B3 dá mais um ano de prazo para Dasa (DASA3) recompor free float
O prazo representa uma prorrogação do período anterior concedido em 13 de julho de 2022

Matéria publicada originalmente pelo InfoMoney. Link.

A Dasa (DASA3) informou nesta quinta-feira que a B3 concedeu prazo até fevereiro do próximo ano para que a empresa de diagnósticos médicos recomponha o free float de suas ações, segundo fato relevante enviado ao mercado.

“A companhia deverá manter, em livre circulação, no mínimo, ações representativas de 19,31% de seu capital social até a recomposição do Free Float, que deverá ocorrer até 19 de fevereiro de 2025”, afirmou a Dasa, citando decisão da B3.

O prazo representa uma prorrogação do período anterior concedido em 13 de julho de 2022.

Dasa: subsidiária Ímpar conclui aquisição de 97,6% do Hospital Paraná
A empresa irá pagar R$ 208 milhões pela compra

 

Da Redação

A Diagnósticos da América (DASA3) comunicou a conclusão pela sua subsidiária Ímpar Serviços Hospitalares da aquisição de 97,68% do capital social da Marimed Serviços Médicos, responsável pela operação do Hospital Paraná, na cidade de Maringá (PR).

O Hospital Paraná é o maior da cidade, com 165 leitos, certificação ONA e atendimento em todas as etapas de cuidado ao paciente.

A Ímpar irá pagar, em dinheiro, R$ 208 milhões, dos quais 70% no ato do fechamento da operação e 30% irão compor a parcela retida.

O preço da operação, segundo a companhia, está sujeito a ajuste com base na variação de dívida líquida da Marimed e a parcela remanescente dependerá de outras condições usuais neste tipo de operação.

Projeto cria sistema para monitorar a circulação de variantes do SARS-CoV-2 na cidade de São Paulo
Projeto é resultado de parceria entre a prefeitura, a rede de laboratórios Dasa e a FAPESP

 

Karina Toledo | Agência FAPESP

Um sistema para monitorar a circulação de variantes do novo coronavírus na cidade de São Paulo está sendo implementado por meio de uma parceria entre a prefeitura local, a rede de laboratórios Dasa e a FAPESP.

A meta é analisar semanalmente 384 amostras de secreção nasofaríngea coletadas de moradores de todas as regiões da capital atendidos na rede pública de saúde e que testaram positivo para o SARS-CoV-2. No Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), o material será submetido a um teste de RT-PCR capaz de identificar a presença de cinco cepas virais: Alfa (B.1.1.7, identificada no Reino Unido), Beta (B.1.351 ou sul-africana), Delta (B.1.617, da Índia), Gama (P.1, de Manaus) e Zeta (P.2, do Rio de Janeiro). Caso o resultado seja negativo para todas, a amostra será sequenciada para que seja possível identificar a linhagem presente.

Além disso, todos os meses, 25% das amostras que passaram pelo teste de RT-PCR serão selecionadas aleatoriamente para sequenciamento completo do genoma viral – trabalho que será feito pela equipe da Dasa.

“Já recebemos amostras coletadas no fim de maio e início de junho e começamos a análise. Também pretendemos estudar, retrospectivamente, material coletado desde janeiro deste ano. Um dos objetivos é tentar descobrir quando e por onde a variante P.1 entrou na capital e como ela se disseminou. E também se a cepa indiana já circula pela cidade”, conta a professora da USP Ester Sabino, que coordena a iniciativa ao lado de Carlos Fortaleza, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu.

As amostras para análise serão selecionadas de forma proporcional à população de cada região da cidade (norte, sul, leste, oeste, centro e sudeste), sem viés de gravidade. As equipes da prefeitura também fornecerão aos pesquisadores algumas informações sobre os pacientes, como sexo, idade, local de moradia, se já foi ou não imunizado, data da coleta da secreção nasofaríngea e de início dos sintomas.

“Como estamos trabalhando com dados amostrais, é preciso que eles sejam representativos da população e que estejam bem distribuídos no tempo e no espaço. Ou seja, os dados devem ser uma maquete do que está acontecendo no município. A ideia é que possamos olhar para essa miniatura perfeita e saber como está a distribuição de variantes no momento”, explica Fortaleza, que foi responsável pelo desenho do projeto.

Por meio de técnicas estatísticas – com base no tamanho da população paulistana e admitindo uma margem de erro de até 5% –, o grupo calculou que seria necessário analisar 384 amostras por semana para conseguir mapear a circulação de variantes para as quais não se sabe, a priori, a proporção em que estão presentes.

De acordo com Fortaleza, o objetivo do projeto é implementar um sistema de vigilância genômica sensível (que não deixe passar despercebida nenhuma variante em circulação), representativo (capaz de mostrar a proporção das variantes de forma semelhante à distribuição real), oportuno (capaz de produzir dados a tempo de medidas de controle serem adotadas) e flexível (adaptável a todas as situações) para embasar ações de combate à doença.

Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP, conta que a iniciativa partiu da Prefeitura de São Paulo e foi “catalisada” pela FAPESP. “Buscamos transformar o que deveria ser um trabalho de rotina da prefeitura em um trabalho dentro das linhas apoiadas pela Fundação. Há neste projeto um elemento indutor importante e com ele pretendemos sugerir novos desenhos organizacionais, em que a academia, o governo e o setor privado interajam de forma rápida e efetiva”, conta.

Benefícios

Como destaca José Eduardo Levi, pesquisador do IMT-USP e da rede de laboratórios Dasa, a vigilância genômica representa um dos três pilares principais de combate à COVID-19, sendo os outros dois a vacinação e as medidas de testagem e isolamento social.

“O vírus está evoluindo bem na nossa frente e, com essa estratégia, poderemos identificar precocemente variantes que poderão gerar uma nova onda e intervir o mais rapidamente possível”, afirma.

Com base na sequência genômica, explica Levi, é possível inferir se uma nova cepa eventualmente detectada pode ser considerada uma “variante de preocupação” (VOC, na sigla em inglês). “Caso seja localizado em um bairro um cluster de amostras que sugiram preocupação, será possível, por exemplo, distribuir máscaras e reforçar medidas de isolamento e de vacinação de forma direcionada. Outro exemplo: se começarmos a observar em uma região casos graves em indivíduos vacinados, poderemos trocar o tipo de imunizante no local”, sugere.

Segundo Sabino, as análises realizadas no âmbito do projeto vão ajudar a entender a dinâmica de espalhamento de novas variantes em São Paulo e isso pode levar à identificação de hubs de disseminação do vírus que poderão ser alvos de intervenções do poder público.

“O fato de a FAPESP se colocar à disposição da política pública, algo que já vinha acontecendo por meio de programas como o PPSUS [Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde], representa algo muito importante: a ciência em benefício da vida. Essa junção de saberes – epidemiológico, virológico e de biologia molecular – com o trabalho prático dos técnicos da prefeitura permite construir pontes e, a partir delas, coisas muito importantes para a saúde pública podem surgir”, avalia Fortaleza.

Dasa compra Hospital da Bahia por R$ 850 milhões
É a primeira grande aquisição da empresa após o “re-IPO”

 

Segundo Pedro Bueno, a empresa busca integrar serviços de baixa e alta complexidade

 

Da Beth Koike, do Valor Econômico

Dentro de sua estratégia de participar dos vários elos da cadeia de saúde, o Grupo Dasa fechou a aquisição de 100% do Hospital da Bahia, em Salvador, por R$ 850 milhões. A transação marca ainda a entrada da companhia na capital baiana, onde sua rede medicina diagnóstica detém a liderança de mercado.

Hoje, o grupo tem hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Maranhão. “Nosso propósito é integrar desde a baixa complexidade até a alta complexidade. Com o hospital da Bahia e os laboratórios Leme e Image, que são do grupo, temos um ecossistema integrado”, disse Pedro Bueno, presidente do Grupo Dasa.

É a primeira grande aquisição após o “re-IPO” (oferta de ações para empresas já listadas) da companhia, que levantou R$ 3,3 bilhões em abril.

Com receita de cerca de R$ 300 milhões e 309 leitos operacionais, o Hospital da Bahia era uma dos ativos mais cobiçados há anos, entre outros motivos por estar localizado em Salvador.

Em 2016, o conglomerado chinês de investimentos Fosun esteve próximo de adquirir o controle do hospital. A meta era criar uma rede de hospitais no país, mas após um ano e meio de negociações os fundadores desistiram devido às incertezas dos chineses.

O valor da transação representa um múltiplo de 13 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Cada leito foi avaliado em R$ 2,4 milhões considerando nessa conta que hospital abrirá mais 111 leitos. A negociação envolveu ainda a quitação de uma dívida que o Hospital da Bahia tinha com a Petros, fundo de pensão da Petrobras, levantada para construção do empreendimento em 2006.

A Dasa também anunciou, em maio, a compra da corretora Case, que faz serviços de corretagem e consultoria de gestão de planos de saúde para empresas que oferecem o benefício a seus funcionários. Com isso, o Hospital da Bahia e a corretora Case somam um investimento de mais de R$ 1 bilhão.

A Dasa iniciou o processo de criação uma plataforma de saúde em 2017, mas essa diversificação ficou mais visível a partir de novembro de 2019, quando foi anunciada uma integração da rede de medicina diagnóstica da Dasa com os hospitais da Ímpar — ambos controlados pela família Bueno.

Após essa junção dos ativos, a companhia iniciou um forte processo de aquisições de hospitais, corretoras, laboratórios e empresa de gestão de saúde. A maior transação, até o momento, é a compra do Hospital Leforte, que tem três unidades em São Paulo, por R$ 1,7 bilhão.

No total, a companhia já investiu R$ 8 bilhões em aquisições, expansão orgânica e tecnologia para criação de um ecossistema de saúde.