Confiança Empresarial atinge maior nível desde março de 2014, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 1,0 ponto em dezembro, indo a 95,9 pontos, o maior nível desde os 97,8 de março de 2014. Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,9 ponto.

Os dados fazem parte da Sondagens de Índices de Confiança Empresarial, e foram divulgados hoje (2), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE).

O ICE consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: indústria, serviços, comércio e construção.

Os dados indicam que o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,1 ponto, para 91,2, o maior valor desde os 92,8 pontos de junho de 2014.

Já o Índice de Expectativas (IE-E) avançou 0,2 ponto, indo para 101,0. É segundo mês consecutivo em que o IE-E ultrapassa 100 pontos.

Na avaliação do superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, Aloisio Campelo Jr., o índice de confiança do empresariado vem se aproximando da normalidade.

“Após a terceira alta consecutiva, a confiança empresarial se aproxima de níveis que retratam uma situação de normalidade” disse.

Para ele, a segunda boa notícia de dezembro foi que o índice que mede a percepção sobre o momento atual (ISA) avançou mais que o índice de expectativas (IE), “o que acontece pela primeira vez desde julho de 2018”.

O economista afirmou, porém, que, apesar dessas constatações, “a distância ainda superior a 15 pontos entre ISA e IE no comércio e na construção sugere que os ganhos recentes da confiança devem ser explicados por uma efetiva melhora gradual do ambiente econômico, mas também pelo efeito favorável do fim do período eleitoral sobre as expectativas”.

Confiança por setores

O estudo da FGV indica, ainda, que, pelo segundo mês consecutivo, houve aumento da confiança na margem em todos os setores que integram o ICE.

Já na métrica de média móveis trimestrais, a variação foi negativa apenas na indústria, com queda de 0,4 ponto. Com expressiva alta no mês, a confiança do comércio passa dos 100 pontos pela primeira vez desde março de 2014.

A indústria e os serviços avançaram menos e apresentam agora níveis de confiança muito próximos entre si. Já a confiança da construção subiu pelo quarto mês consecutivo, mas continua sendo a mais baixa entre os quatro setores.

Difusão da Confiança

Em dezembro, houve alta da confiança em 65% dos 49 segmentos que integram o Índice de Confiança Empresarial.

No mês passado, no entanto, a alta havia alcançado 84% dos segmentos.

Para a edição de novembro de 2018, foram coletadas informações de 4.701 empresas entre os dias 3 e 21 de dezembro. A próxima divulgação do ICE será no dia 31 de janeiro.

Arrecadação da União chega a R$ 131,880 bilhões em outubro

A União arrecadou R$ 131,880 bilhões em outubro, de acordo com dados divulgados hoje (27) pela Receita Federal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve um crescimento real (descontada a inflação) de 4,12%. É o melhor resultado para o mês desde 2016.

Nos dez primeiros meses desse ano, a arrecadação chegou a R$ 1,218 trilhão, com expansão de 5,98% em relação ao acumulado em igual período de 2017. É o melhor resultado acumulado para o ano desde 2014.

Se forem consideradas apenas as receitas administrados pela Receita Federal (como impostos e contribuições), a arrecadação ficou em R$ 120,310 bilhões, com crescimento de 0,14% em outubro comparado a outubro de 2017. No acumulado do ano até o mês passado, a soma dos valores administrados pela Receita atingiu R$ 1,143 trilhão, com crescimento real de 4,49%.

Segundo a Receita, o resultado pode ser explicado, principalmente, pela melhora do resultado das empresas e na redução de suas compensações de débitos, levando ao crescimento de 17,01% na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Em outubro deste ano, o IRPJ/CSLL chegou a R$ 24,580 bilhões, contra R$ R$ 21,006 bilhões em outubro de 2017.

De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o crescimento da arrecadação segue o ritmo de retomada da atividade econômica. No acumulado do ano, houve crescimento de 21,40% da arrecadação da estimativa mensal do IRPJ/CSLL.

Fatores macroeconômicos

A produção industrial em outubro caiu 2,04% no mês passado em comparação com outubro de 2017. Malaquias explicou que a indústria foi afetada por fatores externos, com queda da exportação de bens manufaturados para os países vizinhos, que enfrentam dificuldades econômicas. A arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também sentiu esse efeito e registrou queda de 9,03% em outubro na comparação com igual mês de 2017. Foram arrecadados R$ 2,981 bilhões em IPI.

Já as vendas de bens e de serviços, para o mercado interno, registraram altas de 2,20% e 0,20%, respectivamente.

Segundo a Receita, a massa salarial (soma dos salários na economia) teve aumento de 2,18% em outubro (fato gerador para o mês de setembro), mas atualizado pela inflação oficial, houve queda real de 2,25% dos salários. A arrecadação das contribuições para a Previdência Social caiu 1,16% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2017, chegando a R$ 33,736 bilhões.

Houve também crescimento de 38,54% na arrecadação sobre o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de residentes no exterior, em comparação com outubro do ano passado. Em outubro deste ano, o montante chegou a R$ 2,799 bilhões.

Entretanto, em agosto a arrecadação do IRRF sobre rendimentos de capital chegou a R$ 3,045 bilhões, com queda de 19,64% em relação a outubro de 2017. No acumulado do ano, essa arrecadação chegou a R$ 39,003 bilhões, com queda de 16,45%. Segundo Malaquias, a diminuição é explicada pela queda dos juros, que também diminui o rendimento das aplicações, impactando a arrecadação.

Fatores atípicos

Também houve queda de 82,99% na arrecadação com programas de regularização tributária. Com esses programas, a Receita arrecadou R$ 907 milhões em outubro. No mesmo mês de 2017, o valor foi R$ 5,331 bilhões. De acordo com Malaquias, em outubro do ano passado houve uma grande parte das entradas dos parcelamentos, um valor atípico para o mês, que influenciou o resultado para este ano.

Já no acumulado do ano, a arrecadação com programas de regularização tributária cresceu. Foram R$ 17,628 bilhões arrecadados até outubro de 2018, alta de 4,52% em relação ao mesmo período de 2017.

Em outubro, também houve impacto da redução das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Cide sobre o diesel, que teve redução de R$ 0,05 por litro de diesel consumido desde maio, medida adotada para encerrar a paralisação dos caminhoneiros. No mês, a arrecadação chegou a R$ 2,385 bilhões, redução de 18,06% em relação a outubro de 2017.

No caso das receitas administradas por outros órgãos, houve crescimento de 77,54% em outubro (R$ 11,571bilhões) e de 54,05% no acumulado do ano até o mês passado (R$ 52,468 bilhões). O resultado, de acordo com a Receita, é puxado pela arrecadação com royalties do petróleo.

Acumulado do ano

No resultado acumulado no ano, a arrecadação teve impacto positivo de 56,88% das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre combustíveis, que entraram em vigor no fim de julho do ano passado. De janeiro a outubro, essa arrecadação chegou a R$ 24,619 bilhões, contra R$ 15,693 bilhões no mesmo período de 2017.

As ações de cobrança de contribuições previdenciárias em atraso e depósitos judiciais também contribuíram para o aumento da arrecadação no ano. No período de janeiro a outubro de 2018, foram R$ 85,1 bilhões. Esse resultado é 4,1%% superior ao mesmo período de 2017.

Assim como para o mês, no acumulado do ano houve queda de 32,03% na arrecadação da Cide sobre combustíveis, chegando a R$ 3,465 bilhões. Além da redução do valor cobrado após a paralisação dos caminhoneiros, a Cide é um tributo com uma alíquota fixa, não há correção e o valor tende a ficar defasado, segundo Malaquias.

Balança comercial tem saldo de US$ 362 milhões no início de agosto

Na primeira semana de agosto de 2018, que teve três dias úteis, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 362 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 2,415 bilhões e importações de US$ 2,052 bilhões. As informações foram divulgadas hoje (6) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

No ano, as exportações somam US$ 138,874 bilhões e as importações, US$ 104,476 bilhões, um saldo positivo de US$ 34,398 bilhões.

Na comparação das exportações entre a primeira semana de agosto e o mesmo período do ano passado, houve queda de 4,9% nas vendas, causada principalmente pela redução no comércio de produtos manufaturados (-13,9%) e de semimanufaturados (-3,5%). Apesar disso, cresceram as vendas de produtos básicos (5,7%), puxadas por petróleo em bruto, minério de manganês, soja em grãos, bovinos vivos, fumo em folhas.

Na comparação com o mês passado (julho), houve queda de 22,6%, em virtude da diminuição nas vendas de produtos básicos (-30,1%, de US$ 590,0 milhões para US$ 412,5 milhões) e manufaturados (-17,5%, de US$ 330,0 milhões para US$ 272,1 milhões), enquanto aumentaram as vendas de produtos semimanufaturados (+7,1%, de US$ 109,4 milhões para US$ 117,2 milhões).

Importações

Nas importações, a média diária da primeira semana de agosto deste ano (US$ 684,1 milhões) foi 13,4% acima da média de agosto do ano passado (US$ 603,4 milhões), informou o ministério. Nesse comparativo, cresceram os gastos, principalmente, com siderúrgicos (74,8%), químicos orgânicos e inorgânicos (39,7%), equipamentos mecânicos (23,5%), adubos e fertilizantes (20%), veículos automóveis e partes (20%).

Na comparação com julho, houve queda nas importações de 19,3%, pela diminuição em combustíveis e lubrificantes (-29,5%), farmacêuticos (-13,6%), extratos tanantes e corantes (-13,5%), instrumentos de ótica e precisão (-5,8%) e veículos automóveis e partes (-5,7%).

Contas externas têm resultado positivo em junho

As contas externas brasileiras apresentaram resultado positivo pelo quarto mês consecutivo. Em junho, houve superávit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações.

O resultado ficou positivo em US$ 435 milhões, mas foi bem menor que o de junho de 2017: superávit de US$ 1,328 bilhão. Os dados foram divulgados hoje (26), em Brasília, pelo Banco Central (BC).

No primeiro semestre, foi registrado déficit primário de US$ 3,586 bilhões, contra o superávit de US$ 584 milhões em igual período de 2017.

Entre os componentes das transações correntes está a balança comercial (exportações e importações de mercadorias), que apresentou superávit de US$ 5,512 bilhões no mês passado e US$ 27,485 bilhões, no primeiro semestre.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o resultado das contas externas foi impactado pelo crescimento das importações em ritmo maior que das exportações. Isso aconteceu porque, com o crescimento da economia no primeiro semestre, aumentou a demanda por produtos importados. No primeiro semestre, as importações cresceram 18,4%, enquanto as exportações apresentaram expansão de 5,5%. “O maior dinamismo das importações fez com que houvesse uma redução no superávit comercial”, disse Rocha.

Especificamente em junho, Rocha disse que os dados foram afetados pela greve dos caminhoneiros. Com a paralisação, as exportações diminuíram. Nas duas primeiras semanas de junho, a média diária de exportações ficou em US$ 800 milhões. A partir de 11 de junho, houve recuperação, com a média diária em US$ 1,027 bilhão.