Theresa May deve apresentar hoje “plano b” para o Brexit

A primeira-ministra britânica, Theresa May, deve voltar hoje (21) ao Parlamento para apresentar o chamado “plano b” para o Brexit, acordo para o Reino Unido sair da União Europeia (UE). Nos últimos dias, ela intensificou as conversas com os parlamentares em busca de consenso para aprovar a alternativa.

As negociações ocorrem logo depois de o Parlamento reprovar a primeira proposta para o Brexit, provocando uma derrota histórica a May.

De acordo com políticos europeus que acompanham o desdobramento das negociações, é um mistério o teor do acordo alternativo que será apresentado por Theresa May aos parlamentares. Segundo eles, o plano não foi apresentado à Comissão Europeia.

Na semana passada, Theresa May perdeu a votação no Parlamento da proposta que apresentou. A derrota deixou o Reino Unido diante da perspectiva de não haver acordo para suavizar sua saída da UE em pouco mais de dois meses.

Negociações

Ontem (20) à tarde, Theresa May fez uma videoconferência com os ministros para discutir a saída da União Europeia. Ela pretende apresentar uma alternativa que obtenha apoio entre conservadores e integrantes de partidos da Irlanda do Norte

Porém, ontem, a Irlanda rejeitou a possibilidade de um acordo alternativo que mude as linhas de fronteira. O vice-primeiro-ministro irlandês, Simon Coveney, disse, em sua conta pessoal no Twitter, que a disposição é para “proteger a Irlanda”.

No último dia 16, o Parlamento do Reino Unido rejeitou a moção de censura à primeira-ministra. Com a decisão, ela se mantém no poder e em condições de buscar negociar um segundo acordo de saída dos britânicos da União Europeia.

Pesquisa aponta que 47% dos britânicos querem outro referendo do “Brexit”

Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo jornal “The Guardian” apontou que 47% dos britânicos são a favor da realização de um segundo referendo sobre o Brexit, contra 34% que são contra reabrir a questão sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). As informações são da EFE*.

Eliminando os indecisos, 58% apoiariam a ideia de um novo referendo, enquanto 42% a rejeitariam, de acordo com o estudo elaborado pela firma ICM.

Segundo a ICM, 25% dos que votariam pelo Brexit são a favor de convocar um novo referendo assim que o governo britânico alcançar um acordo com Bruxelas sobre os termos da futura relação entre as partes.

Londres espera assinar com a UE um amplo acordo que permita ao Reino Unido continuar comercializando com as menores barreiras possíveis com o bloco depois de seu desligamento oficial, que está previsto para 29 de março de 2019.

No referendo realizado em 23 de junho de 2016, 51,9% dos votantes britânicos foram a favor da saída do Reino Unido da bloco.

Em dezembro do ano passado, a Câmara dos Comuns aprovou uma emenda que obrigará o governo da primeira-ministra, a conservadora Theresa May, a submeter à aprovação do Parlamento o pacto que ela firmar com Bruxelas para poder implementar as medidas estipuladas nas negociações com o bloco.

União Europeia e Reino Unido começam a organizar negociação do Brexit

O chefe negociador da União Europeia (UE) para o Brexit, Michel Barnier, começou a preparar nesta segunda-feira (12) os aspectos técnicos da negociação para a saída do Reino Unido do bloco com o embaixador britânico perante a União Europeia, Tim Barrow. As informações são da Agência EFE.

Trata-se de uma reunião preparatória para dar início nesta semana às conversações sobre os aspectos técnicos da discussão formal entre o Reino Unido e a UE, que a Comissão Europeia (CE) e o governo britânico previam comçar em 19 de junho.

Também participou do encontro o alto funcionário designado por Londres para o assunto, Olly Robbins.

A Comissão Europeia e os representantes britânicos concordaram em manter mais conversações em nível técnico durante esta semana, mas não definiram uma data para iniciar oficialmente as negociações, indicaram fontes europeias.

O início poderia ser adiado com a formação de um novo governo no Reino Unido, após as eleições da semana passada, mas a União Europeia insiste que, de sua parte, está pronta para começar.

Negociação sobre as negociações

“Estamos inteiramente preparados, hiperpreparados para começar as negociações, mas antes haverá conversações de natureza logística, negociações sobre as negociações”, disse o porta-voz da Comissão Europeia Alexander Winterstein.

O porta-voz disse que altos funcionários e especialistas que conduzem os trabalhos já estão em contato e afirmou que a União Europeia “confia” que as negociações técnicas possam começar em breve, “inclusive nesta semana”.

“Entendemos que também há uma vontade pelo lado britânico de avançar nas negociações técnicas”, acrescentou.

Tanto a Comissão Europeia quanto o Reino Unido tinham indicado o dia 19 de junho, mas Winterstein não quis especular sobre a data em que a negociação política vai começar formalmente.

“Não fixamos uma data. Estamos à disposição do governo britânico para começar as conversações, primeiro sobre o formato, a partir de um ponto de vista organizativo e logístico e, depois, entrar em uma discussão sobre o fundo”, assegurou.

Estas conversas iniciais servirão para definir aspectos organizacionais como o ritmo e prazos das discussões e o local para as reuniões, dizem fontes da União Europeia.

Segundo elas, os planos do Executivo do bloco não mudaram após o resultado das eleições no Reino Unido e os trâmites para formar governo no país, inclusive a negociação do partido conservador, da primeira-ministra Theresa May, com o eurocético Partido Democrático Unionista (DUP) da Irlanda do Norte.

Além disso, o atraso nas negociações não interessa a nenhuma das partes. Apesar de não ter data oficial para o início dos trâmites, já há prazo para encerrar a negociação: 29 de março de 2019, quando terão se passado dois anos desde que Londres anunciou oficialmente seu desligamento do bloco.

Os chefes de Estado e de governo dos 27 países que seguem na UE debaterão a saída do Reino Unido no próximo dia 22 de junho, durante a cúpula que realizarão em Bruxelas, primeiro encontro desde as eleições britânicas e também desde a instalação do Conselho Europeu extraordinário dedicado ao Brexit, em 29 de abril.

‘Brexit’ precisa ser votado pelo Parlamento, decide Justiça

Theresa May
Primeira-ministra britânica terá que aguardar a aprovação do brexit pelo parlamento

Por: Uol

A Suprema Corte do Reino Unido decidiu nesta terça-feira (24) que o “brexit”, processo de saída britânica da União Europeia (UE), precisa ser aprovado pelo Parlamento, não sendo suficiente apensa sua aprovação em plebiscito, em junho passado.

O veredicto, aprovado por oito magistrado contra três, deve atrasar o cronograma da primeira-ministra conservadora, Theresa May, para iniciar o processo de desvinculação do bloco regional – ela pretendia começar as negociações para sair da UE até o fim de março.

A decisão da Suprema Corte desta terça agrada parlamentares contrário ao “brexit”, pois deve aumenta sua influência sobre o processo, de modo a aprovar uma saída da UE em termos mais brandos.

Na semana passada, May fez um discurso em que apontou que o processo de saída do bloco regional seria “duro”, com o Reino Unido abandonando o mercado único europeu, além das instituições de integração política da UE.

O procurador-geral do Reino Unido, Jeremy Wright, afirmou que o governo está “desapontado” com o veredicto desta terça, mas irá respeitá-lo.

O Partido Trabalhista, principal sigla de oposição, disse que “respeitará o resultado do referendo e a vontade do povo britânico” e não irá se opor à saída da UE, mas que buscará apresentar emendas ao acordo do “brexit” de modo a suavizar a saída da UE, mantendo o Reino Unido no mercado comum europeu.

O líder do Partido Liberal-Democrata, Tim Farron, saudou a decisão da Suprema Corte. “Esse governo do ‘brexit’ conservador gosta de louvar o processo democrático quando lhe convém, mas se nega a dar ao povo a decisão sobre o acordo final”, afirmou. Ele também exigiu um plebiscito sobre os termos de saída da UE.

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