Rio já tem 47 mortes confirmadas por febre amarela

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou ontem (28) novas mortes por febre amarela no estado. O Rio já soma 47 mortes e 103 casos confirmados da doença, em 21 municípios de várias regiões. O maior número de mortes foi registrado em Angra dos Reis, que soma 11, de um total de 21 casos. Em Teresópolis e Valença, foram seis mortes em cada município. Em Nova Friburgo e Cantagalo, foram três mortes (cada).

Quatro municípios registraram duas mortes: Rio das Flores, Sumidouro, Engenheiro Paulo de Frontin e Trajano de Moraes. Também tiveram mortes as cidades de Miguel Pereira, Duas Barras, Vassouras, Paraíba do Sul, Carmo, Maricá, Mangaratiba, Piraí, Cachoeiras de Macacu e Rio Claro. Em dois lugares houve casos registrados, mas não mortes: Petrópolis e Paty do Alferes.

A Secretaria de Saúde ainda confirmou mortes de macacos com febre amarela nos municípios de Niterói, Barra Mansa, Angra, Valença, Miguel Pereira, Volta Redonda, Duas Barras, Paraty, Engenheiro Paulo de Frontin, Araruama e Seropédica. A Secretaria ressalta que os macacos não são responsáveis pela transmissão da febre amarela. A doença é transmitida por meio da picada de mosquitos.

Brasil confirma 353 casos e 98 mortes por febre amarela desde julho de 2017

Balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (07) atualiza em 353 o número de casos confirmados de febre amarela e em 98 os óbitos provocados pela doença entre 1º de julho de 2017 e 6 de fevereiro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 509 casos e 159 óbitos.

De acordo com o boletim, foram notificados em todo o país 1.286 casos suspeitos de febre amarela, sendo que 510 foram descartados e 423 permanecem em investigação.

“Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano”, informou a pasta.

Transmissão

Por meio de nota, o ministério reforçou que não há registro confirmado de febre amarela urbana no país, mas destacou que o caso da doença identificado em São Bernardo do Campo (SP) está sendo investigado por uma equipe da secretaria Estadual de Saúde.

“Deve ser observado que o paciente mora na região urbana e possivelmente trabalha na área rural. Qualquer afirmação antes da conclusão do trabalho é precipitada. É importante informar que São Bernardo do Campo (SP) é uma das 77 cidades dos três estados do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) incluídas na campanha de fracionamento da vacina de febre amarela.”

De acordo com o comunicado, a probabilidade da transmissão urbana no Brasil é considerada baixíssima pelos seguintes motivos:

– todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas;

– em todos os locais onde ocorreram casos humanos também ocorreram casos em macacos;

– todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes aegypti;

– Há um programa nacionalmente estabelecido de controle do Aedes em função de outras arboviroses (dengue, zika, chikungunya), que consegue manter níveis de infestação abaixo daquilo que os estudos consideram necessário para sustentar uma transmissão urbana de febre amarela.

“Além disso, há boas coberturas vacinais nas áreas de recomendação de vacina e uma vigilância muito sensível para detectar precocemente a circulação do vírus em novas áreas para adotar a vacinação oportunamente”, informou a pasta.

Número de mortes por febre amarela no estado do Rio chega a 18

O número de mortes por febre amarela no estado do Rio aumentou neste fim de semana para 18 e o de casos da forma silvestre da doença em humanos passou para 42. A vítimas foi Wesley Ferreira da Silva, de 38 anos, que morreu em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Wesley morava da Praia do Provetá, uma das 101 que cercam a Baía da Ilha Grande, onde foi confirmada morte de um macaco por febre amarela, o que indica que o vírus está circulando na região.

Em nota, a Secretaria estadual de Saúde informou que o secretário Luiz Antonio Teixeira Jr. e o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, acompanharam, neste sábado (3), a vacinação nos municípios de Cantagalo, na região serrana, e Angra dos Reis.

Eles visitaram locais de vacinação, e o secretário ressaltou a importância da imunização no combate à doença. “Só tem uma maneira de combater a febre amarela, e nós temos que chamar a população para ser vacinada”, disse o secretário em Cantagalo.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, que acompanhou a visita a Cantagalo, também destacou a importância da ação, que teve apoio da corporação. “Tudo que envolve a vida não nos é indiferente. E, contra a febre amarela, tem que vacinar”.

Em Angra dos Reis, o secretário de Saúde e o subsecretário acompanharam a vacinação na Ilha Grande e se reuniram com os secretários municipais de Saúde, Renan Vinicius, e de Governo, Vinicius Barbosa, para alinhar estratégias da ação. Eles reforçaram a recomendação para que os que pretendem passar o carnaval na Ilha Grande tomem a vacina, lembrando que é preciso haver um intervalo de 10 dias para que esta tenha efeito.

Imunização em Angra

A prefeitura de Angra dos Reis informou que, após a confirmação da morte de uma pessoa por febre amarela na Ilha Grande, mudou a estratégia de vacinação, que agora é para toda a população a partir de 9 meses de idade. A recomendação é válida inclusive para gestantes e idosos.

A cobertura vacinal em toda a Ilha Grande, em dados estatísticos, está em 75%, pois as campanhas de imunização em Angra ocorrem desde janeiro do ano passado. Atualmente, entre as praias com mais cobertura vacinal estão a praias da Longa e Sítio Forte, ambas com 94% de cobertura.

Produção de vacina contra febre amarela deve dobrar no país

A partir de junho deste ano, 4 milhões de doses mensais da vacina contra a febre amarela devem entrar no mercado, informou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Ele inaugurou hoje (25), no Rio, a linha final de produção da vacina, fruto de parceria entre o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e a farmacêutica Libbs. A pasta aguarda aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a comercialização.

“A fábrica já está produzindo a vacina e recebendo inspeções da Anvisa. Já fez algumas correções que foram solicitadas e, no final de março, está prevista a vistoria para liberação para iniciar a produção, a validação da planta dentro das normas de vigilância. Se isso acontecer, em junho, estará comercializando as doses”, explicou.

Segundo Barros, as doses vão se somar aos 4 milhões de vacinas contra febre amarela já produzidas mensalmente por Bio-Manguinhos, laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Vai dobrar a nossa capacidade”, ressaltou. Questionado sobre o destino das vacinas, o ministro explicou que parte será destinada ao estoque estratégico mantido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 6 milhões de doses contra a doença.

“Exportamos um milhão de doser por ano. Eles podem fazer solicitações variadas, mas em média, um milhão de doses. A produção estabelecida é para garantir o abastecimento. Se houver demanda menor, usamos a fábrica de Bio-Manguinhos para produzir outras vacinas. Ano passado, por exemplo, nenhuma vacina tríplice viral foi feita para que fizessem mais vacinas de febre amarela. Podemos alterar a fábrica para outras necessidades.”

A pasta não descarta a possibilidade de abrir mão do fracionamento da vacina, uma vez que a produção receba o novo incremento. Mas o cenário, segundo o ministro, é incerto. “Se surgir um macaco morto com febre amarela  em uma cidade de 2 milhões de habitantes, começo a vacinar amanhã  dois milhões de habitantes. Se surgir amanhã um macaco em uma cidade de 3 milhões de habitantes, começo a vacinar 3 milhões de habitantes. Se não surgir, não vacino ninguém”, concluiu.