Principais golpes virtuais para estar atento em 2024
Clonagem do WhatsApp e de cartões são alguns exemplos de fraudes comuns; saiba como identificar os golpes e se proteger

Um estudo realizado por um grupo de empresas apontou que o Brasil é o segundo país com mais crimes digitais na América Latina, ficando atrás apenas do México. De janeiro a setembro de 2023, por exemplo, mais de 80 mil brasileiros foram vítimas de golpes online, de acordo com o levantamento. As estatísticas preocupam e acendem um alerta para o novo ano que se inicia.
Por isso, a Netfive, empresa de TI especializada em segurança da informação, selecionou quatro principais golpes virtuais para estar atento em 2024. A empresa também elencou algumas dicas sobre como se proteger dessas fraudes e não se tornar uma vítima delas. Confira:
Clonagem do WhatsApp
Este golpe tem como objetivo obter os contatos da vítima, permitindo a extorsão ao se passar pelo verdadeiro dono do número. O processo começa com o criminoso adquirindo o número de telefone da vítima. Posteriormente, o fraudador tenta ativar o WhatsApp em seu próprio dispositivo.
Para efetivar esse procedimento, o golpista entra em contato com o usuário, fingindo ser um representante de uma plataforma de publicidade ou de empresas conhecidas. Eles usam o pretexto de precisar ativar um anúncio ou confirmar detalhes do cadastro.
O golpista então solicita um código de 6 dígitos, enviado por SMS à vítima. Este código concede acesso ao WhatsApp do usuário. Com o controle da conta, o criminoso se passa pela vítima, pedindo dinheiro aos contatos que, acreditando estar ajudando o amigo ou parente, acabam transferindo quantias para a conta bancária do criminoso, tornando-se vítimas também.
Sites falsos
Os criminosos criam sites falsos para a venda de mercadorias, principalmente eletrônicos e eletrodomésticos, usando endereços semelhantes aos de empresas famosas. Eles alteram apenas o final do endereço eletrônico ou trocam algumas letras, para reduzir a suspeita.

A aparência do site é idêntica ou muito semelhante a sites conhecidos, aumentando as chances de enganar a vítima. Esse tipo de golpe costuma aumentar durante períodos festivos e promocionais, como a Black Friday, por exemplo. Ao efetuar a compra, a vítima pensa estar adquirindo um produto ou serviço de uma empresa séria, quando, na verdade, trata-se de uma fraude em que o valor é transferido para criminosos.

Cartões de crédito clonados

O golpista entra em contato com a vítima, se apresentando como funcionário de um banco ou administradora de cartão de crédito, induzindo a vítima a fornecer informações pessoais. Ele costuma informar à vítima sobre uma transação suspeita e solicita a confirmação. Quando a vítima nega as transações e pede o cancelamento, o “funcionário” sugere uma possível clonagem, levando a vítima a ligar para o serviço de atendimento ao cliente da empresa.

O golpista, no entanto, permanece na linha e não encerra a ligação. Em vez disso, uma mensagem gravada, aparentando ser do banco, é reproduzida. Acreditando estar falando com um representante legítimo, a vítima fornece informações pessoais e do cartão de crédito, incluindo senha e o código verificador (os três dígitos de segurança no verso). Com essas informações, os criminosos usam o cartão da vítima para fazer compras não autorizadas.

Sequestro falso
Nesse tipo de crime, o golpista, normalmente já preso, liga aleatoriamente para alguém, alegando ter sequestrado um parente, assustando e exigindo um resgate. Usando uma voz simulada de choro e medo, o criminoso chama a mãe ou o pai, dizendo que o sequestro ocorreu. Assustada, a pessoa que atende ao telefonema costuma mencionar o nome de um filho, sobrinho ou alguém próximo, mesmo sem perceber. Quando isso acontece, a própria vítima começa a fornecer informações que ajudam o criminoso a completar o golpe.
Com esses dados, o golpista faz a pessoa acreditar cada vez mais que se trata de um sequestro verdadeiro. A partir daí, mantém a vítima na linha e pede transferências bancárias para a conta de algum laranja.
Como se proteger
“À medida que a tecnologia avança, os métodos empregados pelos cibercriminosos também evoluem, tornando a educação e a conscientização essenciais no combate dos golpes online”, afirma Henrique Schneider, CEO da Netfive. Para o especialista, manter-se informado, ter cautela e não agir de forma impulsiva, são algumas das principais formas para evitar se tornar uma vítima dos golpistas, mas há ainda outras orientações:
  • Habilite a verificação em duas etapas no WhatsApp, localizada no menu “Conta” e em “Confirmação em duas Etapas.”
  • Evite compartilhar códigos recebidos por SMS. Caso tenha fornecido o código aos golpistas, envie um e-mail à plataforma solicitando a desativação temporária da conta.
  • Desconfie de mensagens de contatos pedindo o envio de dinheiro e verifique a veracidade diretamente com a pessoal que pediu, por ligação ou pessoalmente.
  • Examinar cuidadosamente o endereço eletrônico ao realizar compras online.
  • Efetue pagamentos apenas após confirmar diretamente com a pessoa, mesmo que seja um perfil conhecido, por exemplo.
  • Observe selos e certificados de segurança no site e pesquise a reputação da empresa nas redes sociais.
  • Desconfie de ofertas com preços muito abaixo do mercado e de sites que só aceitam pagamento por boleto ou transferência.
  • Instituições financeiras não recolhem cartões dos clientes. Corte sempre o chip ao descartar o cartão.
  • Bancos também não solicitam informações sensíveis por telefone; não forneça dados.
  • Em caso de suspeita sobre clonagem e compras não autorizadas, procure diretamente a agência bancária ou entre em contato com o gerente de conta.
  • Mantenha a calma e não mencione os nomes reais para não fornecer informações úteis aos criminosos.
  • Não divulgar informações pessoais ou familiares, como endereço, ganhos financeiros ou detalhes bancários.
  • Peça a alguém próximo para verificar o estado da suposta vítima.
  • Desligue o telefone assim que confirmado que o familiar está seguro, pois os criminosos provavelmente não ligarão novamente.