Ministério da Saúde confirma 53 mortes por febre amarela em três estados e no DF

Balanço divulgado hoje (24) pelo Ministério da Saúde informa que foram confirmados 130 casos de febre amarela no país entre julho de 2017 e janeiro deste ano, sendo 61 em São Paulo, 50 em Minas Gerais, 18 no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal. A pasta confirmou ainda 53 óbitos pela doença, sendo 24 em Minas Gerais, 21 em São Paulo, sete no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal.

Os números foram apresentados durante videoconferência entre o ministério e representantes estaduais e municipais de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia, onde serão realizadas campanhas de vacinação contra a febre amarela com uso de doses fracionadas. Entre julho de 2016 e janeiro do ano passado, mesmo período analisado pelo balanço atual, foram registrados 397 casos e 131 óbitos pela doença.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou que os dados apontam aumento da área de circulação do vírus. “Embora a área exposta este ano seja muito maior e abarque grandes cidades com maior concentração populacional do que no ano passado, esses números demonstram que a situação deste ano é muito mais controlada, se comparada ao ano passado”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Durante a videoconferência, o ministro pediu empenho dos governos estaduais onde haverá campanha. “Solicito o empenho de todos nesse processo”, reforçou Barros. “Fica o nosso pedido para que vocês façam o melhor esforço possível”, completou.

TJRJ vai disponibilizar posto para vacinação contra febre amarela

O Tribunal de Justiça do Rio, em uma parceria com a Secretaria de Saúde, vai oferecer apoio logístico para a campanha de vacinação contra a febre amarela. A partir das 14h desta quinta-feira, dia 25, serão disponibilizadas mil doses da vacina no Museu da Justiça, localizado na Praça XV, Centro do Rio.  A vacinação acontece nos dias 25 e 26 de janeiro, das 14h às 17h, e no sábado, 27, dia D da campanha de vacinação, das 9h ao meio-dia.

O posto avançado de vacinação instalado no Museu da Justiça é aberto a pessoas de 2 anos até 59 anos. As gestantes e pessoas a partir de 60 anos que desejarem se vacinar deverão se dirigir ao Centro Especial de Vacinação Dr. Álvaro Aguiar, na rua Evaristo da Veiga, 16 , no Centro.

Em apoio à campanha, o TJRJ também disponibilizou dois ônibus do Juizado do Torcedor que ficarão à disposição da Secretaria de Saúde para apoio à rede de vacinação com o objetivo de diminuir as filas nos postos de saúde.

O desembargador Antônio Jayme Boente considerou que o Poder  Judiciário não poderia se furtar de atender ao apelo da secretaria de Saúde do estado em apoio à campanha.

“O Poder Judiciário não pode fugir à esse chamado da Secretaria de Saúde no sentido de participar ativamente da campanha. O presidente do TJRJ, desembargador Milton Fernandes de Souza, cedeu o espaço  e alguns servidores para dar apoio técnico à equipe de vacinação da Secretaria de Saúde, e vamos fazer um mutirão de vacinação durante três dias, culminando no dia D de vacinação do estado, no sábado, dia 27”, destacou o desembargador.

A superintendente de Qualidade das unidades de Saúde da Secretaria de Saúde, Sandra Castelo Branco, destacou a importância do apoio do Tribunal de Justiça à campanha de vacinação.

“As parcerias são muito bem vindas. O Judiciário tem estado presente em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde em várias ocasiões e, nesse momento, descentralizar a vacinação é facilitar para que a população tenha um acesso mais rápido para ser cuidada desse surto que está acontecendo em nosso estado”.

Vacina fracionada

A vacina aplicada nas ações será a fracionada, a mesma que será disponilizada nos postos de saúde a partir do dia 25, segundo alinhamento com o Ministério da Saúde e com a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, com o objetivo de construir uma iniciativa conjunta de enfrentamento da febre amarela.

Quem deverá tomar a dose fracionada:

– Pessoas maiores de 2 anos até 59 anos não vacinadas

– Mulheres não vacinadas que estejam amamentando crianças maiores de 6 meses

– Pessoas com mais de 60 anos não vacinadas, após avaliação de serviço de saúde

Quem continuará tomando a dose plena:

– Crianças de 9 meses a 2 anos

– Pessoas com condições clínicas especiais, conforme definição do Ministério da Saúde

–  Gestantes

– Viajante internacional (com comprovante)

OMS vem ao Brasil para acompanhar fracionamento da vacina contra febre amarela

Técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegam ao Brasil na próxima segunda-feira (29) para acompanhar o fracionamento da vacina contra a febre amarela. A informação foi divulgada hoje (23) pelo Ministério da Saúde, que tem se reunido semanalmente com o órgão das Nações Unidas para tratar do surto da doença no país.

De acordo com a pasta, a previsão é que os agentes internacionais desembarquem em São Paulo e acompanhem no próprio estado o fracionamento da vacina. Além de São Paulo, o Rio de Janeiro também inicia, na próxima quinta-feira (25), a imunização de municípios pré-selecionados contra a febre amarela.

Em São Paulo, 54 municípios participam da campanha, com previsão de vacinar 8,3 milhões de pessoas, sendo 6,3 milhões com a dose fracionada e 2 milhões com a padrão. Já no Rio de Janeiro, 7,7 milhões de pessoas deverão receber a dose fracionada e 2,4 milhões a padrão, em 15 municípios.

Até o momento, a campanha de vacinação no estado da Bahia permanece na data prevista (entre 19 de fevereiro e 9 de março). Na Bahia, 2,5 milhões de pessoas serão vacinadas com a dose fracionada e 813 mil com a dose padrão em oito municípios.

O objetivo da campanha, segundo o ministério, é evitar a expansão do vírus para áreas próximas de onde há circulação atualmente. No total, 21,7 milhões de pessoas destes municípios deverão ser vacinadas durante a campanha, sendo 16,5 milhões com a dose fracionada e outras 5,2 milhões com a dose padrão.

“A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional”, informou a pasta.

Governo de Minas registra mais duas mortes por febre amarela

O governo de Minas Gerais comunicou, na segunda-feira (15), a morte de mais duas pessoas por febre amarela no estado. Um dos casos é de um paciente que estava internado em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, já considerado no levantamento anterior ao apresentado ontem, divulgado no dia 11.

O outro caso ocorreu no município de Goianá, próximo a Juiz de Fora. A confirmação teve como base testes feitos pela Fundação Ezequiel Dias. Com os novos registros, o estado já contabiliza 11 mortes, de um total de 46 casos confirmados, de julho do ano passado até agora.

No início deste mês, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais afirmou que o cenário atual da febre amarela pode ser classificado como a maior epidemia da doença no país, acrescentando, na última terça-feira (9), que a cobertura vacinal no estado é de 81%, “índice muito superior ao mesmo período de 2017”. A pasta decidiu reunir, a partir desta semana, dados atualizados em boletins semanais.

Na sua avaliação, essa sistematização é adequada por aliar exames laboratoriais a investigação de campo (investigação epidemiológica), feita pela própria secretaria, que inclui informações como a localidade do paciente infectado, o que auxilia no rastreamento de epizootias (morte de primatas) e facilita o planejamento de ações.

Contágio e vacinação

Nas áreas silvestres, isto é, rurais ou de florestas, a febre amarela é transmitida pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes. O vírus é transmitido por macacos dos gêneros Allouata (guariba), Cebus (macaco prego), Atelles e Callithrix. Outros mamíferos podem ser reservatórios, como alguns marsupiais e roedores. Após alguns dias contaminado, o mosquito do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, passa a ser capaz de infectar humanos.

A melhor forma de evitar a febre amarela é por meio da vacinação, que é oferecida durante todo o ano nas unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para zonas de risco, que incluem áreas próximas a rios e cachoeiras.