Fôlego para ONGs
Harley Henriques*

 

Harley Henriques é coordenador geral do Fundo Positivo

O enfrentamento da Covid-19 traz inúmeros desafios e expõe o quanto a pandemia causada pelo novo coronavírus é avassaladora na vida das pessoas menos favorecidas e mais vulneráveis.

Estamos falando da população ribeirinha, de refugiados que escolheram o Brasil para ter uma nova chance, do morador em situação de rua independente do motivo, de grupos que incentivam empreendedorismo em favelas, das pessoas com HIV carentes de apoio jurídico e que dependem de apoio assistencial, e tantos outros no nosso Brasil.

 

Um cenário de muita instabilidade e incerteza, mas que ajudou a acender a luz para que olhássemos para as organizações filantrópicas. Uma questão humanitária.  No dia a dia, são as organizações assistenciais  que ajudam a financiar projetos de diversas ONGs e chegar a essas pessoas necessitadas. E o desamparo dessas entidades que estão na linha de frente 365 dias do ano pode ter grande impacto social.

Desde março de 2020, início da pandemia, as organizações não fecharam as portas, pelo contrário, continuaram oferecendo os seus serviços de apoio. Isso porque é da essência do povo brasileiro ser solidário.

Mas é bem verdade que, apesar dos esforços e tentativas, essas entidades estão captando cada vez menos recursos que possibilitem o oferecimento destes trabalhos comunitários.

Porém, as doações das empresas privadas caíram drasticamente no ano passado. Ao mesmo tempo, após 1 ano de pandemia, o efeito econômico impactou mais esta população vulnerável.

Em 2020, o impacto nos projetos com HIV/Aids, LGBT, mulheres, com movimentos negros e também de população trans foi significativo e fez com que o Fundo Positivo financiasse projetos de COVID-19. No entanto, neste ano, a preocupação se acentuou ao perceber que a rede de apoiados era impactada, a ponto de ter sua missão organizacional ameaçada pela falta de recursos.

E por essa razão que o Fundo Positivo, organização que financia há 6 anos mais de 120 organizações sem fins lucrativos em todo o Brasil, ofereceu m apoio financeiro de forma emergencial. Assim, entidades filantrópicas conseguem manter em dia despesas com folha de pagamento, aluguel, contas de água e luz, neste período de pandemia de Covid-19.  Foram escolhidas 20 ONGs e cada uma recebeu um repasse de cerca de 40 mil reais.

Traz alento para nós saber que neste momento refeições estão sendo servidas à população que mais necessita, adolescentes do estado de São Paulo que vivem com HIV Aids têm condições básicas e estão mantidos na faculdade. E outras milhares de pessoas estão com as suas vidas impactadas de forma positiva.

Devemos incentivar, praticar a solidariedade e acreditar que o desenvolvimento social inspira atitudes positivas.