Copom sinaliza que pode manter ritmo de corte na Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinalizou que vai manter o ritmo de corte na taxa básica de juros, a Selic. Na última reunião, o comitê cortou a Selic em 1 ponto percentual para 9,25% ao ano.

A informação consta da ata da última reunião do comitê, divulgada hoje (1º), em Brasília. Segundo o documento, a manutenção do ritmo de corte vai depender da continuidade do cenário econômico e de estimativas de extensão do ciclo de redução da Selic. “De forma geral, a magnitude da flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, disse.

Na ata, a diretoria do BC informa que discutiu sobre a importância de sinalizar os seus próximos passos, mas reiterou a “preferência por explicitar as condicionalidades sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia suas decisões”. “Isso contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação do Copom”, acrescentou.

Aumento de tributação

Na ata, os membros do Copom avaliaram os impactos sobre a inflação do aumento da alíquota do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis.

A estimativa é que a inflação vai aumentar em 0,45 ponto percentual em julho e agosto, com maior concentração do efeito neste mês. “Parte desse impacto já estava contemplada nas projeções condicionais do Copom”, acrescentou.

O Copom também avaliou o efeito da mudança da bandeira tarifária de energia elétrica de verde para amarela sobre a inflação do mês de julho, cuja estimativa de impacto é 0,15 ponto percentual.

“Todos [os membros do Copom] concluíram que essas oscilações pontuais – em particular dos reajustes de preços de combustíveis e de energia elétrica, que têm sido mais voláteis – não têm implicação relevante para a condução da política monetária [definição sobre a taxa Selic]”, diz a ata.

PIB tem aumento de 0,49% no trimestre encerrado em maio

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve um crescimento de 0,49% no trimestre encerrado em maio na comparação com o trimestre fechado em fevereiro. No entanto, em relação ao trimestre encerrado em maio de 2016, o PIB não teve variação.

Os dados foram divulgados hoje (18), no Rio de Janeiro, pelo Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Analisando-se apenas maio, houve queda de 0,9% na comparação com abril e alta de 0,7% em relação a maio do ano passado.

Comparação com 2016

O trimestre fechado em maio acusou queda de 0,6% no consumo das famílias, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nesse mesmo tipo de comparação, os investimentos tiveram queda de 3,6%. As exportações registraram crescimento de 1,8%. O mesmo aconteceu com as importações, com alta de 2,3%.

Setor de serviços recuou 4,4% nos primeiros cinco meses

O setor de serviços fechou os primeiros cinco meses do ano (janeiro-maio) com queda acumulada de 4,4%, frente aos cinco primeiros meses do ano passado, apesar de ter fechado o mês de maio com expansão de 0,1%, ficando praticamente estagnado em relação a abril na série livre de influências sazonais. O resultado acumulado dos últimos 12 meses representa queda maior de 4,7%.

Os dados foram divulgados hoje (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constam da Pesquisa Mensal de Serviços. Os dados indicam que na comparação com maio do ano passado o setor de serviços registra queda de 1,9%.

A estabilidade em 0,1% de abril para maio deste ano, segundo o IBGE, acontece após o crescimento de 1%, em abril frente a março, portanto também na série dessazonalizada, e recuo de 2,6%, em março frente fevereiro.

Ainda na comparação com o mês de abril, a receita nominal do setor fechou maio com variação positiva de 0,3%. Na taxa acumulada nos cinco primeiros meses do ano, a receita nominal dos serviços avançou 1,3%, caindo para 0,4% no acumulado dos últimos 12 meses, frente aos 12 meses imediatamente anteriores. Na comparação com o mês de maio do ano passado houve avanço na receita nominal de 3,9%.

Serviços por região

Os números relativos ao comportamento do setor de Serviços quando analisados por região têm como principais destaques, na série com ajuste sazonal, o  estado do Amazonas, onde o setor chegou a crescer de abril para maio 6,2%;  Rio Grande do Sul (4,1%) ;  Mato Grosso (3,2%) , as três regiões com as maiores variações positivas.

As maiores variações negativas foram observadas em Roraima, onde a queda em maio, em relação a abril, chegou a 5,3%; em Rondônia (4,8%) ; e  no Distrito Federal (4,6%).

Quanto aos resultados analisados sem os ajustes sazonais, na comparação com igual mês do ano anterior, por exemplo, o principal destaque é para o estado de Mato Grosso, com crescimento de 8,6%; seguido do Paraná, com 6,9%; e do Rio Grande do Norte, com 2,7%.

As maiores variações negativas foram registradas em Rondônia, com 20,4%;  no Amapá, 18,5%; e em Roraima, com 16,9%.

Atividades turísticas por região

Ao avaliar as Atividades Turísticas por Unidades da Federação, ainda na série livre de influências sazonais, os destaques do ponto de vista das variações positivas foram Pernambuco, com crescimento de 0,8%; Espírito Santo (0,5 %); e Ceará (0,3 %).

As  variações negativas foram registradas no Rio de Janeiro (5,4 %) , Paraná (3,7 %) , Distrito Federal (2,7 %), em  Minas Gerias (2,1 %) , Santa Catarina (2,0 %), na Bahia (1,5 %), em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Goiás (todos com 0,5 %).

Comércio e serviços devem consumir até R$ 1,2 bilhão de contas inativas do FGTS

Os trabalhadores com direito aos saques do último lote de retirada das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que começarão a ser pagos amanhã (8) pela Caixa Econômica Federal (CEF) devem utilizar até R$ 1,2 bilhão dos recursos no comércio e nos serviços.

Esta estimativa foi feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com base na projeção da CEF que o total dos pagamentos vão atingir R$ 3,5 bilhões.

Uma pesquisa dessas entidades em 12 capitais, mostrou que 21% dos novos beneficiários pretendem usar o dinheiro na liquidação de dívidas em atraso, enquanto 20% planejam pagar pelo menos uma parte dos débitos vencidos. Entre os consultados, 21% declaram que vão utilizar o resgate para as despesas diárias e 22% vão guardar na poupança. Uma parcela bem menor, de 7%, pretende gastar com viagens.

Aplicações entre os que já sacaram

Entre os trabalhadores já contemplados nas fases anteriores, 38% planejam quitar dívidas atrasadas e 39% pretendem reservar o dinheiro para os gastos no dia a dia. Um total de 6% empregou o dinheiro na regularização de parte de dívidas em atraso; 12% optaram pela poupança e 7% anteciparam o pagamento de prestações de crediário, casa e carro.

A pesquisa mostra ainda que mais da metade dos consumidores (54%) não têm direito aos saques e 10% desconhecem se têm este direito.

O levantamento foi feito nas seguintes capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Participaram 800 entrevistados com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro foi estimada em, no máximo, 3,5 pontos percentuais, a uma margem de confiança de 95%.