Presidente da Anahp afirma que é preciso mudar o modelo de remuneração da saúde

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Francisco Balestrin alerta que modelo atual causa desperdício e perda de vidas

Ao falar sobre “Os desafios do novo modelo de remuneração para o setor”, na manhã desta terça-feira (19), durante a 2ª edição do Seminário Novos Modelos para a Saúde, o presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin, observou que o sistema predominante na Saúde Suplementar brasileira, o chamado Fee for Service, cria condições favoráveis ao desperdício. Dados da OMS apontam que entre 20% e 40% de todos os gastos em saúde no mundo são desperdiçados por ineficiência. Porém, no Brasil, a situação é mais preocupante, pois o setor é baseado em um modelo de remuneração que estimula a utilização em excesso de insumos.

“Precisamos mostrar a luz na saúde com foco, para evitarmos trabalhar na área cinzenta que causa desperdício e perda de vidas. É necessário mudar, entendendo o papel do modelo de remuneração em um sistema centrado no cidadão”, destacou Balestrin.

O Seminário é promovido pelo jornal O Globo, no Museu de Arte do Rio (MAR).

O Ministério da Saúde adverte: política faz mal à Saúde

Os bastidores da engrenagem política brasileira nunca estiveram tão expostos. Se antes o silêncio acobertava certas práticas, o estardalhaço nos faz, agora, perceber com mais nitidez a interferência da corrupção e de interesses isolados em nosso percurso como sociedade.

Muito do que ocorre politicamente no Brasil acomete, com uma intensidade cruel, o bem da Saúde. E essa intromissão se manifesta de algumas formas. Toda vez que um projeto de lei ou medida provisória é anunciado, por exemplo, as câmaras legislativas se movimentam sobre esse tema. Alguns agem para defender o espírito do projeto – seja a diminuição de impostos, um novo benefício ao cidadão, uma discussão a respeito de normatização para operadoras de saúde ou um debate de patente de medicamentos. Mas há, também, grupos organizados à espreita de uma oportunidade para negociar contrapartidas financeiras.

Não faltam exemplos de agentes políticos que abraçam uma causa exclusivamente para auferir alguma vantagem econômica, para si ou para o grupo a que pertencem, aproveitando-se de interesses industriais e que representam, muitas vezes, bilhões de investimentos mundiais. O caso das empreiteiras, hoje em evidência, expressa perfeitamente essa dinâmica. Nós já estamos cansados de saber como isso funciona, não é verdade? E também sabemos que a Saúde é um palco óbvio e frequente de tais práticas. Sentimos como nunca a conexão desses episódios com o futuro que nos alcança.

Outra situação que atrasa os avanços no setor habita as chamadas agências reguladoras, que teoricamente deveriam minimizar a assimetria de informações e de poderes entre consumidores e indústria, ou provedores de serviços. Essas entidades têm o papel de atenuar as diferenças e, ao mesmo tempo, fomentar o segmento. No entanto, o que ocorre, atualmente, é a segregação de projetos, interesses e condutas entre as diretorias que compõem essas instituições. E o que mais elucida esta nossa reflexão: muitos estão lá por nomeação estritamente política.

As duas grandes agências que regulam a Saúde demonstram a mesma patologia política. Ainda que o sujeito seja indicado pelo setor e possua todas as qualificações recomendadas para tal posição, sempre existe, no desenho atual, a necessidade de um padrinho. Se não há esse consentimento, a indicação, por mais técnica, competente e unânime que seja, provavelmente não irá muito longe.

Essa é a famigerada nomeação usada para escambo político e empresarial. Com ela, vem a constante incerteza de que a estrutura política que ampara a Saúde representa, de fato, o cidadão.

Quando tomamos consciência do estágio de nação e de setor que vivenciamos, a defasagem em relação aos debates internacionais é ainda mais notória. A exemplo das reuniões do board da IHF, a International Hospital Federation, das quais participo, a mediação de interesses por órgãos reguladores, por exemplo, é um assunto de caráter técnico e assimilado. Já mais maduras, as discussões estão amparadas pelo entendimento de que toda ação tem por fim a garantia de cidadania e, claro, a estabilidade econômica como um todo. A pergunta feita nesses encontros é: como garantir uma assistência à saúde que seja satisfatória individualmente e que, ao mesmo tempo, cumpra com o pacto do acesso universal?

Eu gostaria de não mais precisar reforçar que a Saúde é extremamente sensível a gastos desnecessários, corrupção e visões fragmentadas, até porque movimenta trilhões de dólares em todo o mundo; que o aumento da longevidade do ser humano e das doenças terão impactos excepcionais na Previdência e no tratamento do paciente; que a revisão dos alicerces políticos é uma imposição. Mas, enquanto os cordões político, econômico e ideológico não tiverem uma visão ética e socialmente responsável como tecido condutor de suas operações, ainda teremos que falar sobre isso.

Francisco Balestrin é presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)

Presidente da Anahp fala sobre o hospital do futuro

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O cardiologista Evandro Tinoco, Balestrin, Knibel e o diretor da Amil Antonio Jorge Kropf

O presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin, falou, nesta sexta-feira (23), sobre “O Hospital do Futuro: o Futuro do Hospital” no encontro “Palestras de Excelência Médica”, promovido pelo Hospital São Lucas. O encontro teve a presença de representantes das entidades médicas, além das principais lideranças do setor de saúde.

Segundo o coordenador do evento, o médico Marcos Knibel, o debate sobre o atual modelo hospitalar e o uso das tecnologias em saúde estão na ordem do dia. “Devemos usar a tecnologia de ponta no ponto”, enfatizou Knibel.

Na avaliação do presidente da Anahp, o hospital do futuro precisará mudar sua forma de agir, mantendo-se flexível, respondendo rapidamente às demandas, buscando inovação e sempre trabalhando para equalizar qualidade, eficiência, segurança, custos e entrega de valor para o paciente.

“Esse contexto exige dos gestores investimento constante na ampliação das instalações, adaptação dos serviços, incluindo estrutura física e capacitação das equipes, bem como aquisição de novas tecnologias, com vistas a atender as demandas atuais. Isso tudo sem abrir mão do cuidado e da qualidade da assistência”, observa Balestrin.

“O Hospital do Futuro: O Futuro dos Hospitais” também será o tema central do 5º Conahp – Congresso Nacional de Hospitais Privados, que acontecerá de 22 a 24 de novembro, em São Paulo.

Sobre o São Lucas

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O HSL realiza 5 mil atendimentos de emergência por mês

Fundado em 1937, o Hospital São Lucas é um dos mais tradicionais da cidade e é modelo em medicina de alto padrão, com foco em atendimento de alta complexidade ao paciente adulto. A unidade realiza mensalmente 750 cirurgias, 140 procedimentos de hemodinâmica e mil internações.

O HSL é referência em diversas especialidades médicas, como cirurgia cardíaca, cirurgia vascular/endovascular, neurocirurgia, cirurgia de coluna, cirurgia de tórax, cirurgia geral, cirurgia bariátrica, cardiologia e radiologia intervencionistas, ortopedia e urologia, além de contar com um serviço de emergência 24 horas.

 

 

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Balestrin lembrou da preocupação constante de Edson Bueno em melhorar as condições do setor

 

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Cristina Mendes, do Hospital São Lucas, Francisco Balestrin e Marcos Knibel

Anahp promove seminário sobre futuro dos hospitais no Rio de Janeiro

Abrindo os debates para a edição 2017 do Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), que acontece em novembro deste ano, a Anahp vai realizar no dia 27 de abril, no Rio de Janeiro (RJ), o primeiro seminário do ano. Este ano, assim como o Conahp, o tema dos seminários será “O Hospital do Futuro: o Futuro dos Hospitais”, o evento vai acontecer no Prodigy Hotel Santos Dumont. Tanto o Conahp quanto os seminários deste ano serão pautados por três tópicos: do paciente ao indivíduo: a redefinição da entrega de valor; sistemas de saúde: as rupturas emergentes e o papel dos hospitais; inovação e futurismo: a tecnologia a nosso favor.

“Estamos preocupados com questões de mercado, mas a grande preocupação deve ser a assistencial. Os grandes hospitais do futuro investirão fortemente em mostrar o seu poderio assistencial”, disse Alceu Alves da Silva, Presidente do Comitê Científico do 5º Congresso Nacional de Hospitais Privados e Superintendente do Sistema de Saúde Mãe de Deus (RS).

Os Seminários Anahp, realizados duas vezes ao ano em diferentes regiões do Brasil, buscam ampliar a discussão de temas fundamentais para o sistema de saúde brasileiro. Os encontros representam uma ótima oportunidade para conhecer preocupações e necessidades de hospitais e entidades do setor.

“O Conahp é um evento que aborda temas estratégicos e providenciais à sustentabilidade do sistema de saúde. Temos o compromisso de levar essas discussões Brasil afora para que o debate seja cada vez mais colaborativo e abranja também os desafios e realidades regionais”, analisa Francisco Balestrin, Presidente do Conselho da Anahp.

Para esta edição no Rio de Janeiro, são esperadas mais de 500 pessoas, entre representantes da indústria, gestores de hospitais, operadoras, laboratórios e home cares, que debaterão formas de se preparar para os pacientes e as demandas de saúde do futuro, que exigirão mais eficiência e novas tecnologias.

A Anahp tem grande representatividade no estado do Rio de Janeiro com seus membros associados e afiliados, são eles: Casa de Saúde São José; Complexo Hospitalar de Niterói; Hospital Barra D’Or, Copa D’Or, Quinta D’Or e Rios D’Or; Hospital Pró- Cardíaco; Hospital São Vicente de Paulo; Hospital Vita Volta Redonda; Laranjeiras Clínica Perinatal e Pronep Lar.

Para se inscrever gratuitamente, basta clicar no link:  http://bit.ly/2nOFtiT  ­

 

Serviço

Seminário Anahp Rio de Janeiro
Dia 27 de abril de 2017 – das 8h00 às 16h30
Prodigy Hotel Aeroporto Santos Dumont
Av. Almirante Silvio de Noronha, 365 – Centro, Rio de Janeiro (RJ)