O desembargador Werson Rêgo, um dos maiores especialistas na área do Direito do Consumidor, deu dicas de como aproveitar e evitar amargar prejuízos durante a Black Friday, período em que o comércio realiza uma ampla liquidação de bens e serviços. Como se prevenir de fraudes e aproveitar, com segurança, as promoções?
De acordo com o magistrado, uma das principais queixas durante a Black Friday são os preços que deveriam estar mais baixos, mas que, na verdade, seguem os mesmos de meses atrás. O golpe chega a ser apelidado de “Black Fraude” por alguns.
“Existe a maquiagem de preços. Isso significa que nesse período, antes da Black Friday, os fornecedores aumentam consideravelmente o valor dos produtos, fornecedores que não agem de boa-fé. Então você compra com descontos maravilhosos de 50%, até 80%, mas do dobro do valor real. É importante pesquisar antes o preço. Pesquisar se o fornecedor é confiável. Procure sites de reclamações e pesquise sobre esse fornecedor”, comentou Werson Rêgo.
O desembargador Werson Rêgo também deu dicas de como não cair nessa maquiagem feita por alguns comerciantes.
“Compare os preços e, se tiver a intenção de fazer compras na Black Friday, para obter a vantagem dos descontos, comece a documentar os valores que estão sendo praticados em diversos momentos antes da Black Friday, pra não ser surpreendido por essa maquiagem, que acontece com indesejada frequência, o que resulta em ações judiciais”, completou.
Há diferentes tipos de consumidores, os que preferem fazer a compra em uma loja física, mas também os que decidem usar a internet. O desembargador ressaltou que a internet é muito boa e oferece segurança em muitos casos, mas é preciso ter cuidado para não fazer compras em sites falsos e ter dados pessoais hackeados.
“Procure sites de fornecedores conhecidos e confiáveis. Uma dica é sempre se atentar ao HTTPS e o ícone do cadeado que ficam na página. Isso prova que o site é seguro para colocar seus dados pessoais. Quando não toma as devidas cautelas, o consumidor corre o risco de ter informações capturadas por fraudadores: cartão, validade, código de segurança, nome e a senha”, disse.
Algumas promoções muitas vezes são tão expressivas que assustam os clientes. Segundo o magistrado os consumidores deve estar atentos.
“A qualidade dos produtos também é um problema. Nessas situações, no popular ‘quando um santo vê esmola demais ele desconfia’. Não existe milagre, então desconfie de ofertas fora de um padrão normal. Pode ser produto próximo do prazo de validade expirar, produto fora de série, que não tem espaço no mercado, ou seja, um produto de segunda linha, e isso vai impactar no preço”.