Vacinação contra covid-19 começa ainda hoje nos estados, diz Pazuello
Primeiras aplicações devem ser feitas até as 17 horas

Da Agência Brasil

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou hoje (18) que a vacinação contra o novo coronavírus começará nos estados ainda nesta segunda-feira. Ele disse que a previsão é que a distribuição das doses da vacina com uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) ocorra até as 14h de hoje, e que as primeiras aplicações sejam feitas até as 17h.

Ao lado de governadores, Pazuello participou, nesta manhã, do ato simbólico de entrega de 4,6 milhões de doses da CoronaVac no Centro de Logística do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. As vacinas serão transportadas por via aérea para o Distrito Federal e as capitais de dez estados: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. Também há previsão de distribuição de vacinas por via terrestre.

Segundo o ministro, o Instituto Butantan receberá um ofício pedindo celeridade no envio do pedido de autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção de mais 2 milhões de doses da CoronaVac. A documentação deve ser analisada até 31 de março.

Ele reforçou que os primeiros a receber as doses da vacina serão  integrantes do grupo prioritário: profissionais da saúde, idosos e indígenas. Pazuello destacou, ainda, que os cuidados com uso de máscara e álcool em gel não podem ser deixados de lado. “A vacina não determina o fim das medidas protetivas”, disse.

Estados terão incentivo para fortalecer ações contra o câncer
Medida foi publicada hoje no Diário Oficial da União

O Ministério da Saúde publicou, no Diário Oficial da União de hoje (23), a portaria que institui, “em caráter excepcional e temporário”, um incentivo financeiro de R$ 150 milhões visando o fortalecimento do acesso às ações de prevenção, detecção precoce e controle de câncer durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), no Sistema Único de Saúde (SUS).

A medida tem por objetivo a “reorganização da rede de atenção e seus fluxos assistenciais”, para melhor rastrear e diagnosticar, de forma precoce, o câncer de mama e de colo de útero.

Os valores a serem pagos aos estados variam em função do desempenho alcançado, conforme metodologias adotadas pelo ministério tendo por base a apuração de 2019.

Entre os quesitos considerados na metodologia estão o desempenho da rede de atendimento na realização de procedimentos do grupo de diagnóstico; parâmetros técnicos publicados pelo Instituto Nacional do Câncer; percentual de execução das ações de rastreamento e detecção precoce do câncer de mama e do colo de útero em 2019, informadas no Sistema de Informações Ambulatoriais e no Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde.

Serão pagos R$ 7,5 milhões para os estados que alcançaram o desempenho na faixa até 25%; R$ 22,5 milhões para os estados que alcançaram o desempenho na faixa entre 26% a 50%; R$ 45 milhões para os que alcançaram o desempenho na faixa entre 51% a 75%; e R$ 75 milhões para os estados que alcançaram o desempenho acima de 76%.

Pesquisa mostra desconcentração regional no setor de serviços

Divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Anual dos Serviços (PAS 2017) mostra desconcentração regional entre 2008 e 2017 na estrutura do setor. Essa é uma tendência natural que já era esperada, disse à Agência Brasil a gerente de Análise e Disseminação do IBGE, Synthia Santana. “Você espera sempre desconcentração regional. As pessoas e as empresas estão sempre se deslocando em direção a estados e regiões onde os fatores de produção são mais favoráveis, mais baratos”.

Com isso, o Sudeste perde posição e as demais regiões vão ganhando dinamismo. “Aí você tem um ganho de importância do Centro-Oeste do país e o deslocamento, ancorado na própria estrutura produtiva da região, com grandes produtores agrícolas importantes, o que enfatiza o setor de transportes, as atividades e empresas que estão ao redor daquele polo que está se mostrando bastante dinâmico”.

De acordo com a sondagem do IBGE, o Sudeste brasileiro está desaquecendo, enquanto outras regiões estão ganhando dimensão. A Região Sudeste experimentou, na década compreendida entre 2008 e 2017, queda no pessoal ocupado (de 60,4% do total para 57%), no número de empresas (de 59,3% para 56,4%), no salário pago (de 67,3% para 63,3%) e na receita bruta de prestação de serviços (de 66,2% para 64,3%).

Concentração da receita

Com base na receita bruta de serviços registrada entre as unidades da Federação de cada grande região no decênio compreendido entre 2008 e 2017, verifica-se que o Sudeste concentrou 65,6% da receita de serviços no estado de São Paulo, seguindo-se o Rio de Janeiro (20%), Minas Gerais (11,9%) e o Espírito Santo (2,5%). Enquanto São Paulo subiu 1 ponto percentual (1 pp) em comparação a 2008 e o Rio de Janeiro manteve-se estável, Minas Gerais e o Espírito Santo tiveram quedas, respectivamente, de 0,8 pontos percentuais (pp) e de 0,2 pp.

No Sul, onde ocorreu a mais significativa mudança estrutural no país, o Paraná passou a liderar a geração de receita bruta de serviços na região, com aumento de 2,2 pp, concentrando 39,3% e ocupando o lugar do Rio Grande do Sul, cuja participação caiu 3,7 pp, passando a responder por 35,2% do total.

No Nordeste, a prestação de serviços não financeiros está concentrada na Bahia (31,2%), em Pernambuco (21,3%) e no Ceará (17,1%). Juntos, esses três estados respondem por 69,6% da receita bruta regional de serviços. Todos os estados nordestinos aumentaram sua participação na década analisada, à exceção da Bahia. Synthia Santana informou, entretanto, que mesmo perdendo 4,1 pp em participação, a Bahia ainda é o principal estado em geração de receita bruta de serviços no Nordeste.

Ela disse que o Centro-Oeste, onde a estrutura produtiva é bastante homogênea, se ancora bem no segmento de transportes e nos serviços auxiliares à vocação natural do agronegócio. Tem destaque o Distrito Federal, com 36,2% de participação na receita bruta de serviços gerada na região, concentrada nos serviços tradicionais, apesar da retração de 7,1 pp em dez anos.

Em contrapartida, o estado de Mato Grosso viu sua participação em dez anos aumentar 7,2 pp, passando para 22%, “ancorada nos serviços auxiliares do agronegócio, que impulsiona toda a gama de atividades ao redor”, disse a gerente do IBGE. Segundo ela, 62,1% da receita bruta do Mato Grosso são gerados por transportes. “Então, o setor de transportes responde por 62,1% da receita de transportes em Mato Grosso. Toda a atividade que é impulsionada pelo agronegócio”.

A Região Norte tem no Amazonas e no Pará a concentração da receita bruta regional, da ordem de 36,3% e 37%, respectivamente. A participação do Amazonas caiu 3,6 pp em dez anos. A principal mudança estrutural foi o ganho de 2,4 pp de receita verificado no estado do Tocantins, no mesmo período. “O estado vem se destacando bastante no segmento de comércio atacadista, de centrais de distribuição, de logística. Isso também impulsiona toda a gama de atividades de serviços de apoio”, relatou Synthia. Em 2008, o Tocantins tinha participação de 5,3% na receita bruta de serviços da região e, em 2017, subiu para 7,7%.

Taxa de desemprego cresce em 14 estados no primeiro trimestre do ano

A taxa de desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da Federação no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD-C), divulgada hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas outras 13 unidades, a taxa manteve-se estável.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, no entanto, apenas quatro unidades da Federação tiveram aumento da taxa de desemprego.

Na passagem do último trimestre de 2018 para o primeiro trimestre deste ano, as maiores altas da taxa de desemprego foram observadas no Acre (de 13,1% para 18%), Goiás (de 8,2% para 10,7%) e Mato Grosso do Sul (de 7% para 9,5%).

Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, os estados que registraram alta na taxa foram Roraima (de 10,3% para 15%), Acre (de 14,4% para 18%), Amazonas (de 13,9% para 14,9%) e Santa Catarina (de 6,5% para 7,2%).

Já os estados que tiveram queda na taxa, nesse tipo de comparação, foram Pernambuco (de 17,7% para 16,1%), Minas Gerais (de 12,6% para 11,2%) e Ceará (de 12,8% para 11,4%).

Subutilização

A taxa de subutilização (os que estão desempregados, que trabalham menos do que poderiam e que estavam disponíveis para trabalhar mas não conseguiram procurar emprego) do primeiro trimestre foi a maior dos últimos da série histórica (iniciada em 2012) em 13 das 27 unidades da Federação.

As maiores taxas foram observadas no Piauí (41,6%), Maranhão (41,1%), Acre (35%), na Paraíba (34,3%), no Ceará (31,9%) e Amazonas (29,2%). A taxa média de subutilização no país foi de 25%, também a maior da série histórica.

Os maiores contingentes de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) no primeiro trimestre deste ano foram registrados na Bahia (768 mil pessoas) e no Maranhão (561 mil). Os menores foram observados em Roraima (8 mil) e no Amapá (15 mil).

Os maiores percentuais de trabalhadores com carteira assinada estavam em Santa Catarina (88,1%), no Rio Grande do Sul (83,2%) e Rio de Janeiro (81,8%) e os menores, no Maranhão (50,3%), Piauí (52,5%) e Pará (53,0%).

As maiores proporções de trabalhadores sem carteira foram observadas no Maranhão (49,5%), Piauí (47,8%) e Pará (46,4%), e as menores, em Santa Catarina (13,2%), no Rio Grande do Sul (18,0%) e Rio de Janeiro (18,4%).

Em relação ao tempo de procura de emprego no Brasil, 45,4% dos desocupados estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho; 24,8%, há dois anos ou mais, 15,7%, há menos de um mês e 14,1% de um ano a menos de dois anos.