Inteligência artificial, Big Data, tecnologia da informação, robótica, processos digitais e tantas outras tecnologias habitam nosso dia a dia, transformando completamente nossas formas de viver, mercados, processos e, principalmente, as relações interpessoais. Essa tão comentada Indústria 4.0 ou quarta revolução industrial, como diz Klaus Schwab, impacta a todos, até mesmo aqueles que não trabalham diretamente com indústrias de tecnologia ou automação e traz intrínseca uma dura realidade: “não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”, como já dizia Charles Darwin.
Vivemos a era da adaptabilidade, afinal com todas essas transformações o mundo está cada vez menor e a convivência intensa com equipes globalizadas e multiculturais é inevitável. Logo, o líder deve ter maestria não só em relação à produtividade e ao engajamento dos colaboradores como também no que diz respeito à adaptação a novas culturas. Mas tudo isso de forma ágil, já que a roda do mundo não para de girar.
Dessa forma, com a adoção desse comportamento e o auxílio da tecnologia, será possível o executivo romper os silos da sua organização, ajudando os colaboradores a trabalharem com diversas culturas. Segundo a professora da universidade de Harvard, Heidi Gardner, empresas com mais colaboração entre fronteiras conseguem maior fidelidade do cliente e margens mais altas, ou seja, a inovação e a tecnologia não só transformam os negócios como também são dependentes da cooperação interdisciplinar.
Mas, para que isso realmente dê certo, primeiro é preciso que o líder seja o exemplo e saia da sua zona de conforto, se colocando no lugar do outro que possui crenças e valores diferentes dos seus. Isso significa enxergar com os olhos do próximo para que assim ele possa observar e analisar o seu próprio comportamento, verificando quais pontos a serem melhorados. Segundo um estudo de bandas de jazz e produções da Broadway, da Brian Uzzi, da Northwestern University, os líderes de equipes de sucesso tinham uma capacidade incomum de assumir os pontos de vista de outras pessoas, pois eles podiam falar as múltiplas “línguas” de seus companheiros de equipe.
Outro ponto fundamental para sobreviver nesse mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) é sempre desconfiar das próprias certezas, como por exemplo: “tenho certeza que se procedermos dessa forma será favorável para os negócios, mas desconfio disso”. Parece “loucura”, mas não é. Pois, nesse mundo volátil no qual vivemos a única certeza é a incerteza e só se manterão no mercado aqueles que nunca estiverem satisfeitos com suas certezas e que se questionam sempre. Até porque é através de pensamento crítico e dos questionamentos constantes que surgem as grandes inovações.
Então, só quando refletimos sobre nossos comportamentos e paradigmas e vemos pela perspectiva do outro é que conseguimos compreender as coisas ao nosso redor de maneira mais ampla. Sem falar que começamos a perceber que toda cultura possui algo em comum, até mesmo, hábitos e gostos. Já aqueles que não conseguem fazer esse movimento sozinho não precisam se desesperar. Afinal, podem contratar um coach que os ajudará na reflexão sobre os seus modelos mentais e quais pontos precisam ser adaptados ou transformados para viver nessa nova realidade.
O ambiente profissional multicultural, tecnológico e ágil não só é possível como também produtivo e agradável. Para isso, é preciso abrir os olhos para a grande oportunidade de aprender com o próximo que possui uma cultura diferente da nossa, bem como transmitirmos nossos valores. Adaptar-se, interagir e aprender é o tripé fundamental para sobreviver no ambiente organizacional cada dia mais diversificado, multicultural e dinâmico.