Uma nova perspectiva sobre a crítica situação epidemiológica da obesidade no Brasil
Por Dr. Igor Castor*

 

Doenças cardiovasculares, hipertensão, colesterol alto, diabetes, problemas respiratórios como asma e ainda apneia do sono, entre outras condições médicas complexas, estão na lista das doenças que a obesidade carrega consigo e que, infelizmente, colaboram de forma importante para a reduzir a expectativa de vida da população.

O fato interessante é que, antigamente, e não precisamos fazer tanto esforço para puxar pela memória, algo entre uma ou duas décadas atrás, quando olhávamos para países como os Estados Unidos, ficávamos espantados com os altos índices de obesidade. E ainda temos que ficar, pois a situação piora ano após ano. Para se ter uma ideia, um estudo liderado pela Escola de Saúde Pública de Harvard estima que serão 48,9% de americanos obesos em 2030.

Mas, uma boa reflexão a fazer é: será que também seguimos por este caminho?

Recentemente, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) apresentou um relatório no Congresso Internacional sobre Obesidade, realizado em São Paulo, com conclusões aterrorizantes. De acordo com o material, até 2044, 48% dos adultos brasileiros terão obesidade e mais de 27% serão vítimas do sobrepeso. Mantidas as tendências atuais, daqui a 20 anos, 130 milhões de adultos brasileiros viverão essa lamentável realidade.

Ou seja, é preciso agir rápido e de forma efetiva! No que tange ao setor privado, este cenário interfere precisamente na saúde dos planos de saúde e autogestoras que, neste momento, buscam soluções para controlar as altas taxas de sinistralidade decorrentes das doenças convergentes à obesidade. Caso não as encontrem, o futuro (próximo) será o esgotamento destas empresas.

A alternativa inteligente para resolver e controlar essa situação é tratá-la com a devida relevância que merece, atuando na linha de frente com iniciativas que auxiliam as pessoas a alcançarem uma vida mais saudável e a saírem da crítica faixa do sobrepeso e da obesidade.

Por isso, o SlimPass – o primeiro Programa Sistêmico de Tratamento Clínico para a Obesidade, exclusivo para empresas autogestoras e planos de saúde – tem chamado a atenção por sua efetividade na inovação para o tratamento clínico da obesidade no país.

Em parceria com uma autogestora, que atende todo o Estado do Paraná, o SlimPass realizou um estudo para avaliar a eficiência do tratamento desenvolvido pelo programa. Envolvendo 218 pacientes desta empresa, ao longo de 15 meses, a adoção do SlimPass pela amostra resultou na perda de 2,1 toneladas de peso, com foco na eliminação de gordura corporal. Destes pacientes, 54 deixaram a “fila” da cirurgia bariátrica, o que gerou uma economia de R$ 2,160 milhões para os planos de saúde e um retorno sobre investimento (ROI) de 7,59 vezes, ou 759%.

Em um grupo específico de 32 pacientes extremamente obesos (com IMC médio de 38 ou superior) que completaram seis meses de tratamento, o estudo apontou uma redução média do IMC para 35,5. Esses pacientes já apresentavam diversas comorbidades, incluindo dislipidemia, hipertensão, apneia do sono, problemas osteomusculares, esteatose hepática e diabetes.

Depois de seis meses, 68,7% dos pacientes otimizaram o controle da hipertensão, 61,5% melhoraram os níveis de colesterol e 58,3% conseguiram remissão do diabetes tipo 2 ou pré-diabetes. Além disso, 50% normalizaram os níveis de transaminases, que são as enzimas que indicam o funcionamento do fígado, apontando uma melhoria significativa nas condições hepáticas.

O levantamento também evidenciou transformações substanciais nos hábitos dos pacientes. Cerca de 66% deixaram o sedentarismo, 81,2% melhoraram a dieta e 90,6% relataram melhora na qualidade do sono. Esses resultados demonstram que é possível promover mudanças significativas e duradouras no estilo de vida, mesmo entre aqueles mais difíceis de tratar.

No estudo, a autogestora investiu R$ 112,7 mil na terapia do grupo de pacientes, o que resultou em uma economia bastante considerável, de R$ 1,73 milhão. Este retorno sobre o investimento de incríveis 1.434%, no estudo realizado com 32 pacientes que completaram 6 meses ininterruptos de tratamento, reforça o impacto legítimo da eficiência financeira do programa.

Casos individuais também ilustram o sucesso do SlimPass. Um caso emblemático foi de um paciente que perdeu 32 quilos, equivalente a 26% de seu peso corporal, e reduziu o IMC de 41 para 30,3. Este resultado é comparável a uma cirurgia bariátrica, mas alcançado por meio do tratamento clínico. Além disso, pacientes que estavam à beira de necessitar de transplantes de fígado conseguiram evitar tal procedimento.

A obesidade é uma epidemia e precisa ser encarada sob diversas óticas. Não se trata de um problema isolado, que afeta um grupo específico de pessoas. O país enfrenta uma situação que necessita de atenção emergencial. Visto que o tratamento contínuo resultante dessa condição ocasiona custos elevados, aumento de consultas médicas e medicamentos, internações e procedimentos cirúrgicos, que aumentam os índices de sinistralidade, a necessidade de adesão a soluções como o SlimPass é primordial para o sistema das autogestoras e planos de saúde de fato não colapsar.

*Dr. Igor Castor é cirurgião especialista no Aparelho Digestivo. Co-founder e CEO do SlimPass, também é chefe Fellowship em cirurgia videolaparoscópica complexa. 

Dengue cresce no Rio; cinco municípios têm situação epidêmica
Preocupação é que quadro piore com a chegada do verão

Da Agência Brasil

O número de casos de dengue no estado do Rio de Janeiro preocupa as autoridades e acende um alerta a quase dois meses do verão. A tendência é que o período, marcado por mais chuvas e calor, favoreça a proliferação do mosquito Aedes aegypti e do vírus que provoca a doença. Até o momento, foram registrados 39.369 casos em todo o estado. Em 2022, foram 9.926 casos para o mesmo período.

Na semana terminada em 14 de outubro, pelo menos cinco municípios registraram situação de epidemia da doença: Angra dos Reis, Resende, Nova Iguaçu, São Pedro da Aldeia e Rio das Ostras. A análise é do InfoDengue, sistema de alerta para arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Quando se consideram os números gerais de 2023, as maiores taxas de incidência da dengue estão nas regiões noroeste e sul do estado. Os municípios de Natividade e Varre e Sai, ambos no noroeste, têm taxas de 4.861 e de 2.881 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Paraty, no sul do estado, registrou 2.417 casos por 100 mil habitantes.

A Secretaria de Estado de Saúde diz que vem monitorando a situação e que discute as melhores formas de combate à doença em todo o Rio de Janeiro.

“Iniciamos um processo de reunião com os municípios para discutir os planos de contingência e de respostas para uma possível epidemia em todos os municípios do estado. A partir desta semana, a gente já começa esse encontro”, informa o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, Mário Sérgio Ribeiro.

Segundo o subsecretário, também está sendo planejada uma nova rodada de capacitação dos profissionais de saúde que lidam com os pacientes infectados pelo vírus, principalmente médicos e enfermeiros. O diagnóstico correto da doença e do sorotipo são importantes para evitar situações de agravamento.

A Secretaria de Estado de Saúde reforçou que não há casos registrados do sorotipo 3 no Rio de Janeiro. Depois que Roraima e Paraná identificaram o ressurgimento de casos de infecção pelo sorotipo 3 neste ano, os demais estados estão em alerta. Há mais de 15 anos, ele não causa epidemias no país.

Situação na capital

Os números na capital fluminense também chamam a atenção. Até agora, foram registrados 18.120 casos de dengue, com uma taxa de 267 casos por 100 mil habitantes. É o maior valor anual desde 2016, que teve 25.856 casos. Foram confirmadas quatro mortes em decorrência da doença. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a região mais afetada é a zona oeste, com 4.722 registros.

De acordo com o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, já estão sendo tomadas medidas de enfrentamento ao mosquito transmissor da dengue. Ele ressalta, porém, que, além das ações da prefeitura, é preciso haver participação ativa da população.

“Estamos intensificando as visitas domiciliares com os agentes de saúde e de vigilância. Também estamos fazendo campanhas nas escolas e nas comunidades, para que de fato possamos ter toda a população preocupada em conter o avanço do Aedes aegypti, diz Soranz. “Se a gente teve esse aumento de casos no inverno, um período em que o mosquito não cresce com facilidade, o verão tende a ter aumento ainda maior. E o principal foco está na casa das pessoas que ficam doentes. De cada três pessoas com dengue, duas têm focos de mosquito em casa ou perto dela.”

A prefeitura do Rio reforça que qualquer pessoa pode solicitar uma vistoria, se suspeitar de um foco de Aedes aegypti. Basta entrar em contato pelo telefone 1746.

Cuidados

O Ministério da Saúde orienta que a população procure o serviço de saúde mais próximo da residência assim que surgirem os primeiros sintomas de dengue. Para combater a proliferação do mosquito e a doença, é necessário eliminar todo local de água parada, pois é lá que o mosquito transmissor coloca os seus ovos, destaca a pasta.

Também é importante evitar acúmulo de lixo, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água.

China espera ter epidemia de coronavírus sob controle no fim de abril
Casos começaram a diminuir em 15 de fevereiro, diz médico

Da Agência Brasil

A China espera ter o surto do novo coronavírus (Covid-19) sob controle no fim de abril, disse hoje o chefe da equipe de médicos especialistas da Comissão Nacional de Saúde da China, o pneumologista Zhong Nanshan.

“A China está confiante de que vai controlar o surto, em termos gerais, até o fim de abril”, disse Zhong, em entrevista em Cantão, a capital da província de Guangdong.

Ele garantiu que, “embora tenha havido grande surto em Wuhan, a doença não se espalhou de forma maciça em outras cidades”.

O especialista em doenças respiratórias disse que o número de casos na China começou a diminuir após 15 de fevereiro, “devido à forte intervenção do Estado” e aos “cancelamentos de viagens após as férias do Ano Novo Lunar”, entre 24 e 30 de janeiro, mas que foram prolongadas para evitar a propagação da doença.

Casos confirmados do novo coronavírus

Segundo os dados atualizados pela Comissão Nacional de Saúde da China, até a meia-noite de hoje (16h de quarta-feira em Lisboa), a China somava um total de 2.744 mortos e 78.497 casos confirmados.

Entre os casos confirmados, 43.258 ainda estão ativos e 8.346 encontram-se em estado grave. Mais de 32.400 pessoas já receberam alta após superar a doença.

Zhong disse que as previsões de alguns especialistas estrangeiros, que estimaram que o número de casos na China ia atingir os 160 mil, “não levaram em conta a intervenção do governo chinês”.

“A nossa equipa previu que o número de pacientes atingisse cerca de 70 mil. Apresentamos esses números a uma publicação internacional, mas não foram aceitos”, afirmou.

Zhong disse que a China deve agora “cooperar e partilhar a sua experiência com outros países”, diante do rápido aumento de casos na Coreia do Sul, Itália ou no Irã.

O epidemiologista disse ainda que, embora a epidemia tenha começado no país asiático, o primeiro caso de coronavírus pode não ter ocorrido na China.

“Quando fizemos as nossas primeiras previsões, pensamos apenas na China e não em outros países. Mas vemos que surtos estão a ocorrer em outros países. Embora o surto tenha começado na China, isso não significa necessariamente que a China seja a fonte da doença”, disse.

As autoridades de saúde chinesas colocaram sob observação 652 mil pessoas, após terem tido contato próximo com os infectados. Mais de 71 mil ainda estão sendo acompanhados.

Na província de Hubei, o epicentro da epidemia, que acumula 84% dos casos e 96% das mortes, o número de novos casos subiu hoje para 409, ao mesmo tempo em que morreram 26 pessoas, a maioria em Wuhan, capital da província.

Embora mais de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a China soma 95% dos casos de infeção pelo novo coronavírus a nível mundial.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus, Covid-19, é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infectadas, de acordo com dados de 48 países e territórios.

Das pessoas infectadas, mais de 33 mil se recuperaram.

Além de 2.744 mortos na China, onde o surto começou no fim do ano passado, há registro de mortes no Irã, na Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, em Hong Kong e Taiwan.

A Organização Mundial da Saúde declarou o surto do Covid-19 emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos na Itália, Coreia do Sul e no Irã nos últimos dias.

ONU alerta para aumento de casos de doença misteriosa na América Central

Um grande número de jovens vivendo em comunidades de pequenos agricultores na América Central está sofrendo de uma misteriosa doença renal. Em comunicado, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), informou que a doença tem origem incerta e não está relacionada ao diabetes ou à hipertensão. A informação é da ONU News.

A agência da ONU emitiu recomendações às áreas afetadas alertando que as pessoas mais propensas a desenvolver o mal renal são homens jovens em comunidades agrícolas de baixa renda. Para a Opas, a doença está associada a fatores como poluentes ambientais, condições de trabalho precárias e  agroquímicos assim como baixa ingestão de água.

Os primeiros casos surgiram há mais de 10 anos. Numa nova publicação, Epidemia de Doença Renal Crônica em Comunidades Agrícolas da América Central, a agência tenta estabelecer um plano de vigilância para a enfermidade.

De acordo com a Opas, os sistemas de saúde da região precisam de mais informação sobre a epidemiologia para responder à situação e detalhar o que pode ser usado como estratégias. Uma das propostas é identificar pacientes com risco de insuficiência renal e que possam receber o tratamento adequado para mitigar esses riscos.

Problema de saúde pública

Um estudo recente mostrou que mais de 60 mil mortes causadas por complicações renais ocorreram entre 1997 e 2013 na América Central. Muitos casos só foram diagnosticados num estágio bem
tardio.

Entre 2005 e 2012, somente em El Salvador, as internações devido ao problema subiram 50%. Um ano depois, representantes da América Central e da República Dominicana emitiram uma nota sobre o tema indicando a epidemia de causas desconhecidas como um sério e urgente problema de saúde pública.

A Opas informou que continuará acompanhando a situação para promover uma vigilância e mobilização na área além de promover melhorias no meio ambiente e condições de trabalhos dessas comunidades rurais.