Butantan entrega mais 3,4 milhões de doses de vacina contra covid-19
Elas serão utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações

 

Da Agência Brasil

O Instituto Butantan entregou hoje (31) mais 3,4 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus. Elas serão utilizadas no Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde. Com a nova entrega, o instituto contabiliza a disponibilização de 36,2 milhões de doses de CoronaVac, a vacina desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

A previsão é que até o fim de abril sejam entregues 46 milhões de doses da vacina, conforme contrato firmado entre o Butantan e o Ministério da Saúde.

Até o fim de agosto, o instituto pretende produzir e entregar mais 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões de doses de vacina a serem distribuídas em todo o país.

Rio distribui 131 mil doses de vacina contra covid-19 a municípios
Capital vacina nesta semana idosos de 85 a 89 anos

 

Da Agência Brasil

Novas doses das vacina contra o coronavírus começaram a ser entregues nessa terça-feira (9) para os 92 municípios do Rio de Janeiro. Após terem esgotado os estoques em algumas das maiores cidades do estado, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a nova remessa será de 131,11 mil doses. São Gonçalo e Niterói, na região metropolitana, já receberam as vacinas, e as prefeituras informaram que vão retomar a imunização do grupo prioritário nesta quinta-feira (11).

A distribuição para outros municípios ocorrerá nesta quarta e quinta-feira. A capital também recebeu as novas doses e continua vacinando nesta semana idosos de 85 a 89 anos.

Segundo a Secretaria de Saúde, o estado do Rio recebeu do Ministério da Saúde, no último final de semana, 282, 2 mil novas doses da Coronavac. Metade do lote ficará armazenada na Coordenadoria-Geral de Armazenamento para que seja garantida a segunda dose do esquema vacinal.

Depois que a Defensoria Pública do estado notificou a pasta, para que reforçasse junto aos municípios a necessidade de seguir o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, a secretaria informou que enviou ofício às prefeituras informando ser de extrema importância que os gestores organizem as ações de imunização observando as prioridades elencadas no plano e cuidando para que as vacinas não sejam desperdiçadas, uma vez que são acondicionadas em frascos multidoses.

O secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, destacou que a não observância das regras prejudica a eficácia do planejamento de vacinação, e os gestores podem ser responsabilizados.

“A Secretaria de Estado de Saúde, sempre, desde o início da campanha, determinou que fosse seguido o Programa Nacional de Imunização. O público alvo são os profissionais de saúde e os idosos. Os idosos foram o grupo mais prejudicado, que teve mais letalidade durante toda a pandemia. Ocorreram algumas não conformidades [nos municípios], todas elas foram encaminhadas aos órgãos de controle, Ministério Público (MP), Defensoria. As vacinas são finitas, não há a quantidade para todos. Então, nessa fase, é preciso usar com parcimônia dentro do Programa Nacional de Imunização”, disse o secretário.

Na semana passada, o MP precisou intervir para garantir que alguns municípios seguissem o Plano Nacional de Imunização. Em São Gonçalo, a vacinação de profissionais de saúde ocorreu sem que fosse pedido comprovante de vínculo com o trabalho na linha de frente de enfrentamento à pandemia, o que ocasionou inclusive a corrida de pessoas de outros municípios para a cidade em busca da vacina. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o MP acionou a Justiça para impedir que profissionais de educação fossem vacinados, já que não fazem parte dessa primeira etapa de vacinação.

Uma liminar suspendeu a imunização, mas a prefeitura informou que mais de 700 trabalhadores da rede municipal de ensino receberam as primeiras doses que deveriam contemplar apenas idosos, pessoas com deficiência institucionalizada e profissionais de saúde.

A Secretaria de Saúde informou que o estado do Rio já recebeu, ao todo 1,04 milhão de doses de vacinas contra a covid-19 e que já foram imunizadas 318 mil pessoas em todo o estado.

Governo federal erra ao não comprar já mais vacinas do Butantan, dizem cientistas
Ministério da Saúde diz que pode esperar até maio para se posicionar sobre 54 milhões de novas doses; mas especialistas afirmam que demora causa prejuízos

Do Globo

Depois que o Instituto Butantan cobrou o governo federal de uma resposta até o fim desta semana para a compra de 54 milhões de novas doses de CoronaVac, o Ministério da Saúde disse que, por contrato, pode dar a resposta até maio. Cientistas ouvidos pelo GLOBO, no entanto, argumentam que é um erro esperar até o último minuto para confirmar a aquisição do imunizante, já que a pandemia do novo coronavírus está avançando e o objetivo, neste momento, é vacinar o maior número de pessoas.

O mais novo cabo de guerra entre Estado de São Paulo e governo federal por causa da vacina contra Covid-19 começou nesta quarta-feira (27), quando o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que espera até sexta-feira uma definição do Ministério da Saúde sobre a aquisição de um segundo lote do imunizante — em janeiro já foram compradas 46 milhões de doses feitas pelo instituto paulista, em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

— Oficiei ao Ministério da Saúde na semana passada e aguardo até o final desta semana. Na semana que vem vou fechar os contratos com outros países, a começar pela Argentina — disse Covas.

A pasta respondeu que, por contrato, pode se manifestar sobre essa questão até maio. O acordo diz que “é concedida à contratante a opção de adquirir mais 54 milhões de doses de vacinas em cronograma a ser definido, apresentando seu interesse no prazo de até 30 dias após a entrega da última parcela”, prevista para 30 de abril.

A demora no posicionamento, no entanto, pode atrapalhar a imunização dos brasileiros, alertam especialistas.

Sergio Cimerman, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia e médico do Emílio Ribas, disse que não tem sentido o governo demorar para informar se pretende ou não comprar novas doses.

— – O governo tem que comprar (as novas doses da CoronaVac). Não tem vacina para todo mundo. Só temos duas vacinas. A vacina de Oxford tem 100 milhões de doses, que permitem imunizar 50 milhões de pessoas. Mas a nossa população é de 212 milhões. No meu modo de ver, não tem sentido essa posição do governo federal.

Para Márcio Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP, a posição do governo federal “não tem lógica”.

— Não é razoável responder no último dia. Vamos precisar de 400 milhões de doses no Brasil, e não temos nem 100 milhões ainda. Nossa maior prioridade é vacinar o maior número de pessoas o mais rápido possível. Esse é um erro que custa caro, em vidas.

Bittencourt lembra que outros países, como o Canadá, compraram até seis doses por pessoa.

— Não é aceitável demorar para comprar uma vacina produzida pelo Brasil, de uma instituição que vai te entregar e não vai te passar a perna, e até já certificada pelo governo — afirmou.

Após edição de MP, ministro da Saúde anuncia compra de 100 milhões de doses da Coronavac Fonte: Agência Câmara de Notícias
Deputados apontam falhas no planejamento da campanha de vacinação Fonte: Agência Câmara de Notícias

Da Agência Câmara

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta quinta-feira (7) a compra de 100 milhões de doses da vacina Coronavac produzida no Butantan, logo após o instituto divulgar uma eficácia de 78% do imunizante elaborado em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Pazuello explicou que a compra só pôde ser contratada com a publicação, hoje, da Medida Provisória 1026/21. A MP, segundo o ministro, permite a negociação de vacinas antes do registro definitivo ou emergencial na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O início da campanha de vacinação, no entanto, só após o registro. Pazuello pretende que isso aconteça até o dia 20 de janeiro.

Falhas do governo
Deputados que participaram da comissão externa da Câmara que acompanhou o andamento da pandemia avaliam que tudo o que vier para acelerar a vacinação é importante, mas não deixam de apontar falhas do governo. O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) afirma que houve atraso no planejamento das compras:

“Agora ficou muito claro, inclusive pelo pronunciamento do ministro da Saúde, que se tem seringa no Brasil para realizar a vacinação são aquelas compradas pelos estados, pelos municípios, e pela Organização Panamericana de Saúde, da OMS. Se dependesse do governo federal, o Brasil sequer teria seringa para começar a vacinação como já começou em outros países”, disse Padilha.

Para a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), relatora da comissão externa da Câmara que discute ações de enfrentamento ao coronavírus, a legislação aprovada pelo Congresso já poderia ter sido usada pelas empresas:

“A Anvisa não está dificultando a liberação para uso emergencial das vacinas. O que nós precisamos é que as empresas, a indústria possa estar protocolizando, entregando à Anvisa os dados finais para que elas possam fazer a sua avaliação e liberando. A legislação já define prazo máximo de 3 dias para as vacinas que já estão autorizadas para uso em outros países”, disse.

Dispensa de licitação
A medida provisória em tramitação no Congresso dispensa a licitação para todas as compras necessárias para o processo de vacinação contra a Covid-19. Ou seja, para a compra de vacinas, insumos, comunicação publicitária e treinamentos.

O ministro Eduardo Pazuello afirmou que, além das 100 milhões de doses da Coronavac, serão mais 210 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Fiocruz até o final do ano. O ministro explicou que o governo pode optar por apenas uma dose desta vacina, o que já seria suficiente para uma eficácia de 70%. Com duas doses, a eficácia subiria para 90%. Ele ressaltou que esta vacina custa cerca de US$ 4 enquanto a da empresa americana Moderna custa US$ 37 a dose.

Além das vacinas da Fiocruz e do Butantan, o governo, segundo o ministro, vai adquirir 42 milhões de doses do consórcio mundial Covax Facility e deve continuar negociando com empresas americanas e com o laboratório russo que fabrica a vacina Sputnik.  No total, estariam asseguradas, até agora, 354 milhões de doses em 2021.

Foi explicado também que o setor público tem 80 milhões de seringas em estoque para iniciar a campanha da Covid-19. Segundo Pazuello, a licitação que o governo não concluiu em dezembro para a compra de mais 30 milhões de seringas seria para regular o estoque.