Saúde que gera empregos

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Rede D’Or vai gera 5 mil vagas empregos nas antigas instalações da Beneficência Portuguesa

A Organização  Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades” e frente à crise econômica que ainda atinge o país, ter um emprego se torna quase que uma condição para alcançar o bem estar. Por isso, é que representantes do setor destacam, No Dia Mundial da Saúde (7), o fato  de que o setor médico é um dos poucos a registrar saldo positivo entre contratações e demissões nos últimos três anos. De janeiro a dezembro de 2017, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o setor registrou saldo favorável de 49 mil postos de trabalho, resultado este melhor do que em 2016, quando fechou o ano com 40 mil vagas.

Quem conhece o setor costuma destacar que os números poderiam ser ainda melhores se o segmento não sofresse tanto com a alta carga tributária. Manter um hospital, por exemplo, torna-se uma tarefa dispendiosa quando se olha para números como o da tributação sobre medicamentos, que chega a 31%. Impostos como PIS, COFINS, ICMS e ISS provocam um estrago significativo ao incidir sobre os produtos, mercadorias e serviços destinados à saúde da população. Atualmente, o avanço da medicina está diretamente relacionado ao uso racional da tecnologia e para acompanhar a tendência é necessário fazer grandes investimentos.

Gilberto Ururahy reduzida
Com diagnósticos precisos, Ururahy trabalha em conjunto com os RHs de empresas

Referência em medicina preventiva no país, o diretor-médico da clínica Med-Rio Check-up, Gilberto Ururahy, explica que são justamente os equipamentos de última geração que permitem a clínica fazer um diagnóstico mais preciso e, assim, traçar uma gestão de saúde bem detalhada e confiável para os seus clientes. “Todos os resultados podem ser, por exemplo, acessados através de nosso aplicativo móvel e ficam disponíveis em 24h”, afirma Ururahy, que também destaca que as informações reunidas permitem fazer um trabalho junto com o RH das empresas.

Para uma área de gestão de pessoas que compreende a importância de investir na saúde, os dados apontados pelos exames permitem planejar ações de acordo com o cenário apresentado. Quanto mais informações disponíveis sobre a saúde dos colaboradores, maior será a possibilidade de desenvolver um Programa de Qualidade de Vida (PQV) direcionado para a formação de hábitos que realmente terão impacto positivo no dia a dia de cada um deles. “No caso de uma empresa em que são constatados altos níveis de sedentarismo entre os funcionários, é possível criar, por exemplo, um grupo de caminhada”, explica Ururahy.

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Hospital São Lucas ampliou o número de leitos de 163 para 210

A rede hospitalar também vem realizando investimentos contínuos, ampliando a infraestrutura e trazendo novos equipamentos para o país. O Hospital São Lucas (HSL), em Copacabana, por exemplo, recebeu um aporte de 100 milhões em novas instalações e equipamentos médicos. O número de leitos aumentou de 163 para 210. Os investimentos impressionam quando se avalia o cenário da Saúde Suplementar. Desde 2015, os planos de saúde já perderam mais de 2,7 milhões de beneficiários, situação esta que se reflete diretamente na rede privada hospitalar, pois, em muitos casos, os planos chegam a responder por 90% dos atendimentos realizados. O Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) recebeu investimento de mais de R$ 100 milhões. Ambos os hospitais pertencem à Rede Ímpar, que também inclui: o 9 de Julho (H9J) e o Santa Paula, em São Paulo (SP), e o Hospital Brasília e a Maternidade Brasília, no Distrito Federal.

A Rede D´Or vem investindo com fôlego em sua expansão. No ano passado, comprou a tradicional Clínica São Vicente, na Gávea, e vai investir cerca de R$ 350 milhões para transformar a unidade em um centro referência de tratamento oncológico. A Rede D’Or inaugurou o CopaStar, unidade de ponta com serviços e técnicas inovadores, sobretudo nas áreas de neurocirurgia e cirurgia cardíaca, além de hotelaria classe A. O novo hospital recebeu um investimento de R$ 400 milhões. O grupo também está investindo R$ 300 milhões nas históricas instalações da Beneficência Portuguesa, na Gloria, que foi arrematada em leilão judicial por R$ 60 milhões. O espaço receberá a maior unidade da rede no Rio de Janeiro e vai gerar 5 mil vagas emprego.

Além do hospital, o espaço abrigará o Instituto D’OR de Pesquisa e Ensino (IDOR), que, atualmente, tem linhas de pesquisa voltadas para neurociência, medicina intensiva, oncologia e pediatria. O grupo fechou, ainda, a compra do terreno da antiga concentração do Flamengo, em São Conrado, onde será construída a Maternidade Star, também voltado para a classe A. A previsão é de um aporte de mais de R$ 100 milhões. Toda essa movimentação mantém o setor aquecido, o que leva a crer que será mais um ano com geração de empregos positiva.

A nova batalha de Nikaia

*Ana Paula Alfredo é membro do Grupo Nikaia

A história da luta feminina para conquistar mais espaço na sociedade atual está diariamente estampada nas páginas dos jornais. As mudanças trazidas pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman na Arábia Saudita são apenas uma demonstração de extremismo nos limites impostos às mulheres ao longo da sua história e que apenas agora poderão dirigir e frequentar arenas esportivas naquele país. Contudo, a trajetória feminina e sua busca por maiores realizações vai além do mundo árabe, da violência doméstica e da privação dos direitos básicos. Mesmo nas sociedades mais modernas e abertas, a mulher enfrenta a realidade de oportunidades reduzidas.

E uma das formas mais claras de vermos isso expresso em números é analisando o mercado de trabalho. De acordo com a Pnad 2015, as mulheres representam 44% da força de trabalho no Brasil, mas apenas 37% dos cargos de liderança. Por sua vez, o número de lares brasileiros chefiados por mulheres saltou de 23% para 40% entre 1995 e 2015, segundo informações da pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero. Hoje, as empresárias brasileiras já são quase 8 milhões, porém, segundo levantamento do Sebrae, a maioria delas atua em empresas informais ou com menor estrutura, como os MEIs.

Infelizmente, a realidade brasileira não é única. Mesmo em locais que são sinônimos de avanço tecnológico e inovação, como o Vale do Silício, a situação da mulher é similar. Para se ter ideia, no Vale, apenas 2% das startups são chefiadas por mulheres. Um estudo de uma professora da Universidade de Toronto mostrou que um mesmo pitch (proposta “vendedora” de um projeto para financiamento) tinha duas vezes mais chances de obter recursos simplesmente por ser lido por uma voz masculina ao invés de uma feminina.

Nos surpreendemos com os indicadores, mas a verdadeira questão é por que isso acontece. Racionalmente, todos consideramos esses dados absurdos. Mas, esses conceitos nos acompanham em pleno século XXI e continuam entranhados em nossa cultura, principalmente, na forma que tomamos decisões. E veja que não falta luta.

Ao longo do tempo tem se buscado alternativas para provar a importância da presença feminina nas organizações, para mostrar que seus resultados são efetivos, que suas características de gestão e liderança são uma força para as empresas. Mas, a professora e especialista em diversidade nas organizações, Sarah Kaplan, da Rotman School of Management, trouxe à tona uma questão fundamental. Por que temos que provar que a mulher é necessária nas organizações? Por que temos que criar casos para justificar a sua performance? Alguém já pediu essas informações a algum homem? A verdade é que até nossas perguntas são permeadas por essa visão.

A história da mulher é marcada sempre pela busca de uma justificativa para ser valorizada, de correr atrás de prejuízos e de buscar equilibrar milhares de pratos sem deixar nenhum cair. No entanto, na prática a história que temos que escrever é a da deusa grega Nikaia ou Nice.

A representação mais comum da deusa é a de uma mulher com asas. Sua imagem é hoje obrigatória nas medalhas olímpicas de verão e a mais famosa está exposta no museu do Louvre em Paris, a Samotrácia. Nikaia ou Nice, na mitologia grega, estava sempre próxima à Atena, a deusa da estratégia e das batalhas, garantindo-lhe o bom resultado em cada investida. E o melhor: Atena nunca perdeu uma batalha.

E foi justamente para mostrar a importância desse lado vitorioso da mulher, que eu, juntamente com nove outras executivas dos mais variados segmentos, criamos o Grupo Nikaia. O objetivo é, através de um curso de desenvolvimento, empoderar as mulheres e fazer que entendam o contexto no qual estão inseridas dentro das organizações, além de fazer com que acreditem na sua capacidade de voar e chegar aonde desejam, assim como a deusa grega.

Essa batalha é longa e árdua. Que Nikaia nos garanta mais uma vitória!

Brasil abre 34 mil vagas formais de trabalho em setembro

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Pelo sexto mês consecutivo o país registra resultado positivo

O Brasil registrou a abertura de 34.392 vagas formais de emprego em setembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, foram abertos 208.874 postos com carteira assinada, sinal da gradual recuperação econômica após dois anos de profunda recessão.

Brasil cria 35,9 mil vagas formais de trabalho em julho

Pelo quarto mês consecutivo, o país registrou saldo positivo na criação de postos de trabalho formal. Em julho, foram criados 35,9 mil vagas formais, resultado de 1.167.770 admissões e 1.131.870 desligamentos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho. Para comparação, em junho, apenas 9.821 vagas foram abertas.
O setor da Indústria foi o grande responsável pelo número, com a criação de 12.594 vagas. O número foi puxado pelo segmento de produtos alimentícios, que criou 2.282 postos.
Também tiveram resultados positivos o comércio (10.156 vagas abertas), serviços (7.714), agropecuária (7.055) e construção civil (724). Já os serviços industriais de utilidade pública lideraram o grupo com fechamento de postos: 1.125 empregos encerrados no mês. Em seguida, estão administração pública (-994) e extrativa mineral (-224). Dos 25 subsetores econômicos, 17 empregaram mais do que demitiram no últimos mês.
O acumulado dos sete primeiros meses de 2017 tem saldo de 103.258 vagas criadas. No mesmo período do ano passado, o salgo era negativo, com o fim de 623.520 postos de trabalho formal.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, garantiu que os números positivos continuam até novembro. A partir de dezembro, pode haver interrupção do crescimento de empregos formais devido à sazonalidade e às posições temporárias de fim de ano. “A balança do ano não tem como prever, mas melhora mês a mês”, assegurou.
Para o ministro, as medidas implementadas pela equipe econômica do governo, como a liberação de R$ 44 bilhões do FGTS, influenciam no poder de compra do consumidor. Nogueira acredita também que houve influência na expectativa da indústria e dos empresários em investimentos.
Nogueira também ressaltou que os dados do Caged mostram resultados positivos em setores que, nos mesea anteriores, não eram os responsáveis pelo crescimento do emprego no país. Como exemplo, citou a construção civil, que não via resultado positivo há 33 meses — desde setembro de 2014.