A Alemanha é o quarto país com mais casos do novo coronavírus. No entanto, o número de mortes não se aproxima da realidade vivida em países como a Itália, Espanha, França, o Reino Unido ou os Estados Unidos. Nas últimas 24 horas, foram registrados 2.866 novos casos e mais 315 mortes.
A chanceler Angela Merkel anunciou, nessa quarta-feira (15), a reabertura parcial de alguns espaços comerciais na próxima semana e o regresso gradual às aulas, a partir do início de maio. Ela lembrou, no entanto, que o sucesso do país em conter o vírus é “frágil”, e que a população deve usar máscaras e manter o distanciamento tanto quanto possível. Eventos desportivos e concertos vão ficar suspensos até setembro.
No total, há confirmação de pelo menos 130.583 casos e 3.569 óbitos. A França, por exemplo, tem praticamente o mesmo número de casos confirmados da infecção pelo novo coronavírus, mas 17.188 mortes.
A maior economia da União Europeia tenta, nas próximas semanas, uma retomada progressiva de alguma normalidade. Em entrevista, a chanceler alemã anunciou a reabertura de alguns espaços comerciais até 800 metros quadrados a partir de segunda-feira (20).
As escolas deverão começar a reabrir a partir de 4 de maio, com prioridade para os alunos que frequentam os últimos anos do ensino primário e secundário. Prevê-se também que os cabeleireiros possam abrir nessa data, assim como os locais de revenda de automóveis, lojas de bicicletas e livrarias.
Angela Merkel alertou que o sucesso alemão é débil e pode desfazer-se. “Estamos avançando em pequenos passos. Esta é uma situação frágil em que é necessário ter extrema precaução, não exuberância”, afirmou.
Covid-19: Alemanha prepara alívio gradual das restrições
Guaidó pede que Alemanha reconheça seu representante no país
O líder oposicionista venezuelano, Juan Guaidó, pediu à Alemanha que reconheça Otto Gebauer como embaixador em Berlim do autoproclamado governo interino da Venezuela. O pedido foi feito em meio à tensão diplomática gerada com a expulsão do representante alemão de Caracas.
O Ministério do Exterior alemão confirmou nessa quinta-feira (7) a solicitação feita por Guaidó e afirmou que pretende entrar em contato com Gebauer. O indicado é um ex-militar que esteve envolvido numa tentativa de golpe de Estado contra o antecessor de Nicolás Maduro, Hugo Chávez, em 2002.
Apesar de o governo alemão não reconhecer mais Maduro como presidente legítimo da Venezuela, o indicado pelo governo venezuelano como embaixador em Berlim, Ramon Orlando Maniglia Ferreira, ainda não foi destituído. “No momento, não conduzimos conversas políticas com o embaixador”, destacou, no entanto, o Ministério do Exterior alemão.
Já o embaixador alemão em Caracas, Daniel Kriener, foi expulso do país. O governo de Maduro alegou “recorrentes atos de ingerência em assuntos internos do país” para justificar a decisão. A Alemanha afirmou que a medida não mudara seu apoio a Guaidó.
O embaixador alemão compareceu na última segunda-feira, junto com outros diplomatas, ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Caracas, para receber o líder da oposição e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, e apoiá-lo caso houvesse uma tentativa de detê-lo.
Reconhecido por mais de 50 nações como presidente interino da Venezuela, Guaidó, de 35 anos, encerrou no Equador uma turnê pela América Latina que incluiu ainda Colômbia, Paraguai, Argentina e Brasil, onde se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro.
No poder desde 2013, Maduro foi reeleito em maio passado em eleições não reconhecida por boa parte da comunidade internacional e que não contaram com a participação da oposição.
Em 23 de janeiro, Guaidó recorreu à Constituição venezuelana para argumentar que, como chefe do Parlamento, tem autoridade para se autodeclarar presidente interino ao considerar que Maduro está “usurpando” a Presidência.
A Alemanha anunciou reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela no início de fevereiro, junto com vários países europeus – entre eles a França, Espanha e o Reino Unido. Os governos europeus encarregaram o líder da oposição de convocar novas eleições presidenciais credíveis.
Angela Merkel é eleita para quarto mandato como chanceler da Alemanha
Angela Merkel foi eleita, nesta quarta-feira (14), chanceler da Alemanha pela quarta vez, com votos da maioria absoluta dos Bundestag (Câmara Baixa), após reeditar o acordo de grande coalizão entre conservadores e social-democratas. A informação é da Agência EFE.
Quase seis meses depois das eleições gerais, ela recebeu o apoio de 364 deputados dos 692 presentes no plenário, enquanto 315 votaram contra, nove se abstiveram e quatro anularam.
“Aceito a eleição”, disse Merkel, perante o presidente da Câmara, Wolfgang Schauble, que lhe desejou “força e sucesso” para enfrentar as “grandes tarefas” da legislatura.
Entre a União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler, a União Social-Cristã na Baviera (CSU) e seus parceiros do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) somam 399 cadeiras.
Após o resultado da apuração, a chanceler recebeu cumprimentos dos parlamentares e dos convidados, entre eles ministros da antiga legislatura, futuros membros do gabinete, seu marido, Joachim Sauer, e sua mãe, Herlind Kasner.
A líder do CDU vai agora para a sede da presidência do país, o Palácio de Bellevue, para ser oficialmente nomeada chanceler pelo chefe do Estado, Frank-Walter Steinmeier, e depois voltará ao Parlamento para jurar o cargo.
Merkel conseguiu acabar com os quase seis meses de bloqueio político que se seguiram às eleições do dia 24 de setembro do ano passado, que deixaram um panorama fragmentado e poucas opções para formar um governo estável pela queda dos dois grandes partidos – conservadores e social-democratas – e o surgimento da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD).
Ela recorreu novamente aos social-democratas para sua quarta legislatura, com quem já se aliou em seu primeiro mandato (2005-2009) e o terceiro (2013-2017), após a assinatura formal, na última segunda-feira (12), do novo pacto de governo, resultado de uma negociação complexa.
A grande coalizão sai como a primeira força de oposição para o AfD, com 92 cadeiras; seguida pelo Partido Democrático Liberal (FDP), com 80; A Esquerda, com 69; Os Verdes, com 67, e dois independentes, separados da direita radical.