Projeto incentiva desenvolvimento sustentável de produtores em Oriximiná
Em parceria com a Coopaflora e NeSst Brasil, a startup ManejeBem promove projeto que leva assistência técnica agrícola para comunidades indígenas, quilombolas e assentados.

A capacitação de assentados, quilombolas e indígenas em regiões isoladas do do Brasil é de extrema importância. Por isso, a startup ManejeBem está atuando no norte do país levando práticas modernas e sustentáveis de cultivo que podem garantir uma produção mais eficiente e de maior qualidade, contribuindo para a segurança alimentar, manejo adequado dos recursos naturais e o emponderamento dos produtores rurais e extrativistas, dando-lhes as ferramentas e o conhecimento necessários para se tornarem autossuficientes.

O projeto COOPATEC, em parceria com Coopaflora (Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte)  e NeSst Brasil, leva  uma rede de suporte especializados e assistência técnica agrícola, facilitando a troca de conhecimentos e experiências entre produtores e extrativistas.

Com duração de um ano, a iniciativa deve abranger produtores e extrativistas assentados, indígenas e quilombolas. “O projeto COOPATEC é uma iniciativa dedicada a fornecer assistência técnica agrícola para comunidades indígenas, quilombolas e assentados. O objetivo é compartilhar conhecimento especializado com produtores e extrativistas, promovendo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das práticas agrícolas. A assistência técnica é oferecida de forma online, garantindo acessibilidade e alcance. Esse esforço tem proporcionado grande satisfação e tem feito uma diferença significativa na vida desses produtores, contribuindo para o fortalecimento de suas atividades e a promoção de sua autonomia econômica e social”, destaca a COO da ManejeBem Caroline Luiz Pimenta.

O projeto tem a capacidade de 500 beneficiários que atuam dentro município de Oriximiná, no Pará, uma região que possui uma forte cultura de produção rural familiar. Localizada na região amazônica, a cidade tem uma economia predominantemente baseada na agricultura, pesca, extrativismo vegetal e pecuária, atividades que são amplamente conduzidas por famílias locais. Os interessados podem entrar em contato pelo WhatsApp: +55(98)992487263.

A Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora) se dedica a manter os meios de subsistência das comunidades tradicionais e a proteger as terras florestais das quais dependem para sua sobrevivência. Ela se esforça para fortalecer a união de diferentes grupos étnicos na defesa de seus territórios e promover a coleta sustentável de produtos oriundos da floresta.

Países da Bacia Amazônica discutem ações para região com o BID
Governadores do banco participam de reunião em Sâo Paulo

Da Agência Brasil

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta sexta-feira (30), em São Paulo, pouco antes de participar do encontro dos governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) dos oito países da Bacia Amazônica, onde tratariam de ações coordenadas para a região, que o foco das negociações é a proteção da floresta amazônica, do meio ambiente e a preocupação com as mudanças climáticas. Ela ressaltou que, embora o BID atue financiando os países da América Latina, Caribe em várias frentes, como infraestrutura, saneamento, economia, bioeconomia, o foco no momento é ter uma política de recursos específica para essa região de forma integrada e sustentável.

“Já que os recursos são poucos, que sejam programas eficientes e que interliguem a região, mas com foco na preservação ambiental, a consciência de que você não mantém a floresta em pé se você não der uma fonte de subsistência para os homens e para as mulheres que moram lá. Diante desse processo, estamos aqui para perguntar ao BID com o que podemos contar nessa questão de desenvolvimento sustentável, e sabemos que no Brasil o agro precisa ser olhado com cuidado”, observou.

O presidente do BID, Ilan Goldfajn, ressaltou que é impossível ter um programa de financiamento para a Amazônia sem pensar no todo, já que o aprendizado mostra que é preciso pensar nas pessoas e na economia de forma associada, dando alternativas como a agricultura familiar, por exemplo, sendo realizada de forma sustentável.

“Tem recursos e iniciativas do BID que vão nessa direção. O que estamos tentando fazer hoje é falar com os nossos governadores e perguntar o que mais podemos fazer e de que lado eles querem que nos avancemos. Mas a ideia de ter um programa que pensa nas pessoas, na cidade, no rural, na agricultura, na economia, é fundamental. É um programa que tem que ser sustentável em todas as dimensões”, destacou.

Sobre a exigência de contrapartidas dos países com relação a redução de desmatamento para obter financiamentos do BID, por exemplo, Goldfajn disse que a percepção é a de que atualmente os países estão com um novo ânimo e iniciativa com relação ao tema.

“Todos eles já estão indo nessa direção independente do BID. A ideia da cúpula de se juntar, vem dos países, vem da iniciativa dos presidentes [dos países], então essa contrapartida [de redução do desmatamento] não será o BID que vai exigir. Na verdade, o BID vai ajudar a iniciativa que os países já estão caminhando”, disse Goldfajn.

Goldfajn disse ainda que é preciso entender que há uma realidade nova em termos do desejo dos países de contribuir também e o BID não quer colocar contrapartidas obrigatórias. “Ninguém quer obrigar, queremos simplesmente contribuir para essa nova iniciativa que tá vindo dos países”, disse.

Com relação ao Brasil, Tebet lembrou que é a coordenadora da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), que é o comitê que analisa se o financiamento deve ou não ser autorizado, e por determinação do presidente Lula, os projetos são pontuados, porque a carteira é menor do que as demandas e normalmente os projetos vêm, em sua maioria, dos estados e municípios, abrangendo várias áreas.

“Um dos pontos mais altos, e sem isso dificilmente um projeto é aprovado, é o que visa a questão da sustentabilidade. Senão dificilmente ele passa no Cofiex, que é formado basicamente pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, [Ministério] da Fazenda e um representante do Ministério das Relações Exteriores”.

Crédito do BID vai promover produção sustentável do Brasil
Programas serão apresentados na COP30

Da Agência Brasil

Parte dos R$ 6 bilhões de empréstimos oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil será aplicado no Pantanal e na Região Norte para promover o Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, em novembro de 2025. Serão R$ 2 bilhões, o equivalente a US$400 milhões, para cada uma dessas regiões.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Os programas para o Pantanal e para Região Norte estão em fase de construção junto ao BID. Porém, o valor global do crédito foi autorizado em 2022. Falta, ainda, definir os detalhes para implementação dos projetos. Além disso, o recurso precisa de aprovação do Senado e deve ser implementado em até seis anos.

“É algo que queremos deixar de legado durante o período do governo do presidente Lula, a implementação desses programas de produção sustentável”, disse à Agência Brasil o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O ministro acrescentou que os recursos devem ser usados para recuperação de áreas ou biomas que tenham sofrido com intempéries climáticas ou com o avanço da degradação ambiental.

A linha de crédito para a Região Norte será destinada a programas de agroflorestas, que serão desenhados também pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Segundo o ministro Carlos Fávaro, a ideia do presidente Lula é mostrar ao mundo, durante a COP30, que é possível desenvolver a agropecuária preservando o meio ambiente.

“[São] Programas de agrofloresta e de desenvolvimento sustentável para o Norte do país e ancorado ali na região de Belém, para que isso seja uma vitrine para que o mundo possa conhecer os modelos brasileiros de produção sustentável durante a COP de 2025”, explicou o ministro à Agência Brasil.

Pantanal

Outra parcela da linha de crédito disponibilizada pelo BID será usada no Pantanal nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo Carlos Fávaro, as queimadas que consumiram o bioma nos últimos anos desestimulou a produção pecuária na região. Por isso, US$ 400 milhões serão destinados a projetos de recuperação, incentivo e produção sustentável no Pantanal.

AgroNordeste

Diferentemente dos programas destinados ao Norte e ao Pantanal, os empréstimos do BID para a Região Nordeste já estão na fase de assinatura de projetos. Foram destinados US$ 330 milhões ao programa AgroNordeste, que vai receber ainda um complemento de US$ 70 milhões.

O programa AgroNordeste prevê “aumentar a adoção de tecnologias agrícolas inteligentes para o clima, integrando os produtores nas cadeias de valor; aumentar a segurança jurídica e a regularização ambiental do imóvel rural e melhorar as condições fitossanitárias das fruticulturas”, segundo documento do BID.