Instabilidade atinge sistemas do BC que processam PIX
Problema começou por volta das 20h32 e durou cerca de uma hora

Da Agência Brasil

A noite desta sexta-feira (3) está sendo de complicações para quem precisa transferir dinheiro. Uma instabilidade nos sistemas do Banco Central (BC) que processam as transferências via PIX interrompeu o serviço por pouco mais uma hora.

O problema, informou o BC, durou uma hora e 13 minutos e foi resolvido pouco antes das 22h. No entanto, os correntistas continuarão a ter dificuldades nas próximas horas por causa do fluxo represado de operações.

“Os sistemas do Banco Central do Brasil responsáveis pelo processamento do PIX apresentaram instabilidade entre 20h32 e 21h45. A partir das 21h45 os sistemas voltaram a operar normalmente. Possíveis lentidões podem ainda ocorrer em função do acúmulo de transações durante o período de instabilidade”, informou o BC à imprensa.

Segundo o site Downdetector, que monitora reclamações de serviços, durante quase todo o dia, o Banco Central (BC), que administra o PIX, não enfrentou problemas. Às 20h38, o número de reclamações saltou de 0 para 11 naquele minuto. O número de queixas simultâneas saltou para 56 às 20h48 e para 194 às 21h46.

Nos sites de bancos monitorados pelo Downdector, o padrão de reclamações está parecido, com as queixas disparando a partir das 20h40. A página acompanha as reclamações das seguintes instituições financeiras: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, Santander, Inter e bancos digitais como Nubank, Next e C6 Bank, entre outros.

Na maioria dos bancos, o volume de reclamações começou a cair por volta das 21h15, mas continua bastante acima da média. Na página do Banco Central, o pico ocorreu às 21h31, quando foram registradas 246 queixas simultâneas.

Banco Central corrige dados cambiais e país fecha 2022 no negativo
Erro na compilação de dados mostrou diferença de US$ 14 bi

Da Agência Brasil

Um erro na compilação dos dados da série histórica do fluxo cambial – volume de dólares que entram e saem do país – apontou uma diferença de US$ 14,5 bilhões. O Banco Central (BC) constatou inconsistências no ano de 2022 e também nos últimos três meses de 2021.

Após uma revisão das informações, o BC informou que, em 2022, o Brasil registrou uma saída de mais de US$ 3 bilhões em vez de uma entrada líquida de cerca de US$ 9,5 bilhões, informados anteriormente.

Quando há saída líquida, significa que mais dólares saíram do país do que entraram. Quando acontece o contrário, o resultado é uma entrada líquida da moeda americana no país.

Os dados de 2021 também apresentaram erro, com repercussão menor já que contemplam apenas os 3 últimos meses do ano. A diferença, nesse caso, foi de US$ 1,7 bilhão.

Já em 2022, o erro gerou um buraco de quase US$ 13 bilhões.

Em vídeo publicado ontem (26) nas redes sociais, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, pede desculpas pela falha.

Com o erro, o fluxo cambial de 2022 passa de positivo, baseado em dados incorretos, para negativo após a revisão.

Contas externas têm saldo negativo de US$ 10,9 bilhões em dezembro
Ano de 2022 fechou com saldo negativo de US$ 55,7 bilhões

Da Agência Brasil

As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 10,9 bilhões em dezembro do ano passado, informou hoje (26) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2021, o déficit havia sido de US$ 7,7 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A diferença na comparação interanual se deve ao superávit da balança comercial, que aumentou US$ 405 milhões, enquanto os déficits em serviços cresceram US$ 1,5 bilhão e em renda primária (lucros e dividendos) recuou US$ 2 bilhões.

Em 2022, o déficit em transações correntes é de US$ 55,7 bilhões, 2,92% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 46,4 bilhões (2,81% do PIB) no período equivalente terminado em dezembro de 2021.

Esse aumento, de US$ 9,3 bilhões, deveu-se às ampliações nos déficits de serviços (US$13 bilhões), e de renda primária (US$4,9 bilhões), compensadas parcialmente por aumento de US$8 bilhões no superávit comercial.

Balança comercial e serviços

A balança comercial de bens foi superavitária em US$ 3,2 bilhões em dezembro de 2022, ante superávit de US$ 2,7 bilhões em dezembro de 2021. As exportações de bens totalizaram US$ 27,4 bilhões e as importações de bens, US$ 24,2 bilhões, incrementos de 10,9% e 10,5% em comparação a dezembro de 2021.

As exportações de bens totalizaram US$ 27,4 bilhões em dezembro, aumento de 10,9% relação a igual mês de 2021. As importações somaram US$ 24,2 bilhões, incremento de 10,5% na comparação com dezembro do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 3,2 bilhões no mês passado, ante saldo positivo de US$ 2,7 bilhões em dezembro de 2021.

No ano de 2022, as exportações e as importações de bens registraram os maiores valores da série histórica e a corrente de comércio atingiu US$ 636,9 bilhões. As exportações de bens somaram US$ 340,7 bilhões, aumento de 19,9% relativamente aos US$ 284 bilhões de 2021, enquanto as importações de bens totalizaram US$ 296,3 bilhões, acréscimo de 19,6% em relação aos US$ 247,6 bilhões observados em 2021.

Já as exportações e importações no âmbito do Repetro (Regime aduaneiro especial para bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra de petróleo e de gás natural) somaram respectivamente US$ 1,3 bilhão e US$ 1,9 bilhão em 2022, ante US$ 1,1 bilhão e US$ 15,4 bilhões em 2021.

O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) totalizou US$ 4,6 bilhões em dezembro de 2022, aumento de 49,5% em relação a dezembro de 2021. No ano de 2022, o déficit em serviços somou US$ 40 bilhões, aumento de 48,4% comparativamente ao déficit de 2021, que foi de US$ 27 bilhões. Esse incremento decorreu, principalmente, das elevações nas despesas líquidas de transportes (US$ 5,8 bilhões) e de viagens (US$ 4,9 bilhões).

Rendas

Em dezembro do ano passado, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 9,7 bilhões, com ampliação de 25,7% ante os US$ 7,7 bilhões deficitários no mesmo mês de 2021. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior.

As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 6,7 bilhões, aumento de 26,1% em relação a dezembro de 2021. As despesas líquidas com juros somaram US$ 3 bilhões, ante US$ 2,4 bilhões em dezembro de 2021.

No ano de 2022, o déficit em renda primária totalizou US$ 63,9 bilhões, 8,3% acima do déficit de US$ 59 bilhões ocorrido em 2021. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$ 44,7 bilhões, 16,4% acima do valor observado em 2021, enquanto as despesas líquidas de juros somaram US$ 19,2 bilhões, ligeiramente inferiores aos US$ 20,6 bilhões de 2021.

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 5,6 bilhões no mês passado, ante os desinvestimentos líquidos de US$ 5,2 bilhões em dezembro de 2021.

No mês passado, houve ingressos líquidos em participação no capital de US$ 5 bilhões, como com compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram superávit de US$ 604 milhões no mês.

No ano, o IDP totalizou US$ 90,6 bilhões, correspondendo a 4,76% do PIB, em comparação a US$ 46,4 bilhões (2,82% do PIB) no mês anterior. O resultado representa o maior ingresso líquido do IDP desde 2012, quando o ingresso registrado foi de US$ 92,6 bilhões.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingresso líquidos de US$ 4,1 bilhões em dezembro de 2022, compostos por ingressos de US$ 2,1 bilhões em ações e fundos de investimento e entradas de US$ 2 bilhões em títulos de dívida.

No ano de 2022 os ingressos líquidos em carteira no mercado doméstico somaram US$ 6,4 bilhões (ingressos líquidos de US$10,9 bilhões em ações e fundos de investimentos e saídas líquidas de US$4,5 bilhões em títulos de dívida) ante ingressos líquidos de US$ 27,9 bilhões em 2021.

Já os investimentos diretos no exterior (IDE) apresentaram aplicações líquidas de US$ 3,7 bilhões em dezembro de 2022, ante desinvestimentos líquidos de US$ 6 bilhões em dezembro de 2021. No ano de 2022, os fluxos de IDE totalizaram aplicações líquidas de US$ 30,7 bilhões, ante US$ 16,2 bilhões em 2021. O resultado deveu-se, principalmente, às aplicações em participação no capital, que somaram US$ 29,6 bilhões em 2022, ante aplicações líquidas de US$ 16,4 bilhões em 2021.

Reservas

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 324,7 bilhões em dezembro de 2022, redução de US$ 6,8 bilhões em comparação ao mês anterior. O resultado decorreu, primordialmente, de vendas líquidas de US$ 9 bilhões em operações de linhas com recompra, e contribuições negativas das variações de paridades, em US$ 2 bilhões. A receita de juros totalizou US$ 576 milhões.

No ano de 2022 as reservas internacionais recuaram US$ 37,5 bilhões. Contribuíram para essa redução as perdas por preço (US$ 24 bilhões); a concessão líquida de linhas com recompra (US$11,5 bilhões); as perdas por paridade (US$ 6 bilhões); e a liquidação de vendas à vista (US$ 571 milhões). A receita de juros somou US$ 6,2 bilhões.

Revisões

A política do BC estabelece revisão ordinária anual do balanço de pagamentos e da posição de investimento internacional nos meses de julho e novembro. As fontes são os dados definitivos do Censo de Capitais Estrangeiros no País e da pesquisa Capitais Brasileiros no Exterior (CBE), ambos de 2022, do módulo de pagamento no exterior do Registro Declaratório Eletrônico – Registro de Operações Financeiras (RDE-ROF), da base de dados publicada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) contendo valores para despesas de fretes e da Declaração sobre a Utilização dos Recursos em Moeda Estrangeira Decorrentes do Recebimento de Exportações (Derex).

Segundo o BC, devido a erro operacional, extraordinariamente houve revisão da série de câmbio contratado de importação para o período de outubro de 2021 a dezembro de 2022.

Por isso, em 2021, o câmbio contratado de importação foi revisto de US$ 215,4 bilhões para US$ 217,2 bilhões, acréscimo de US$ 1,7 bilhão. Em 2022, a mesma série passou de US$ 238,1 bilhões para US$ 250,9 bilhões, aumento de US$ 12,8 bilhões. O saldo líquido total foi reduzido nas mesmas magnitudes.

Na revisão ordinária, com os dados do CBE trimestral, as receitas de lucros de investimento direto do terceiro trimestre de 2022 foram revistas de US$ 6,1 bilhões para US$ 9,2 bilhões, ampliação de US$ 3,1 bilhões.

Com os dados mais recentes da DEF, as despesas de lucros de investimento direto também foram revistas, acréscimo de US$ 2,7 bilhões, passando de US$ 13,3 bilhões para US$ 16,1 bilhões. Para o mesmo período, as transações de IDE e de IDP foram revisadas para cima, via lucros reinvestidos, nesses mesmos montantes.

Banco Central alerta para golpes relativos a valores a receber
Consultas sobre falsas mensagens estão quatro vezes acima da média

Da Agência Brasil

O aumento no número de consultas sobre falsas mensagens relativas ao sistema Valores a Receber fez o Banco Central (BC) emitir um alerta. A autoridade monetária recomendou uma série de medidas para evitar cair em golpes.

Segundo o BC, os serviços de atendimento ao cidadão têm recebido volume quatro vezes maior que a média de consultas sobre informações inverídicas. De acordo com a autoridade monetária, grande parte das falsas mensagens passaram a circular na internet nos últimos dias.

A primeira dica diz respeito a mensagens recebidas pelo WhatsApp para resgatar valores esquecidos no Banco Central imediatamente via PIX. Nesse caso, o órgão orienta o cidadão a ignorar o conteúdo mensagens e a não clicar em links.

Esses links, informou o BC, roubam senhas em redes sociais e pode instalar vírus e programas espiões no celular do usuário. Informações oficiais sobre valores a receber e sobre a consulta ao sistema são divulgadas apenas no site do Banco Central e nas redes oficiais do órgão, jamais por aplicativos de mensagens ou SMS.

O Banco Central esclareceu que a consulta a valores esquecidos está suspensa desde abril. Apesar de as instituições financeiras recomeçarem a enviar dados em janeiro, a reabertura das consultas e dos saques continua sem previsão de retorno. Em dezembro, o BC anunciou que, quando o sistema voltar a funcionar, passará a permitir o saque por herdeiros e representantes legais de falecidos.