Alimentação balanceada no Carnaval é essencial para evitar desgaste do corpo

O Carnaval está próximo. Seja em bloquinhos de rua, passarelas das avenidas ou em trios elétricos, o folião precisa estar preparado para aguentar os dias de festa. Entre os cuidados necessários, a alimentação é fator essencial para manter a energia e o corpo saudável durante os dias de festa.

O nutrólogo da Rede D’Or São Luiz Allan Ricardo Ferreira destaca que fazer as três principais refeições (café da manhã, almoço e jantar) é essencial no período. Os alimentos precisam ser ricos em carboidrato, como cereais, pães, arroz e massa. Porém, com preferência pelas versões integrais destes alimentos. Os lanches também não devem ser esquecidos. Frutas frescas, sucos de frutas, castanhas, biscoitos integrais e barra de cereal são boas opções para os foliões.

“A alimentação é a base para tudo. Porém, ao se alimentar na rua, é preciso atenção às condições sanitárias dos estabelecimentos. Deve-se ter um cuidado especial ao consumo de frutos do mar e alimentos vendidos na praia, pois, em virtude do calor excessivo, eles estragam com maior facilidade se não forem mantidos na temperatura correta. Afinal, ninguém quer passar o Carnaval com uma infecção intestinal grave”, alerta o especialista.

De acordo com Allan, quem for aproveitar a folia não pode esquecer de beber bastante água  (pelo menos de 2 a 3 litros por dia). O lembrete é ainda mais importante se a pessoa for consumir bebidas alcoólicas. A água, além de hidratar, diminui os efeitos de uma possível ressaca e ajuda no processamento do álcool pelo fígado. Outros líquidos como água de coco e sucos naturais também são alternativas para a hidratação. Entretanto, ele ressalta que é importante tomar cuidado com bebidas isotônicas, que possuem quantidade significativa de sódio em sua composição e, quando consumidos em excesso, sobrecarregam os rins, podendo elevar a pressão arterial e aumentar o risco de cálculos renais.

Com relação aos refrigerantes, o alerta é para a grande quantidade de açúcar em sua composição. Uma lata de refrigerante é o suficiente para ultrapassar os níveis máximos diários recomendados de açúcar. Um litro de refrigerante tipo cola, por exemplo, fornece 350 miligrama de sódio (tolerado até 2.000 miligramas) e até 100/120 gramas de açúcar (tolerado 20g diários).

Dicas

Opte por alimentos leves e ricos em carboidratos (frutas frescas ou sucos de frutas, castanhas, biscoitos integrais e barra de cereal). Eles fornecerão a energia adequada para participar da festa.

Entre uma festa e outra, o corpo precisa de descanso. Lembre-se que o sono é sempre reparador.

Rodovida: mortes nas estradas entre o fim do ano e o carnaval chegaram a 973

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o número de acidentes graves caiu 16%

Durante o período de festas de fim de ano, das férias escolares e do carnaval, 973 pessoas morreram nas rodovias federais do país. O número faz parte do balanço da Operação Rodovida 2016/2017, divulgado hoje (28) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os acidentes graves causaram um média de 16 mortes por dia, com redução de 16% em relação à operação de 2015/2016, quando 1.259 pessoas morreram, uma média de 19 por dia.

Apesar da redução, o superintendente da PRF no Ceará e coordenador nacional da Operação Rodovida, Stênio Pires, disse que ainda é registrado alto índice de acidente graves e mortes nas estradas federais. A principal causa, segundo ele, é a colisão fontal. “Isso em consequência das ultrapassagens malsucedidas, por serem realizadas em local proibido ou por má avaliação do condutor”, afirmou. Ele lembrou que, em Goiás, foi registrado no período um acidente com nove mortes.

Soma-se a esses fatores, segundo Pires, o excesso de velocidade. “Registramos o absurdo de um cidadão transitando a mais de 200 quilômetro por hora. Um cidadão desse, ao encontrar qualquer situação atípica, não vai conseguir parar o veículo e, muito provavelmente, vai se envolver em um acidente com morte. Ele está transformando o veículo em uma verdadeira arma e as nossas rodovias em verdadeiros autódromos”, disse.

O objetivo da Operação Rodovida é o enfrentamento à violência no trânsito e a prevenção e diminuição do número de acidentes durante o período de movimento intenso nas estradas. A ação é coordenada pela PRF, integrada com órgão federais e ministérios, em articulação com estados e municípios.

Número de acidentes

Como a cada ano as operações ocorrem em períodos diferentes, em razão do feriado flutuante do carnaval, os dados de acidentes e vítimas são calculados pela média diária. De 16 de dezembro de 2016 a 5 de março de 2017, a PRF registrou 2.663 acidentes graves, aqueles que resultam em feridos graves ou mortos, contra 3.946 contabilizados em 2015/2016. Houve uma redução de 29% na média diária, de 61 acidentes por dia em 2015/2016, para 43 acidentes por dia em 2016/2017.

Entre as vítimas feridas, estão 15.702 pessoas, média de 253 por dia. Houve redução de 9% em relação a 2015/2016, quando foram registrados 17.997 feridos, média de 277 por dia.

Os órgãos dão prioridade às ações em locais e pontos críticos, com maior incidência de acidentes nas rodovias federais, que são os trechos urbanos, onde há grande fluxo de veículos de vários tipos e dimensões, além de muitas travessias de pedestres. Durante o período, são intensificadas as campanhas educativas e a fiscalização de embriaguez ao volante, excesso de velocidade, ultrapassagens irregulares, motocicletas e transporte de crianças.

Segundo Pires, as motos já respondem por mais de 22% da frota nacional de veículos e, quando envolvidas em acidentes, na maioria dos casos deixam mortos.

Mais de 1,5 milhão de pessoas foram fiscalizadas durante os três meses da operação. As fiscalizações resultaram em mais de 588 mil autuações – 8.551 por alcoolemia, 4.783 por falta do uso da cadeirinha e 66.774 por ultrapassagens irregulares. O excesso de velocidade foi o campeão de autuações no período, com 521.887 flagrantes.

Além do patrulhamento ostensivo durante a Operação Rodovida, a PRF promoveu mais de 390 mil ações educativas, buscando conscientizar motoristas e passageiros para um trânsito mais seguro. Segundo o órgão, durante as fiscalizações foi desenvolvido o projeto Cinema Rodoviário que, em alguns postos, convidou os condutores a assistir a um vídeo sobre comportamentos inadequados e as consequências dessas condutas.

Redução de mortes

Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da PRF mostra que o custo social de acidentes, apenas nas rodovias federais, chegou a R$ 12,8 bilhões em 2014. O custo médio por um acidente com vítima é de R$ 90 mil, enquanto com morte chega a R$ 647 mil. Mesmo sem vítima, o custo é de R$ 23 mil. Segundo a PRF, a análise dos custos sociais mostra a importância das ações para a redução dos índice de letalidade no trânsito.

“O trânsito é um organismo vivo e para que funcione bem vários aspectos têm que estar trabalhando bem, como a engenharia, a condução, a segurança dos veículos, a fiscalização. Todos esses aspectos estão sendo trabalhados, modificamos a legislação, os veículos brasileiros já são mais seguros do que há 10 anos e a engenharia de trânsito tem contribuído”, disse o coordenador da Rodovida. Para ele, um dos aspectos que ainda precisa de atenção é a municipalização do trânsito. “Dos 5.570 municípios, pouco menos de 1,5 mil têm seu órgão de fiscalização de trânsito. E isso tem contribuído para que não consigamos reduzir as mortes da forma que desejamos”.

Iniciada em 2011, a Operação Rodovida já contribuiu para a redução de acidentes graves e mortos no trânsito. Pires explicou que, de 2008 a 2010, o Brasil registrava crescimento dos acidentes graves, entre dezembro e janeiro, com um índice de 59,4 acidentes para cada 1 milhão de veículos registrados em 2008/2009 e 62,9 acidentes para cada 1 milhão de veículos em 2010/2011. A partir de 2011, esses índices começaram a cair, até chegar em 28,4 acidentes graves por cada milhão de veículos em 2016/2017. Consequentemente, o número de mortos e feridos caiu.

O objetivo da PRF é alcançar a meta da Organização das Nações Unidas, que proclamou o período de 2011 a 2020 como a Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito, para a redução de 50% do número de mortes.

Carnaval teve menos acidentes em rodovias federais, mas número de mortes subiu

rodovias
Registro de acidentes nas rodovias caiu 5,3% neste carnaval

O feriado de carnaval teve menos acidentes nas rodovias federais, mas o número de mortes aumentou, segundo balanço divulgado hoje (2) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Entre 24 de fevereiro e ontem (1º), período da Operação Carnaval, foram registrados 1.696 acidentes nas rodovias federais, número 5,3% menor que no ano passado. No entanto, 140 pessoas morreram, 27 a mais que no carnaval de 2016.

Um fator que contribuiu para esse resultado foi a ocorrência de acidentes com múltiplos óbitos. O exemplo mais crítico foi em uma rodovia em Goiás, em que oito pessoas morreram em um único acidente. Apenas 11 acidentes foram responsáveis por 44 mortes, uma média de 4 mortes por ocorrência. Destes acidentes, 10 foram colisões frontais, algo que, segundo a PRF, geralmente ocorre como resultado de ultrapassagens indevidas e de excesso de velocidade.

“O aumento dos acidentes com vítimas fatais certamente foi provocado pela imprudência dos motoristas, que transitaram fazendo essa combinação letal de ultrapassagens irregulares com velocidade incompatível”, disse o coordenador de Controle Operacional da PRF, João Francisco Oliveira. “Por melhor que seja a fiscalização, as condições da rodovia e as ações de qualquer órgão governamental, o comportamento dos motoristas é o que faz o sucesso ou insucesso de qualquer operação nossa”, completou.

Segundo Oliveira, no entanto, a avaliação da PRF é que a Operação Carnaval foi positiva. Apesar do aumento do número de mortes, houve redução no número de acidentes graves, quando há feridos graves ou morte. Neste ano, foram registrados 323 acidentes graves, 18,64% a menos que em 2016.

Multas

Além disso, foram emitidas 84,8 mil autuações, mais que o dobro do carnaval passado, quando foram feitas 41,5 mil. Das mais de 80 mil autuações nos seis dias da operação deste ano, 2.019 foram por consumo de álcool e 11,8 mil por ultrapassagens irregulares. O aumento nos números se deve a um maior rigor na fiscalização e não necessariamente à maior imprudência dos condutores, segundo a PRF.

“Posicionamos nossas equipes nos locais mais críticos, de forma que ficássemos presentes e disponíveis flagrando as condutas mais perigosas. Eu não tenho a sensação de ter havido aumento no consumo de bebida. A gente intensificou o número de testes com etilômetro, com objetivo de tirar de circulação os motoristas embriagados”, disse Oliveira.

Para a Operação Carnaval foram utilizadas 1,2 mil viaturas, 1,6 mil etilômetros e 200 radares portáteis. Foram fiscalizadas 222.801 pessoas e 205.137 veículos. Os mais de 98 mil testes de embriaguez com etilômetro resultaram em 214 prisões. Na área de combate ao crime, foram presas 800 pessoas e apreendidas 1,5 tonelada de maconha e quase 500 quilos de cocaína.

Produtos mais consumidos no carnaval têm tributação de até 76%, mostra IBPT

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36,41% incide de impostos nas fantasias dos foliões

Cada vez que um folião toma uma caipirinha, 76,66% do valor da bebida vão para o governo, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que fez um levantamento sobre a tributação dos produtos mais consumidos no carnaval. A lista inclui de bebidas a fantasias e spray de espuma.

De acordo com a entidade, as bebidas têm a carga de impostos mais alta: além dos 76,66% da caipirinha, o chope tem 62,2% de tributação, e a lata ou garrada de cerveja, 55,6%. Segundo o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, os percentuais altos estão ligados ao princípio da seletividade na definição dos impostos. “Quanto menos essencial o produto for para a população, mais tributado ele será”, explicou.

Para quem quer pular o carnaval fantasiado, a parcela de imposto pode chegar a 45,96% se a escolha for um colar havaiano. As máscaras de plástico têm 43,93% de impostos embutidos e as fantasias de tecido, 36,41%.

Outros itens típicos desta época, os confetes e serpentinas são tributados em 43,83%. Já 45,94% do preço dos sprays de espuma vão para os impostos.

A lista do IBPT também incluiu passagens aéreas, tributadas em 22,32%; e pacotes para assistir a desfiles de escolas de samba – com hospedagem, transporte e ingresso – que chegam a ter 36,28% de impostos.

Vendas

Segundo Toni Haddad, presidente do Polo Centro Rio, entidade que reúne empresários do comércio popular do Rio de Janeiro, a carga tributária de itens como fantasias e adereços influencia muito o preço dos produtos. Apesar disso, o setor espera aumento nas vendas este ano. Haddad disse que, nas duas últimas semanas, a procura por itens relacionados ao carnaval começou a aumentar. “Houve uma melhora bem interessante”. A venda de fantasias, acessórios e camisetas personalizadas, por exemplo, cresceu cerca de 25% em relação ao mesmo período de 2016. “E o restante do comércio pega carona nisso também.”