Cepal estima crescimento de 18% nas exportações brasileiras este ano

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Negócios com a China estão entre as razões do crescimento das exportações

Relatório divulgado nesta segunda-feira (30) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) indica que o comércio exterior dessas regiões voltará a crescer este ano, deixando para trás “meia década de queda dos preços de sua cesta de exportação e de um leve aumento do volume exportado”, para alcançar crescimento de 10% no valor das vendas de bens para o exterior.

Segundo o estudo, no caso específico do Brasil, a previsão para este ano é de aumento de 18% nas exportações. Se o recorte abranger apenas produtos manufaturados, o aumento deve ficar em 20%. Já as importações brasileiras deverão crescer 8,3%.

A estimativa da Cepal foi apresentada hoje em Santiago, durante a divulgação das novas estimativas contidas no relatório anual, intitulado Perspectivas do Comércio Internacional da América Latina e do Caribe, 2017. Nas edições anteriores o relatório era chamado Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe. De acordo com o documento, as importações da região como um todo se recuperarão, após quatro anos de queda. A projeção para este ano é de crescimento de 7% na região. A expectativa de crescimento da economia da região é estimada em 1,2%, em 2017,  e em 2,2%, em 2018.

Segundo o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, o Brasil aumentará em 18% suas exportações este ano e, em 8,3%, as importações. No caso dos produtos manufaturados, o aumento das exportações deverá ficar em 20%. “Isso reflete um bom momento do comércio exterior brasileiro, já que temos observado preços mais favoráveis e elevação da quantidade exportada, em especial para a América Latina”, disse Mussi à Agência Brasil.

“O aumento das importações também nota certa recuperação da economia brasileira, dado que estamos comprando mais do mercado externo. Isso deve estar relacionado ao aumento do consumo brasileiro, que já se observa, e a alguma coisa em termos de modernização em alguns setores, devido à aquisição de máquinas e equipamentos”, acrescentou.

“Embora se observe uma grande incerteza nos âmbitos macroeconômico, tecnológico e geopolítico em nível internacional, contribuíram para o aumento do comércio da América Latina e do Caribe o maior dinamismo da demanda agregada em alguns de seus principais parceiros comerciais, a recuperação do crescimento na própria região, o maior preço de vários de seus produtos básicos de exportação, e o desmantelamento das restrições alfandegárias e não alfandegárias em alguns de seus países”, diz o estudo.

Este ano, a recuperação das exportações regionais será liderada pelas vendas à China (aumento estimado em 23%) e para os demais países da Ásia (17%). Já as vendas para os Estados Unidos têm previsão de aumentar 9%; e para países da própria região, 10%. As vendas para a União Europeia terão aumento de 6%, prevê o estudo.

Diante da “alta concentração de matérias-primas” na América Central e do Caribe, a Cepal aponta como “urgente desafio” para a região “descommoditizar a cesta de exportação”. Para tanto, acrescenta a entidade, “torna-se indispensável desenvolver atributos diferenciadores, tais como qualidade, marca, rastreabilidade, inocuidade e certificações internacionais (de produção orgânica, comércio justo ou baixa pegada ambiental, entre outras), que permitam atingir preços mais altos nos mercados mundiais”.

A Cepal inclui também, entre os desafios para a região, que sejam criadas condições para que os produtos hoje exportados “quase exclusivamente em forma bruta” sejam processados na própria região. Para tanto, conclui o estudo, “são indispensáveis políticas industriais mais ativas, implementadas no contexto de alianças público-privadas”.

PIB tem aumento de 0,49% no trimestre encerrado em maio

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve um crescimento de 0,49% no trimestre encerrado em maio na comparação com o trimestre fechado em fevereiro. No entanto, em relação ao trimestre encerrado em maio de 2016, o PIB não teve variação.

Os dados foram divulgados hoje (18), no Rio de Janeiro, pelo Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Analisando-se apenas maio, houve queda de 0,9% na comparação com abril e alta de 0,7% em relação a maio do ano passado.

Comparação com 2016

O trimestre fechado em maio acusou queda de 0,6% no consumo das famílias, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nesse mesmo tipo de comparação, os investimentos tiveram queda de 3,6%. As exportações registraram crescimento de 1,8%. O mesmo aconteceu com as importações, com alta de 2,3%.

Balança comercial tem superávit recorde de US$ 29 bilhões de janeiro a maio

balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 29 bilhões de janeiro a maio deste ano. O saldo positivo é o maior para o período desde o início da série histórica, em 1989. Em maio, a balança teve superávit de US$ 7,661 bilhões, recorde mensal. Os dados foram divulgados hoje (1°) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

A balança comercial tem superávit quando as exportações (vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior) superam as importações (compras do país no exterior).

No mês de maio, as exportações brasileiras ficaram em US$ 19,792 bilhões, superando os US$ 12,131 bilhões em importações. As exportações cresceram 7,5% em relação a maio de 2016 segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante abril deste ano, houve queda de 8,4%.

As importações, por sua vez, cresceram 4% na comparação com maio do ano passado e caíram 7,4% em relação a abril deste ano, também segundo o critério da média diária.

Balança comercial tem maior desempenho em abril desde 1989

A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 6,969 bilhões em abril. Trata-se do melhor resultado para o mês desde o início da série histórica do governo, em 1989. O saldo positivo supera o recorde de abril de 2016, quando a balança ficou positiva em US$ 4,862 bilhões.

Os dados foram divulgados hoje (2) pelo Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços. De janeiro a abril deste ano, a balança acumula superávit de US$ 21,387 bilhões. O valor também é o maior da história, superando o recorde de US$ 13,2 bilhões registrado de janeiro a abril de 2016.

A balança comercial tem superávit quando as exportações –  vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior – superam as importações, que são as compras do país também no exterior.

No mês de abril, as exportações brasileiras ficaram em US$ 17,686 bilhões, superando os US$ 10,717 bilhões em importações. As exportações cresceram 27,8% em relação a abril de 2016, segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante março deste ano, houve alta de 12,5%.

As importações, por sua vez, cresceram 13,3% na comparação com abril do ano passado e subiram 5,8% em relação a março deste ano, também segundo o critério da média diária.

Destaques

Altas de preços impulsionaram as exportações, principalmente de itens básicos e semimanufaturados que cresceram 29,2% e 27,5% ante abril de 2016. Entre os básicos, foram destaque as vendas de minério de ferro (alta de 87,6% na comparação com abril de 2016), petróleo bruto (58,6%), minério de cobre (50,9%), carne suína (34,4%), soja em grão (24,2%) e farelo de soja (15,5%).

Nos semimanufaturados, produtos como óleo de soja (alta de 173,9%), de ferro e aço (55,5%), ferro fundido (46,1%) e açúcar bruto (44,4%) se destacaram. Entre os manufaturados, cujas vendas aumentaram 25,7% ante abril do ano passado, cresceu a exportação de itens como açúcar refinado (139,1%) e veículos de carga (123,3%).

Nas importações, cresceu a compra de combustíveis e lubrificantes (28,5%), bens intermediários (16,5%) e bens de consumo (6,3%). Por outro lado, caiu a aquisição de bens de capital (-5,9%).