CEOs brasileiros estão entre os mais otimistas

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A confiança dos executivos brasileiros na melhora de seus negócios ao longo dos próximos 12 meses mais do que dobrou em comparação com o início do ano passado. Esse salto no otimismo, sempre tomando o cuidado de lembrar que a medição anterior havia sido feita em pleno auge da crise política, foi qualificado como “impressionante” na 20ª pesquisa anual da consultoria Pricewaterhouse Coopers (PwC).

Divulgada tradicionalmente na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial, como uma espécie de termômetro do humor da elite global, a pesquisa coloca o Brasil como vice-campeão em confiança. Para 57% dos executivos do país ouvidos no levantamento, a perspectiva é de aumento das receitas em suas empresas ao longo de 2017. Há um ano, eram apenas 24% dos CEOs.

Se é certo que muitas companhias estão com a demanda baixa, tornando menos desafiador o cenário de aumento dos negócios, a pesquisa reforça a percepção de que o fundo do poço realmente pode ter ficado para trás.

Só os executivos da Índia esbanjam mais confiança no futuro imediato: 71% veem crescimento das receitas nos próximos 12 meses. A média global é 38% – três pontos percentuais acima do número verificado no ano passado. Foram realizadas 1.379 entrevistas com CEOs de 79 países.

Apesar do ânimo entre os próprios brasileiros, a visão dos estrangeiros deixa qualquer entusiasmo de lado e mantém certa prudência. Em um sinal claro de importância do mercado local, o Brasil foi apontado por 7% dos executivos como um dos três países mais relevantes para o crescimento de suas respectivas multinacionais nos próximos 12 meses.

Isso está longe de representar perda de interesse, mas o país está mais distante do terceiro lugar na lista de preferências dos investidores antes da crise. Em 2014, o Brasil perdia para EUA e China como prioridade para novos negócios. Agora está em 7º lugar, atrás da Alemanha, Reino Unido, Japão e Índia. De modo geral, o grupo dos emergentes tornou-se menos popular. Rússia e Argentina, por exemplo, saíram da lista dos dez principais “queridinhos” de que faziam parte no início da década.

Apesar do terremoto político causado pela eleição de Donald Trump nos EUA e pela rejeição dos britânicos à União Europeia, o humor dos CEOs melhorou discretamente de um ano para cá. Passou de 27% para 29% a quantidade de executivos confiantes em uma aceleração do crescimento global.

“Apesar de um 2016 tumultuado, a confiança está se recuperando, mesmo que lentamente e longe dos níveis que observávamos em 2007”, disse o presidente mundial da PwC, Bob Moritz, referindo-se ao ano que antecedeu a quebra do banco americano Lehman Brothers – considerada um balizador do agravamento da crise.

No ambiente ultraliberal de Davos, algumas queixas dos executivos que surgem como “grandes preocupações” para o futuro de seus negócios até soam previsíveis, como o excesso de regulação – lamentado por 80% dos CEOs. Esse ponto também aparece entre as principais críticas dos executivos brasileiros, junto com a alta carga tributária e a infraestrutura inadequada logo em seguida.

Nesta edição, o relatório anual da PwC tem um apêndice sobre as transformações tecnológicas e discute que uma era de “desglobalização” começa lentamente a tomar forma, com aumento do protecionismo e questionamentos dos processos de integração. A consultoria fez entrevistas com mais de cinco mil pessoas, em 22 países, e constatou que apenas 38% veem impacto positivo da globalização nos movimentos de capital, bens e informação.

“O descontentamento público tem potencial para erodir a confiança necessária para o crescimento sustentável de longo prazo”, afirmou Moritz. Para ele, isso reforça a exigência de um relacionamento “mais profundo” e de “mão dupla” dos executivos com consumidores, empregados, acionistas e o público em geral.

O impacto da automação também é lembrado. Duas décadas atrás, conforme lembra o relatório, havia 700 mil robôs industriais nas fábricas de todo o mundo. Hoje são 1,8 milhão; o número deve chegar a 2,6 milhões em 2019. Com o avanço da inteligência artificial, esse processo migra agora para o setor de serviços, enquanto a impressão 3D se intensifica até na manufatura de automóveis e aviões. Para 79% das pessoas entrevistadas, a tecnologia provocará redução de empregos nos próximos cinco anos.

Mas o temor popular não encontra amparo na expectativa imediata dos CEOs. Apenas 16% dos executivos têm planos de enxugar pessoal nos próximos 12 meses – só um quarto desses aponta a tecnologia como fator principal para as demissões. “Entender as raízes dessa percepção é um primeiro passo crítico na direção de comunicar os benefícios dos negócios à sociedade”, completou o presidente da PwC.

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BC reforça projeção de inflação de 4% em 2017 e de 3,4% em 2018

tributaria

Por: Lucinda Pinto, do Valor

O Comitê de Política Monetária (Copom) repetiu as projeções para o rumo da inflação em 2017 e 2018 apresentadas no comunicado da decisão tomada na semana passada, todas alinhadas ou abaixo da meta, de 4,5%. Mas acrescentou uma informação: “a incorporação dos últimos dados sobre atividade econômica ao conjunto de informação do Copom contribuiu de forma importante para o recuo das projeções condicionais de inflação”.

No cenário de referência, que considera a taxa Selic a 13,75% e dólar a R$ 3,25 por todo o horizonte da projeção, a estimativa para o avanço do IPCA em 2017 está em 4% e para 2018 em 3,4%. Já no cenário de mercado, que leva em conta as projeções da pesquisa Focus (dólar a R$ 3,45 e R$ 3,50 para 2017 e 2018, respectivamente, além de Selic a 10,25% e 9,63% nos períodos), a estimativa para o IPCA está em 4,4% para este ano e em 4,5% para o próximo.

O Copom informou ainda que trabalha com uma alta de 6% dos preços administrados em 2017 e de 5,2% em 2018.

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Luxottica, fabricante da Ray Ban e Oakley, se une a Essilor e cria gigante das óticas

Com a fusão, a Luxottica deverá sair do mercado de ações

A italiana Luxottica, maior fabricante mundial de óculos de luxo — é dona de marcas como Ray Ban e Oakley — e a francesa Essilor — líder global em lentes de contato— anunciaram nesta segunda-feira uma fusão de € 46 bilhões que cria uma potência global no setor de óticas, com receitas superiores a € 15 bilhões.

A nova empresa se chamará EssilorLuxottica e terá suas ações negociadas na Bolsa de Paris. O quadro de funcionário chegará a 140 mil pessoas, e a empresa venderá seus produtos em mais de 150 países.

Pelos termos do acordo, o fundador da Luxottica, Leonardo Del Vecchio, de 81 anos, terá participação entre 31% e 38% na empresa combinada, por meio de sua empresa familiar, Delfin, o que o tornará o maior acionista da companhia.

Del Vecchio, que há dois anos voltou a trabalhar na Luxottica após uma década fora dos negócios, será o diretor executivo da nova empresa,

A Delfin, que tem 62% da Luxxotica, entregará uma ação do grupo italiano para casa 0,461 papel da Essilor.

A francesa, por sua vez, fará uma oferta obrigatória de troca de todas as ações restantes da Luxottica, na mesma proporção, a fim de tirar a italiana do mercado de ações.

Hubert Sagnières, presidente do conselho e diretor-executivo da Essilor, será vice-presidente executivo EssilorLuxottica, mantendo os poderes dos cargos que ocupa atualmente.

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BC: após três meses de queda, economia cresce 0,2% em novembro

setor varejista
Após 4 meses de queda, o Varejo fechou novembro com alta de 2%

Por: Eliane Oliveira e Juliana Garçon, do Globo

A economia brasileira cresceu 0,2% em novembro contra o mês anterior, quebrando uma sequência de três meses de queda, conforme o Banco Central, que divulgou na manhã desta sexta-feira seu Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) calculado pelo IBGE. Desde julho o índice não apresentava taxas positivas.

Para o economista André Perfeito, da corretora Gradual, o resultado positivo se deveu aos bons resultados do varejo, que avançaram 2% em novembro, conforme o IBGE.

– Essa variação positiva pode não se repetir – apontou o especialista.

Apesar da alta da atividade em novembro em relação ao mês anterior, o índice caiu 2,08% em comparação a novembro de 2015. Nos doze meses até novembro, há uma queda acumulada de 4,96%, segundo o BC. Com o resultado positivo, a retração em 2016 é de 4,76%.

Dados da Fundação Getulio Vargas confirmam a expansão da atividade em novembro. O Monitor do PIB-FGV, também divulgado nesta sexta-feira, aponta avanço de 0,67%, no mês de novembro, em comparação a outubro.

Apesar do crescimento da economia em novembro, a taxa trimestral móvel encerrada em novembro recuou 0,87% contra o trimestre imediatamente anterior (junho, julho, agosto). Comparada com o mesmo mês de 2015, a taxa mensal do PIB em novembro apresentou queda de 1,5%. Embora seja uma taxa negativa, é a menor apresentada em 2016, nesta comparação, destaca a FGV.

A economia continua estagnada no vermelho, com consumo das famílias e formação bruta de capital fixo – que poderiam ser os motores para a recuperação – registrando variações negativas ao longo dos últimos trimestres, explica Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

AVANÇO DO VAREJO

De acordo com o IBGE, em novembro de 2016 o comércio varejista avançou 2% sobre o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. O resultado interrompeu uma sequência de quatro taxas negativas. Nessa mesma comparação, a variação na receita nominal foi de 0,9%. Para o volume de vendas, o aumento de novembro compensou, em parte, a perda acumulada de 2,3% entre julho e outubro.

O último dado publicado pelo BC, divulgado em 15 de dezembro, mostrou queda de 0,48% na atividade econômica em outubro, abaixo da expectativa do mercado financeiro (0,58%), no quarto mês seguido de queda.

O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.

O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).

Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.

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