Palestra na ACRJ mostra as relações entre ética e Comunicação Não-Violenta

A Comunicação Não-Violenta tem sido uma ferramenta cada vez mais utilizada no mundo inteiro para resolver condutas impróprias no ambiente de trabalho e nas escolas. Desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, a CNV estimula a compaixão e a empatia, valores essenciais nos relacionamentos entre colegas de trabalho e também de escola. Dessa forma, ajuda a resolver conflitos e evitar casos de assédio. Esse será o tema de palestra da coach Marie Bendelac Ururahy na próxima sexta-feira (dia 5), às 11h, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Hoje denúncias de funcionárias contra colegas e superiores, por conta de assédio e práticas abusivas, ganham repercussão em escala global. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 52% das mulheres já sofreram assédio sexual, moral ou psicológico. O mesmo vale para o ambiente escolar, onde queixas de assédio contra alunos e professores também se multiplicam.

Através da CNV, a vítima de assédio ganha instrumentos para se expressar de forma clara e madura, fazendo com que seja ouvida e respeitada. “Assim, aprende a lidar consigo e com os outros ao seu redor, sem tolerar nenhuma forma de desrespeito ou agressão. Sobretudo, aprende a impor limites, o que é de grande valia para desarmar o novelo de abusos e agressões”, explica Marie, sócia e fundadora da Be Coaching Brasil.

A CNV tem ajudado a transformar pessoas e organizações. “A Comunicação Não-Violenta vem revolucionando os relacionamentos em mais de 100 países e despertando atenção cada vez maior no Brasil, tanto em relação à sua utilidade individual quanto nos ambientes corporativos e institucionais, como em governos e até na ONU”, explica.

Para Marie, diversidade é uma das questões mais difíceis hoje no ambiente corporativo e escolar. A capacidade de lidar com a complexidade e com a diversidade humana é fator fundamental para evitar esses conflitos e resolver situações.

“Por isso a CNV é tão importante. Ela auxilia as pessoas a lidarem com o outro, com o diferente e com as diferenças. É fundamental para trazer níveis de consciência a quem pratica o assédio e, com isso, colocar fim a esta prática. E também para as vítimas, que podem identificar e sair desta situação”, ressalta Marie.

Segundo o Gallup Institute, organizações nas quais o comprometimento de pessoas é maior são 22% mais lucrativas, 21% mais produtivas e têm índice de absenteísmo 37% menor em relação às que têm menor percentual de engajados. Mas, para tanto, é preciso um bom ambiente de trabalho. Empatia, parceria e comunicação eficaz são capazes de evitar muitos desses problemas, segundo os princípios da CNV.

SERVIÇO
Palestra: Ética e Comunicação Não-Violenta
Marie Bendelac Ururahy
Data: 5 de julho
Horáro: 11h
Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)
Endereço: Rua Candelária, 9 / 12º andar
Inscrições gratuitas: (21) 2514-1203

Novo Código de Ética Médica entra em vigor

O Novo Código de Ética Médica entra em vigor hoje (30) em todo o país. O documento, composto por 26 princípios listados como fundamentais para o exercício da medicina, prevê pontos como respeito à autonomia do paciente, inclusive aqueles em fase terminal; preservação do sigilo profissional; direito de exercer a profissão de acordo com a consciência; e possibilidade de recusa de atender em locais com condições precárias.

“Trata-se da versão atualizada de um conjunto de princípios que estabelece os limites, os compromissos e os direitos assumidos pelos médicos no exercício da profissão”, explicou o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Confira, abaixo, as principais diretrizes que compõem o novo código.

Novidades

Entre as novidades do novo código de ética está o respeito ao médico com deficiência ou doença crônica, assegurando ao profissional o direito de exercer as atividades nos limites de sua capacidade e sem colocar em risco a vida e a saúde de seus pacientes.

Telemedicina

O uso de mídias sociais pelos médicos será regulado por meio de resoluções específicas, o que valerá também para a oferta de serviços médicos a distância mediados por tecnologia. O novo código, portanto, transfere a regulação da chamada telemedicina para resoluções avulsas, passíveis de frequentes atualizações.

Pesquisas

No âmbito das pesquisas em medicina, o novo código prevê a criação de normas de proteção de participantes considerados vulneráveis, como menores de idade e pessoas com deficiência física ou intelectual. Quando houver situação de diminuição da capacidade do paciente de discernir, além do consentimento de seu representante legal, será necessário seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreensão.

Placebo

Ainda no âmbito das pesquisas, o novo código permite os chamados placebos [substância sem propriedades farmacológicas] de mascaramento, mantendo a vedação ao uso de placebo isolado – quando não é usada nenhuma medicação eficaz. De acordo com o texto, fica vedado ao médico manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas em seres humanos que usem placebo de maneira isolada em experimentos, quando houver método profilático ou terapêutico eficaz.

Prontuário

As novas regras também autorizam o médico, quando requisitado judicialmente, a encaminhar cópias do prontuário de pacientes sob sua guarda diretamente ao juízo requisitante. No código anterior, o documento só poderia ser disponibilizado a um perito médico nomeado pelo juiz em questão.

Autonomia

Entre as diretrizes mantidas estão a consideração à autonomia do paciente, a preservação do sigilo médico-paciente e a proteção contra conflitos de interesse na atividade médica, de pesquisa e docência. Fica vedado ao médico desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de risco iminente de morte.

Dignidade

Em caso de situação clínica irreversível e terminal, o novo código estabelece que o médico evite a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos considerados desnecessários e propicie aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.

Ato Médico

O código assegura a proibição à cobrança de honorários de pacientes assistidos em instituições que se destinam à prestação de serviços públicos; e reforça a necessidade de o médico denunciar aos conselhos regionais instituições públicas ou privadas que não ofereçam condições adequadas para o exercício profissional.

Instituto Ética Saúde e ANVISA assinam Acordo de Cooperação Técnica e Operacional

Representantes do Instituto Ética Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – assinaram, em Brasília, no último dia 10, um Acordo de Cooperação Técnica e Operacional. Estiveram presentes na sede a Agência o diretor-presidente da ANVISA, Jarbas Barbosa; o diretor de Regulação Sanitária, Fernando Mendes; o presidente do Conselho Administrativo do IES, Gláucio Pegurin Libório; o presidente do Conselho de Ética do IES, Antônio Fonseca; o diretor técnico do IES, Sérgio Alcântara Madeira; e a Relações Governamentais do IES, Heloisa Bessa.

O Acordo é um marco para o IES e prevê uma ação conjunta e integrada entre as instituições, com o objetivo de desenvolver práticas éticas na promoção e proteção da saúde no país. Os órgãos atuarão no campo científico, normativo e técnico de interesse comum às suas áreas e disponibilizarão seu corpo técnico-profissional, de acordo com as necessidades. O documento também prevê a organização de conferências, palestras e seminários sobre ética e conformidade legal e regulatória. “Agradeço a confiança da ANVISA em firmar esta parceria com o Instituto, que tanto anseia por um mercado transparente e ético”, disse Libório.

O Instituto Ética Saúde e a ANVISA vão compartilhar informações sobre o setor, exceto dados confidenciais, e darão apoio operacional e técnico para realização de foros de discussões como comitês, câmaras, comissões ou grupos de trabalho. “A ideia é termos uma grande rede de informações a partir da promoção de estudos e pesquisas. Também prevemos a divulgação de dados e conhecimentos técnicos e científicos a fim de ampliar as práticas éticas do setor de saúde”, conta o presidente do Conselho Administrativo do IES.

O diretor-presidente da ANVISA agradeceu o empenho e o trabalho que o Instituto Ética Saúde tem desenvolvido. Segundo Jarbas Barbosa, o comprometimento no cumprimento das normas legais e regulamentadoras das políticas institucionais tem sido um dos objetivos da Agência. Por fim, ele conta com o apoio do IES em seminários e estudos que possam melhorar o setor como um todo, destacando a parceria do Instituto com hospitais e sociedade médica, para que a sociedade e o governo tenham segurança nos produtos e serviços adquiridos. 

Sobre o Ética Saúde

O Instituto Ética Saúde busca garantir a segurança do paciente e a sustentabilidade do sistema de saúde por meio de uma conduta ética entre os atores em um ambiente de concorrência justa e transparente. Os objetivos consentidos do Instituto Ética Saúde incluem evitar incentivos ilegais ou antiéticos para agentes públicos e privados, prática de atos médicos ilegais ou antiéticos, evasões fiscais, irregularidades regulatórias, concorrência desleal, violação de direitos do consumidor e falsificação.

Este arcabouço será fiscalizado por meio de denúncias anônimas ou identificadas, com apuração justa e realização de um cadastro público positivo, para revelar à sociedade quais empresas atuam efetivamente de forma ética. O Canal de Denúncias é o www.eticasaude.com.br ou o 0800-741-0015. O Instituto Ética Saúde tem a governança formada por uma Assembleia Geral, onde fazem parte todos os associados; um Conselho de Administração, com mandato de dois anos e eleito pela Assembleia Geral; um Conselho Consultivo com representantes de entidades de todos os segmentos do setor de saúde; e o Conselho de Ética, órgão de caráter disciplinar formado por três integrantes, sem qualquer vínculo com o setor de saúde que emite instruções normativas orientativas para o setor e julga eventuais condutas contrárias aos princípios do Ética Saúde. 

São atualmente integrantes do Conselho de Ética: o subprocurador Geral da República, Antônio Fonseca, o presidente do Fórum Nacional Contra Pirataria, Edson Luiz Vismona e o professor da Universidade de São Paulo, Celso de Hildebrand e Grisi. E do Conselho Consultivo: além do Ethos e ABRAIDI, a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde – ABIIS, Associação Brasileira de Auditores em Saúde – AUDIF, Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde – ABIMED, Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo – FEHOSP, Associação Nacional de Hospitais Privados – ANAHP, Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios – ABIMO, Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI, Associação Médica Brasileira – AMB, Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular – SBCCV e Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC.