Da Redação
A madrugada da última quarta-feira, dia 24, parecia ser mais um dia comum na emergência 24 horas do Hospital Santa Helena, em Brasília. Até que o ex-deputado Raad Massouh chegou à recepção do hospital. O ex-parlamentar, que teve o mandato cassado em 2013, estava com ânimo alterado e agressivo e contava com a presença de assessores que o filmavam enquanto confrontava funcionários do local. Ele quebrou uma tela de computador. A agressão seria por causa de uma suposta má conduta do hospital, a qual Raad foi incapaz de comprovar.
Atendimento rápido na emergência
Na noite de terça-feira, um paciente de 76 anos deu entrada no pronto-socorro com quadro disártrico, dificuldade de fala e perda de força; sinais típicos de princípio de AVC. A equipe, uma das mais bem preparadas do Distrito Federal, prontamente iniciou sua triagem. Após dez minutos da entrada na emergência, ele já havia passado pelo emergencista, neurologista e encaminhava-se para realização de tomografias e ressonâncias, seguindo o protocolo de alto nível da unidade.
O atendimento foi bem sucedido e o paciente se encontrava estável em um box do pronto-socorro. Seguindo o cronograma estipulado, duas horas após o serviço, uma funcionária foi até a família do acamado e passou a estimativa de custo para uma internação por dez dias, tempo necessário para seus cuidados. O valor inicialmente assustou a família, que desejava retirar o paciente do hospital. Mas, após ouvir recomendações da equipe médica do SAMU, decidiram permanecer.
Invasão e agressão
Vinte minutos após essa conversa, o ex-deputado distrital Raad Massouh invadiu o hospital, adentrando, inclusive, em áreas restritas da unidade, ignorando a presença de funcionários. Insultando a todos de diversas maneiras, Raad criou caos e confusão, apontou o dedo para enfermeiras e atendentes e, em dado momento, quebrou aparelhos eletrônicos no local. O ex-parlamentar insinuou que o hospital teria solicitado um cheque caução e negado atendimento ao paciente até que o valor fosse pago.
O atendimento, que foi feito sem nenhum sinal financeiro e, muito menos, cobrança, desde a entrada na emergência até a conduta final, durou 58 minutos. É um tempo de excelência e que segue os padrões dos melhores hospitais do mundo. Sem a devida atenção, provavelmente o paciente teria ido a óbito. A atitude abusiva e infundada de Raad Massouh assustou funcionários e pacientes que estavam no local. Após um atendimento exemplar, o hospital era falsamente acusado de negar ajuda. Até o momento, o ex-parlamentar não conseguiu comprovar suas acusações.
O quadro do paciente era tão grave que um médico do SAMU se recusou a levá-lo para unidade pública. Após a família ouvir o valor estimado para internação e decidir tirar o acamado do hospital privado, ligaram para o serviço público. Chegando ao Hospital Santa Helena, no entanto, o médico responsável pelo transporte entendeu que o paciente estava sendo muito bem conduzido e uma possível transferência poderia piorar seu caso, se recusando a realizá-la.
Na quarta-feira, o enfermo foi encaminhado para Unidade de Tratamento Intensivo do hospital mesmo sem qualquer sinalização de pagamento, demonstrando o comprometimento em ajudá-lo. Horas depois, no entanto, teve a transferência concluída para um hospital de menor porte a pedido da família, completando sua estadia no Hospital Santa Helena.
Fica comprovado o ótimo protocolo da unidade para casos princípios de AVC e uma bela conduta de funcionários e enfermeiros ao exercer sua profissão. A revolta e lamentação são pelas cenas protagonizadas por Raad, que demonstra total descontrole emocional e desrespeito com a instituição e profissionais da saúde.