CVC Corp confirma ataque cibernético do tipo ‘ransomware’ e diz que está investigando efeitos
Esse tipo de ataque bloqueia os sistemas em busca do pagamento de um resgate

 

Por Felipe Laurence, do Valor Econômico

 

A CVC Corp confirmou nesta segunda-feira que foi vítima de um ataque cibernético do tipo “ransomware”, que bloqueia sistemas em busca do pagamento de um resgate, no último sábado.

A empresa fala que está investigando a extensão do ataque cibernético e seus efeitos e que, por conta disso, alguns de seus sistemas e ambientes ficaram indisponíveis, sendo certo que parte deles já foi reestabelecido.

“A companhia informa que investe continuamente para preservar a segurança dos seus sistemas, mantém atualizações frequentes de sua rede para evitar qualquer tentativa de invasão e faz uso de tecnologias com padrões rígidos de segurança, compatíveis com suas atividades”, informa.

Novo ataque virtual já fez 2.500 vítimas, aponta levantamento de empresa antivírus

Levantamento feito pela Kaspersky, empresa russa de antivírus, mostra que desde o início de maio até hoje o Adylkuzz fez 2,5 mil vítimas, das quais 50 estão no Brasil. Com base neste número e pela característica e intenção do vírus, especialistas em segurança digital descartam que esse ciberataque tenha o mesmo impacto na rede que o ocasionado pelo WannaCry, na última sexta-feira.

 Fábio Assolini, analista da Kasperky, em conversa com a reportagem do GLOBO, explicou que o Adylkuzz começou a invadir servidores no fim de abril para “minerar” a moeda virtual Monero. O minerador das moedas virtuais é um programa que faz de forma automática a validação das transações realizadas com aquela moeda. Mal comparando, é uma espécie de Banco Central. Como recompensa, o minerador, que emprestou o processador de sua máquina à moeda, é pago em moedas virtuais

— Portanto, é um ataque silencioso. O hacker invade os computadores, instala o minerador e o deixa trabalhando. Como recompensa, ele pago em sua conta virtual — resumiu Assolini.

Nilson Vianna, presidente da Smart Cyber, empresa do grupo Módulos, especializada em segurança digital, concorda com Assolini.

— Esse é um ataque subterrâneo. O hacker não quer ser descoberto, ele quer manter por meses sua mineração e ampliar seu ganho.