COM LUCRO E RECORDE HISTÓRICO DE VENDAS E EBITDA, BK BRASIL ENGRENA NO 4T21 E MANTÉM RECUPERAÇÃO NO PÓS-PANDEMIA
Com forte participação dos canais digitais e retomada do tráfego, a Companhia alcança recorde histórico de vendas, com lucro líquido de R$ 23,6 milhões

 

Da Redação

A Burger King do Brasil anunciou os resultados do quarto trimestre de 2021. Seguindo o ritmo positivo de vendas do trimestre passado, a companhia fechou o período com um lucro líquido de R$ 23,6 milhões e receita operacional líquida de R$ 912,9 milhões, representando aumento de 17,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.  Com o avanço da vacinação e a melhora nos indicadores de mobilidade urbana, a empresa apresenta forte recuperação. No 4T21, a geração de caixa operacional foi de R$149,8 milhões versus uma geração de caixa de R$ 97,5 milhões no 4T20, este desempenho é reflexo da retomada operacional que aconteceu durante o trimestre, com a volta de grande parte do tráfego, unido a eficiência operacional. 

Ao longo dos últimos anos, a organização tem investido em importantes iniciativas voltadas à jornada de relacionamento com os clientes, conseguido assim, aumentar números de vendas, com melhores margens. A estabilidade desse trimestre, quando comparada ao último, mostra que essas iniciativas, aliadas a um importante trabalho de revenue management, demonstram resultados positivos. 

A transformação digital segue como foco da BK Brasil, que continua digitalizando cada vez mais sua operação. No 4T21, o destaque em Burger King continua sendo os canais digitais, representados por delivery, aplicativo e totem de autoatendimento, que bateram novo recorde histórico e foram responsáveis por 33% das vendas totais da companhia, um crescimento de 81% versus o mesmo período do ano anterior e de 29% se comparado ao 3T21. Os totens ganham destaque, atingindo faturamento de R$145,9 milhões. Este canal continua apresentando um crescimento significativo e altos níveis de aprovação do consumidor.  

Já as vendas diretas pelo aplicativo BK, atualmente com mais de 41 milhões de downloads, totalizaram R$17 milhões, aumento de 65% versus o 3T21 e 313% versus 4T20. No ano de 2021, as vendas totalizaram R$36,8 milhões, aumento de 308% versus 2020. O app continua sendo o mais bem-avaliado de QSR do mercado brasileiro em ambas as plataformas mobile (App Store e Google Play). 

Outro ponto positivo relacionado ao digital foi o crescimento do Clube BK, programa de pontos e recompensas, que fechou o ano com 3,7 milhões de usuários cadastrados. O programa registrou aumento de 54% com relação ao terceiro trimestre de 2021 e foi responsável por 10% da receita total da companhia.  

Foi também no último trimestre de 2021, que o Burger King conquistou mais de quatro pontos percentuais de participação de mercado, totalizando 24,4% de market share, segundo a pesquisa CREST/NPD, realizada pela Mosaiclab, alcançando um patamar histórico para a marca.  

Lançada há apenas três anos no mercado brasileiro e mesmo com todos os impactos da pandemia, Popeyes, marca de frango frito Companhia, alcançou o terceiro lugar na preferência dos consumidores de fast-food em São Paulo, ultrapassando seu principal concorrente dentro do mercado de frangos. No ano de 2021, cerca de 53% das vendas da marca foram realizadas de forma online, por aplicativo, delivery e totens de autoatendimento. 

EXPANSÃO DE RESTAURANTES 

A companhia abriu 18 lojas no 4T21, dessas, 15 de Burger King, sendo 12 próprias e 3 franqueadas, e todas no formato Free Standing. Já Popeyes teve três restaurantes inaugurados. Com isso, a companhia encerrou o período com um total de 945 restaurantes, dos quais 736 próprios das marcas Burger King e Popeyes, e 209 de franqueados da marca Burger King.  No total, foram cerca de 40 restaurantes inaugurados no último ano. 

Na frente de expansão, a empresa segue de olho em oportunidades. No 4T21 foi inaugurado a primeira operação BK 100% digital – sem atendentes nos caixas e com atendimento via totem. A marca segue avaliando o potencial dessa iniciativa para expandir o projeto.  Com a abertura da economia, no pós-pandemia, a expectativa é que, em 2022, mais lojas sejam inauguradas em diferentes lugares do território nacional, com foco em restaurantes de rua para BK e novos Estados, além de São Paulo e Rio de Janeiro, com Popeyes.  

EBITDA AJUSTADO 

No 4T21, o EBITDA ajustado atingiu R$ 177,3 milhões, um aumento de R$ 105,2 milhões quando comparado ao 4T20, e de R$ 91,9 milhões quando comparado ao 3T21. Este resultado é decorrente da recuperação de vendas, disciplina no controle das despesas e estratégia de digitalização. Com isso, a companhia chegou neste trimestre ao recorde histórico de EBITDA. 

Burger King cancela compra da Domino’s
Deterioração das ações brasileiras levou ao distrato entre BK Brasil e Vinci Partners

 

Por Luiz Henrique Mendes, do Valor Econômico

A deterioração das ações brasileiras fez mais uma vítima. O Burger King acaba de anunciar que chegou a um acordo com a Vinci Partners para cancelar a aquisição da operação brasileira da rede de pizzarias Domino’s. Na negociação, a Vinci receberia 16,4% das ações do BK.
O negócio entre BK Brasil e Domino’s foi anunciado em julho, quando a rede de fast food de hambúrguer valia R$ 3 bilhões em bolsa. De lá para cá, os papéis perderam valor. Na sexta-feira, as ações do BK fecharam a R$ 6,87, com a companhia avaliada em menos de R$ 1,9 bilhão. No ano, os papéis do BK recuaram 37%.

A transação entre BK Brasil e Domino’s criaria a maior companhia de foood service do país, ultrapassando a Arcos Dorados — operadora do McDonald’s na América Latina — em número de lojas.

Um negócio entre as duas partes, no entanto, não está descartado. Na verdade, as portas estão escancaradas para que a união aconteça, o que depende da melhora das condições de mercado. BK Brasil e Vinci acertaram um direito exclusivo de preferência por um ano.
Ao amarrar um acordo de preferência mútuo, a gestora de private equity e o BK Brasil sinalizam que continuam vendo méritos estratégicos na união. Os executivos da companhia já deixaram claro que a Domino’s tem potencial para mesmo triplicar de tamanho. No ano passado, a rede de pizzarias faturou cerca de R$ 455 milhões.

“A Domino’s pode ter o tamanho que o BK tem hoje”, disse o CEO do BK Brasil, Iuri Miranda, numa entrevista ao Pipeline em julho, logo que anunciou o acordo — agora desfeito — ao mercado.

Apesar dos méritos, a matemática é implacável (e nem todos se entusiasmaram com os termos da transação anunciada em julho). Quando o BK anunciou a aquisição da Domino’s, uma operação que faria da Vinci Partner’s — controladora da rede de pizzarias — a maior acionista da rede de fast food, um grupo de minoritários se mostrou insatisfeito com o negócio.

“Não faz sentido ter essa diluição agora, embora seja um negócio promissor”, disse em julho um gestor que se opunha ao acordo. A principal queixa dos minoritários, um grupo que incluía casas como a Atmos, dizia respeito à diluição. O preço das ações do BK na época do acordo já era considerado baixo pelos minoritários.