Valor da produção agropecuária cai 2,5%

O valor bruto da produção agropecuária (VBP) de 2018 foi estimado em R$ 579,8 bilhões, informou hoje (24) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo os cálculos, as lavouras devem apresentar faturamento bruto de R$ 384,2 bilhões e a pecuária de R$ 181,3 bilhões. Em termos absolutos, o valor representa uma queda de 2,5% em relação ao ano passado. A redução do valor real das lavouras em relação ao ano passado é de 1,2 % e da pecuária, de 5,1 %.

A queda de valor na pecuária foi o fator decisivo para a redução do VBP este ano. O recuo no setor corresponde a R$ 10 bilhões, e a maior parte do impacto foi registrado na carne suína. De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do ministério, José Garcia Gasques, todos os produtos estão em queda de valor, mas as maiores ocorrem, além da carne suína, no frango, leite e ovos.

Preços menores para produtos importantes na formação do VBP como café, cana-de-açúcar, laranja, uva, mandioca, feijão, e arroz, também afetaram os resultados. Além disso, a perda de produtividade da atual safra é de 5,2%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimentos (Conab).

Lavouras

Os melhores resultados são observados em seis produtos: algodão, com alta real de 44,4 %; cacau, alta de 27,6 %; café (7,9%); soja (10,6%); tomate (10,9%) e trigo (79,2%).

Uma relação maior de produtos vem obtendo resultados abaixo do que no ano passado. Os mais afetados são: amendoim (-14,1%), arroz (-18 %), banana (-8,7%), batata-inglesa (-5,4%), cana-de-açúcar (-10,7%), feijão (-30,2%), laranja (-19,4%), mandioca (-17,8%), milho (-10,8 %) e uva (-26,8 %).

Os resultados do VBP regional mostram que os estados de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul geram 59,3% do valor.

Exportações do setor agropecuário crescem mais de 150% em um ano

O indicador mensal de Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre/Icomex), que traz os principais dados da balança comercial brasileira, mostram aumento de 31,7% no volume exportado no país em outubro último, em comparação a outubro do ano passado. Já o volume das importações no mesmo período cresceu 26%.

Os dados divulgados pela FGV revelam crescimento de 151% no volume exportado pelo setor agropecuário. O resultado é recorde e supera o de setembro, que também já havia sido recorde e, consequentemente, todas as variações registradas nos meses anteriores entre 2016 e 2017.

Já a indústria de transformação apresentou a segunda maior variação, com crescimento de 25,7%, superando pela primeira vez no ano o crescimento das exportações da indústria extrativa, que fechou em outubro com crescimento de 21,4% sobre o mesmo mês do ano passado.

Os destaques da indústria de transformação foram as vendas de automóveis para os mercados da América do Sul e para novos mercados, como a Arábia Saudita, justificando, segundo a FGV, “o bom desempenho do setor de bens duráveis da indústria de transformação”.

Os dados indicam que o preço das exportações aumentou em relação a setembro e cresceu 4,7% na comparação entre os meses de outubro de 2016 e 2017. “As principais contribuições para esse aumento foram do minério de ferro, com crescimento de 51% e petróleo e derivados (17,3%).

As contribuições foram importantes para o saldo positivo na balança, uma vez que o preço de alguns dos principais produtos agrícolas caiu, como foi o caso do complexo da soja, cujo recuou chegou a 10,3%.

A nota da FGV indica ainda que, no caso das importações, a liderança no volume importado coube aos bens semiduráveis, que chegou a crescer 34%, seguido dos bens duráveis, com expansão de 26%.

A FGV também observou desaceleração no ritmo de crescimento das importações de capital em relação ao resultado da comparação mensal de setembro, passando dos 71,5% da comparação setembro 2016/setembro 2017 para 25,6% entre outubro 2016/17.

“Observa-se, porém, que é o terceiro resultado seguido de variação positiva, o que sinaliza uma possível recuperação da taxa de investimento da economia”, ressaltou a nota da FGV.

Estimativa de produção cresce e safra deve ser 25,1% maior

A estimativa de março para a safra de grãos de 2017 é ainda maior que a de 2016, e a produção total deverá ter expansão de 25,1%. Em fevereiro, os cálculos apontavam para uma produção maior: 2,7% no volume da produção (a maior da história) e 0,6% na área a ser colhida.

Os dados fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de março, divulgado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro. A terceira estimativa para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica que a produção total este ano será de 230,3 milhões de toneladas, contra as 184 milhões de toneladas produzidas na safra de 2016.

Também houve crescimento de 6,3% na estimativa da área a ser colhida, que deve atingir 60,7 milhões de hectares, contra 57,1 milhões de hectares do ano passado.

O arroz, o milho e a soja continuam sendo os três principais produtos da safra, representando 93,5% do total da produção e 87,7% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,5% na área da soja, de 14,8% na área do milho e de 3,9% na área de arroz. Quanto à produção, houve acréscimos de 15,9% para a soja, 13,9% para o arroz e 45,8% para o milho.

Também nas estimativas de março, Mato Grosso continua como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 25,3%, seguido pelo Paraná (18,3%) e Rio Grande do Sul (14,8%). Juntos, os três estados responderão por 58,4% do total nacional previsto.

Outros estados importantes na produção de grãos foram Goiás (9,9%), Mato Grosso do Sul (7,5%), Minas Gerais (5,9%), São Paulo (3,5%), Bahia (3,4%), Santa Catarina (2,9%) e Maranhão (2,1%), que integram também o grupo dos dez maiores produtores do país.

Outra constatação é que o Centro-Oeste continua como a maior região produtora do país, respondendo por 43% do total da produção nacional. Depois, aparecem as regiões Sul (36,1%), Sudeste (9,5%) e Nordeste (9,5).

Produtos

Dentre os 26 principais produtos envolvidos na pesquisa do IBGE, 15 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior, com destaque para o algodão herbáceo em caroço, cuja produção será 7,3% maior, amendoim em casca segunda safra (35,7%), arroz em casca (13,9%), feijão em grão primeira safra (38,5%), feijão em grão segunda safra (37,7%), milho em grão primeira safra (24,4%), milho em grão segunda safra (59,2%) e soja em grão (15,9%).

Na outra ponta, entre os 11 produtos com variações negativas, aparecem amendoim em casca primeira safra (-2,4%), aveia em grão (-21,3%), batata-inglesa terceira safra (-16,1%), café em grão – arábica (-16,1%), laranja (-7,3%) e trigo em grão (-13,8%).