Sobe para 13 o número de mortos por febre amarela em São Paulo

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo atualizou hoje (9) para 13 o número de pessoas mortas por contrair febre amarela, no estado desde o ano passado. Desse total, três ocorreram na região metropolitana. No Hospital das Clínicas, uma mulher infectada pelo vírus permanece internada em estado grave.

De 2017 até  agora foram registrados 29 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e os casos que evoluíram para óbito ocorreram nos municípios de Américo Brasiliense, Amparo, Batatais, Monte Alegre do Sul, Santa Lucia, São João da Boa Vista, Itatiba, Mairiporã e Nazaré Paulista. Houve ainda casos de transmissão sem morte nas cidades de Águas da Prata, Campinas, Santa Cruz do Rio Pardo, Tuiti, Mococa/Cassia dos Coqueiros, Jundiaí e Mairiporã.

Em comunicado a Secretaria destaca que não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942. A situação epidemiológica será discutida hoje em Brasília entre os secretários estaduais de Saúde e o ministro da Saúde, Ricardo Barros, que deve anunciar medidas estratégicas de combate à doença, em entrevista coletiva, às 10h.

A nota informa ainda que as estratégias de ampliação da vacinação contra a febre amarela em São Paulo vai seguir critérios epidemiológicos, dando prioridade aos corredores ecológicos com intensificação na vacinação como vem ocorrendo desde 2016 a exemplo das medidas tomadas em 2017 nas zonas norte e sul da capital paulista e nas regiões de Alto Tietê, Osasco e Jundiaí.

Por recomendação da Organização Mundial da Saúde, a imunização ocorre com a aplicação de dose única, porém, não é indicada para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (portadores de Lúpus, por exemplo).

Febre amarela matou 12 pessoas no estado de São Paulo desde o ano passado

O surto de febre amarela no estado de São Paulo já causou 12 mortes desde o ano passado e uma pessoa segue internada no Hospital das Clínicas, em estado grave. O caso divulgado mais recentemente é o de um homem, de 69 anos, morador de Guarulhos. Ele morreu em 25 de dezembro, após ter sido infectado em sua chácara, em Nazaré Paulista, município localizado próximo ao limite com a cidade de Mairiporã, ao Norte da Grande São Paulo.

Segundo a Secretaria de Saúde de Guarulhos, o resultado da necropsia confirmando a causa da morte foi divulgado neste final de semana, mas a família foi informada sobre os exames solicitados (de leptospirose e febre amarela), no último dia 5. “O homem, morador do Jardim Munhoz, região da Ponte Grande, esteve acompanhado da esposa duas vezes na chácara em Nazaré Paulista, em dezembro”, diz a nota da Secretaria.

A vítima apresentou os primeiros sintomas, no último dia 18 de dezembro, tendo sido encaminhado para atendimento médico, dois dias depois, no Hospital Municipal do Tatuapé, bairro da zona leste da capital paulista, onde ficou internado por um dia. Como houve piora em seu estado de saúde, ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital particular, mas não resistiu à enfermidade e morreu no dia 25.

De acordo com a prefeitura de Guarulhos, a confirmação de que se tratava mesmo de febre amarela foi transmitida à família, no último dia 5 de janeiro. A prefeitura informou ainda que desde os primeiros casos de mortes de macacos infectados na Serra da Cantareira, a Secretaria Municipal de Saúde vem mantendo ações diversas de imunização. No último sábado, houve vacinação nas Unidades Básicas de Saúde do Jardim Munhoz, Ponte Grande e Cavadas.

Outras duas mortes por febre amarela silvestre, na Grande São Paulo, as primeiras deste ano de 2018, foram confirmadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no último sábado (6). Os casos tiveram origem em Mairiporã.

Vacinação contra febre amarela pode ser ampliada, diz ministro

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse hoje (9) que se as suspeitas de febre amarela na capital paulista forem confirmadas, a vacinação poderá ser ampliada na cidade. Três macacos com a doença morreram na zona norte da cidade, mas nenhum caso foi notificado em humanos. A prefeitura, atualmente, investiga seis pacientes que apresentam os sintomas da doença – um deles vindo da África. Barros participou do Seminário Organizações Sociais de Saúde, no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.

“Se for o caso, vamos ampliar as áreas aqui em São Paulo, porque há uma migração da doença. Mas vamos ter que ter muita tranquilidade, calma, para que não haja uma busca desnecessária pela vacinação. Havendo necessidade e procura pela população, as vacinas estarão disponíveis”, afirmou o ministro, ao participar do Seminário Organizações Sociais de Saúde, no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Os resultados dos casos suspeitos da doença na cidade devem sair em aproximadamente 10 dias. “Os sintomas da febre amarela são muito parecidos com os de outras doenças. O fato é que, em função dos episódios do ano passado, há um excesso de zelo, vamos dizer assim. A nossa vigilância vem evitar que aconteça uma a epidemia, como no ano passado”, disse Barros

A vacinação contra a febre amarela em São Paulo foi intensificada, abrangendo um cinturão de 500 metros em torno dos parques Horto Florestal e Anhaguera, na zona norte, onde macacos infectados foram encontrados. Ontem, a prefeitura anunciou que mais seis postos de saúde entraram na campanha, elevando para 43 o total de endereços disponíveis na região.

São Paulo vai vacinar 2,5 milhões de pessoas contra febre amarela

A prefeitura de São Paulo anunciou que pretende vacinar 2,5 milhões de pessoas contra a febre amarela nas próximas semanas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS) que vão oferecer a imunização será ampliado de quatro para 33 a partir de amanhã (25).

A decisão foi tomada após a confirmação de que um macaco do tipo bugio foi encontrado morto no Horto Florestal, na Serra da Cantareira, zona norte da capital, foi vítima da doença. São esperados os resultados de exames realizados em outros dois animais.

A Serra da Cantareira é uma vasta área coberta por vegetação natural com grande população de várias espécies de macacos. Desde o dia 20, as duas grandes áreas públicas da região, o Horto Florestal e o Parque da Cantareira, foram fechadas à visitação depois que foi confirmada a contaminação num dos animais.

“Nossa expectativa é vacinar 500 mil pessoas na primeira fase de imunização, outras 500 mil na segunda e mais 1,5 milhão na terceira, totalizando 2,5 milhões”, explica Wilson Pollara, secretário municipal da Saúde. “Teremos vacina suficiente para toda a população que precisa ser imunizada. Não há motivo para pânico”, completou. Nesta terça-feira (24), São Paulo deve receber um lote de 500 mil doses.

Segundo balanço parcial divulgado pela secretaria, de sábado (21) até agora foram imunizadas emergencialmente 12 mil pessoas na região do Horto. No entanto, desde setembro a prefeitura vinha vacinando preventivamente os moradores da região. Nas quatro UBS do distrito Anhanguera, que começaram a dar a vacina no mês passado, 35 mil doses já haviam sido aplicadas.

Nesta primeira fase, serão vacinadas crianças com idade a partir de 9 meses que residam num perímetro de até 500 metros das margens dos dois parques. Na segunda etapa, o limite será ampliado para 1000 metros e a terceira fase dependerá de nova avaliação epidemiológica.

A febre amarela silvestre, que foi identificada no bugio, é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, comuns em regiões de mata. A transmissão para humanos ocorre a partir dos mosquitos, e não dos macacos.

Em abril deste ano, o governo brasileiro adotou orientações internacionais e passou a recomendar apenas uma dose da vacina contra a febre amarela durante toda a vida. As pessoas que já se vacinaram quando eram bebê e têm a carteira com a comprovação, não precisam mais tomar a dose chamada de “reforço”, após os 10 anos.