Atendimento personalizado em laboratórios é chave para experiência mais humanizada
Fleury e Lavoisier são os laboratórios favoritos dos paulistanos, mostra pesquisa Datafolha

Publicado incialmente na Folha de S.Paulo. Leia aqui.

Fleury e Lavoisier ficam em primeiro lugar na categoria “laboratórios de análise” do prêmio O Melhor de São Paulo (Ilustração: Fido Nesti)

Laboratórios de análise buscam humanizar a jornada de saúde dos pacientes com a oferta de produtos, serviços e ações personalizadas, que vão além dos exames diagnósticos.

“Uma abordagem mais individualizada significa considerar não apenas os resultados dos testes, mas também as características únicas de cada paciente”, diz Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).

Para melhorar a experiência de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) durante os atendimentos, o Lavoisier inaugurou uma sala especial, projetada com iluminações e cores suaves, com o objetivo de reduzir a carga sensorial do ambiente.

O laboratório oferece também uma cartilha aos pacientes com autismo, que explica todo o processo da coleta de sangue em forma de história em quadrinhos.

Segundo Aline Giovanetti, diretora regional de diagnósticos da Dasa, responsável pelos laboratórios Lavoisier, Delboni Auriemo e Salomão Zoppi, entre outros, a previsibilidade ajuda a tranquilizar os pacientes durante o exame.

“Todo o fluxo e o processo foram pensados com especialistas para ajudar a minimizar os impactos desse atendimento. As respostas têm sido muito positivas”, afirma.

No Fleury, as gestantes recebem atendimento personalizado durante todo o período da gravidez. Além dos exames laboratoriais e de imagem, comuns do pré-natal, o laboratório disponibiliza um serviço de consultoria domiciliar aos casais que estão esperando bebê.

“Nós vamos até a casa dos pais treiná-los em diversos conhecimentos, desde a troca de fraldas, banho, alimentação, primeiros cuidados e adaptação da casa para a chegada do novo bebê”, explica Patrícia Maeda, presidente da unidade de negócios B2C (negócios direto com os clientes) do grupo Fleury.

Segundo Maeda, o laboratório quer criar serviços que ajudem os clientes em novos momentos da vida. “A marca Fleury não é uma marca como no passado, de exames laboratoriais. Hoje ela é uma marca de medicina e saúde”, afirma.

Os laboratórios Fleury e Lavoisier foram eleitos pelo público paulistano como os melhores de São Paulo, com 18% e 16% das respostas na pesquisa Datafolha, respectivamente.

Ainda neste ano, o Fleury planeja lançar uma ferramenta digital de agendamento e interação com os clientes.

“Estamos sempre muito atualizados, tanto em relação às tecnologias e disponibilização de novos serviços, quanto ao acolhimento e satisfação do cliente. Essas duas características são cruciais para esse reconhecimento e valorização em relação à escolha da marca”, diz Maeda.

No grupo Dasa, as ferramentas de relacionamento com os pacientes ajudam a driblar a baixa adesão à realização de exames, com o envio de lembretes de consulta personalizados a pacientes de grupos específicos —como mulheres acima dos 40 anos, diabéticos e cardiopatas.

Giovanetti afirma que 20% das mulheres comparecem para colocar os cuidados em dia após o contato do
laboratório.

No caso dos cardiopatas, 18% retornam para fazer os exames de rotina. A ação permite que doenças graves sejam detectadas de forma precoce e, consequentemente, que o tratamento seja iniciado com antecedência.

“Estamos no dia a dia do paulistano com muita excelência, qualidade e tradição. Somos uma marca que tem intimidade com o público. Nossos colaboradores conseguem desenvolver essa proximidade”, afirma
Giovanetti.

Fleury retoma serviços
Grupo havia sido alvo de ciberataques

 

Do Valor Econômico

Oito dias após sofrer um ciberataque, o grupo de medicina diagnóstica Fleury informou na noite de ontem que os serviços de consulta de resultados dos exames pela internet foram retomados. Até então, era preciso retirar os exames presencialmente nas unidades da rede de medicina diagnóstica. A empresa sofreu um ataque tipo ransomware, ou seja, o hacker se infiltra na rede da empresa e criptografa (sequestra) os dados. O Fleury contratou as consultorias PwC, Accenture e Proteus, e as empresas de tecnologia IBM e Microsoft para resolver o problema.

Fleury na Vita
O Grupo Fleury também informou ontem que sua subsidiária Fleury Centro de Procedimentos Médicos Avançados realizou o fechamento da operação de investimento primário e secundário de 66,7% na Vita Ortopedia e na Vita Clínicas, de São Paulo. Em fato relevante divulgado no dia 9 de abril, a companhia informou que o valor da operação chegou a R$ 136,8 milhões. Em nota divulgada nesta quarta-feira (30), o grupo informou que não houve alteração na quantia.

Alvo de hackers, Fleury fica fora do ar
Os invasores usaram uma tática de invasão conhecida como ‘movimento lateral’, explorando falhas em contas de usuários

 

Do Valor Econômico

Os sistemas do Grupo Fleury, de medicina diagnóstica, ficaram fora do ar ontem em razão de um ataque de hackers à companhia. A queda foi motivada por um ciberataque do tipo ‘ransomware’, em que códigos maliciosos bloqueiam o acesso a sistemas ou criptografam informações da vítima. O Valor apurou que os invasores usaram uma tática de invasão conhecida como “movimento lateral”, explorando falhas simples em contas de usuários comuns até alcançarem contas com nível de administrador.

Desta forma, os criminosos chegaram ao servidor de controle e enviaram comandos aos pontos finais da rede. Estes pontos podem ser desde computadores de funcionários a dispositivos conectados como smartphones e câmeras de vigilância. Foi usada a mesma versão de código malicioso que afetou o frigorífico JBS no início deste mês, o ransomware Sodinokibi, identificado pela primeira vez em abril de 2019.

Nos ataques de ransomware, os criminosos pedem um resgate, em geral em bitcoin, em troca da liberação dos dados criptografados. A JBS pagou US$ 11 milhões em bitcoins para destravar operações na Austrália, Canadá e Estados Unidos e impedir a divulgação de informações retiradas de seus bancos de dados.

Procurado pelo Valor, o Fleury informou, em nota, que está “priorizando o restabelecimento dos serviços”, que não estão disponíveis em razão da tentativa de ataque externo e que as operações estão sendo feitas “com todos os recursos e esforços técnicos para a rápida normalização” dos serviços.

No primeiro trimestre deste ano, o Brasil foi alvo de 3,2 bilhões de tentativas de ciberataques, o que representa o dobro do volume registrado no primeiro trimestre do ano passado, segundo dados da empresa de cibersegurança Fortinet.

Fleury compra dois laboratórios por R$ 315 milhões
Com a aquisição do Pretti e Bioclínico, companhia entra no mercado do Espírito Santo

 

De acordo com Jeane Tsutsui, as aquisições fazem parte da estratégia da companhia de expansão

 

Da Betk Koike, do Valor Econômico

O Fleury, segunda maior rede de medicina diagnóstica que também está diversificando seu negócio, anunciou ontem a aquisição dos laboratórios Pretti e Bioclínico, ambos do Espírito Santos, por R$ 315 milhões.

Com receita bruta de R$ 53,6 milhões e 25 unidades, o Pretti foi avaliado em R$ 193 milhões. Já o Bioclínico, que apurou um faturamento de R$ 43 milhões e tem 33 laboratórios, foi adquirido por R$ 122 milhões. “A transação marca a nossa entrada no Espírito Santo. As duas empresas atuam com análises clínicas, mas enxergamos oportunidade para oferecer exames de imagem também”, disse Jeane Tsutsui, presidente do Fleury. A companhia passa a ter presença em nove Estados e Distrito Federal.

A executiva destaca que a transação faz parte da estratégia da companhia de se expandir via aquisições tanto de laboratórios, sua principal fonte de receita, como de outros negócios de saúde. Em abril, o Fleury comprou o controle da clínica de fisioterapia e ortopedia Vitta, de São Paulo, por R$ 136 milhões.

Jeane lembrou ainda que, nos últimos cinco anos, o Fleury fez 12 aquisições que juntas somaram R$ 1 bilhão e acrescentaram uma receita de R$ 500 milhões à companhia. No ano passado, o grupo apurou um faturamento de R$ 3,2 bilhões.

A companhia não revela o múltiplo exato da mais recente aquisição. “Mas ficou um pouco acima das transações anteriores, que foram entre 7 e 8,5 vezes Ebitda”, disse Fernando Leão, diretor de relações com investidores do Fleury. Ele explicou ainda que os negócios de análises clínicas têm margem maior e por isso as aquisições do Pretti e do Bioclinico ficaram acima das transações anteriores, cujos ativos tinham também exames de imagem. As compras dos laboratórios do Espírito Santo foram realizadas com recursos do caixa, que hoje é de R$ 600 milhões.

A companhia tem no radar cerca de cinco ativos para aquisição, com negociações em estágios distintos, e possibilidade de levantar recursos caso seja necessário. Hoje, o endividamento do Fleury é de apenas uma vez o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). “No ano passado, no começo da pandemia, fizemos duas captações para atravessar possíveis crises. Temos um colchão de liquidez”, disse Leão.

No ano passado, a companhia captou um total de R$ 550 milhões via emissão de notas promissórias e Cédulas de Crédito Bancário (CCB).

Em sua estratégia de diversificação, o Fleury já investiu de forma orgânica ou por aquisições em clínicas de ortopedia, oftalmologia, infusão de medicamentos imonubiológicos, medicina reprodutiva, telemedicina, clínica médica de atenção primária, gestão de planos de saúde corporativos e em um “marketplace” (shopping virtual) de serviços de saúde para atingir também o público que não possui convênio médico. Atualmente, menos de 25% da população brasileira têm plano de saúde.

Segundo Jeane, as especialidades médicas que passaram a ser oferecidas pelo Fleury podem ter sinergias com a área de medicina diagnóstica, uma vez que os tratamentos demandam exames. O objetivo é que os procedimentos médicos sejam realizados todos numa mesma plataforma.