem uma loja de roupas na Praça da Saens Peña, tenha na sua porta alguém vendendo produto pirata. Isso não é admissível”, afirmou Martha.  Ela contou que é necessário trabalhar com o ordenamento, para criar espaços destinados ao comércio informal. Entretanto, a candidata foi firme ao dizer que não vai compactuar com o comércio de produtos piratas ou roubados. “Hoje o roubo de carga é um braço do tráfico de drogas.”, destacou Martha, que defendeu a ação articulada da guarda municipal com a polícia militar para atacar os depósitos clandestinos desses produtos. Além disso, ela também ressaltou a importância de desenvolver uma campanha de conscientização da população contra a compra de produtos roubados e piratas. “É preciso que entendam que isso fomenta a atividade criminosa”, afirmou.

Martha ponderou que muitas pessoas buscaram no comércio informal uma saída após perderem o emprego com a crise econômica que já assolava o Rio e que piorou com a pandemia. Por isso, ela defendeu que é fundamental que a prefeitura cumpra a sua função de ordenar a cidade, mas também desempenhe a responsabilidade social de trazer essas pessoas de volta para o mercado formal. Criação de cooperativas, fomento a pequenos empreendedores e ajuda na qualificar das pessoas foram algumas das ações que ela destacou. “Eu digo sempre que a prefeitura é uma incubadora de oportunidades. Um exemplo é a água sanitária, que é um produto utilizado em qualquer administração. É possível, por exemplo, criar uma cooperativa para produção desse item e, assim, tirar essas pessoas da informalidade e colocar em uma atividade regulamentada. Elas deixam de ser ambulantes e se tornam empreendedoras”, contou.

Recuperação do Centro do Rio

Martha manifestou sua preocupação com a situação do Centro do Rio. “É um retrato do abandono de toda a cidade”, afirmou, ao criticar o descaso do atual prefeito com a região. Ela lamentou a falta de ações de assistência social da prefeitura para acolher os moradores de rua. Entre os projetos de seu plano de governo voltados para a região, ela destacou o Porto Cidade Criativa, que pretende trabalhar com a conectividade e trazer para o Rio empresas de comunicação, tecnologia e startups, no trecho entre o Porto e a Ilha de Fundão. Ela também comentou sobre a possibilidade de fazer uma ligação da Orla Conde aos armazéns, para tornar esse espaço atrativo às empresas de tecnologia e inovação. Para ela, a revitalização do Centro também é fundamental para voltar a atrair turistas e eventos.

A candidata ainda ponderou que a pandemia provocou um esvaziamento do Centro, com muitas empresas adotando novas modalidades de trabalho. Ela ponderou que é preciso pensar na possibilidade de aproveitar prédios que eram comercias para transformá-los em residenciais. “Discutir a questão de habitação de interesse social, que é um projeto já existente e que tem que ser visto sob a ótica do plano diretor da cidade do Rio”, destacou Martha.

Turismo

Ao falar sobre a importância do Turismo para a cidade, Martha observou que a atividade pode ser a chave para retomada mais imediata da economia do Rio. Para ela, é inaceitável que se repita o ocorrido este ano, quando São Paulo recebeu mais turistas no Carnaval do que o Rio. Ela apontou que isso é resultado da falta de organização e articulação. “Eu não sei sambar, mas tenho apreço pelo carnaval”, brincou a candidata ao ressaltar a importância do principal evento cultural do Rio. Ela contou que não vê problema na prefeitura apoiar as escolas de samba, mas defendeu que haja contrapartidas das agremiações. Ela cogitou, por exemplo, o uso dos espaços de convivência das escolas pela prefeitura para projetos destinados à terceira idade, de reforço escolar, esportivos e culturais. “Dinheiro público pressupõe o interesse público. É uma rua de mão dupla. Então é preciso que se possa ter projetos com a prefeitura para fortalecer a comunidade que está inserida naquela atividade da escola de samba”, pontuou a candidata. Ela também defendeu a importância de ações que estimulem o turismo por toda a cidade. Martha citou como exemplo o Parque do Medanha, em Campo Grande. Outra necessidade é o de desburocratizar a cidade, para atrair mais eventos. “Eu já acompanhei uma palestra do Medina, que disse que no Rock in Rio Lisboa ele precisa apresentar cinco certidões. Aqui no Rio, são mais de 40. É preciso mudar isso”, afirmou.

Questão financeira do município

Ao falar sobre a situação financeira do Rio, Martha se comprometeu a não aumentar nenhum imposto. “Eu tenho a clareza de que aumentar imposto não resolverá nada”. Aumentar a carga tributária só estrangularia ainda mais as empresas e cidadãos que já sofrem com a crise econômica. Ela contou o caso de um dono de restaurante em Campo Grande que comentou que pagava R$ 20 mil de IPTU e passou a pagar R$ 80 mil. “

Para Martha, o fundamental é fazer uma correção de rumos. “Um guardião não pode ganhar mais do que um médico ou professor”, destacou a candidata durante a live, relembrando o caso denunciado pela TV Globo de uso do dinheiro público pela prefeitura para pagar pessoas que impediam o trabalho da imprensa. A correção de rumos defendido por ela passa por cortar custos e usar o dinheiro público de forma racional. Ela observou que é preciso rever contratos, cobrar dos grandes devedores e facilitar o acordo dos pequenos devedores, para que possam quitar suas dívidas. “É preciso cortar na carne”, afirmou, citando o seu exemplo na assembleia legislativa. Os deputados estaduais têm direito a uma verba de 26 mil reais por mês, mas Martha se recusou a receber esse dinheiro. Em 14 meses, a assembleia economizou 500 mil reais. “Quem tem que pagar a conta do meu telefone, da minha gasolina sou eu”, disse.