Salto de qualidade para o futuro, sem perder as raízes
Lucas Vergilio *

 

Lucas Vergilio é presidente da Escola de Negócios e Seguros

Uma trajetória vitoriosa, construída a partir da necessidade de aprimorar a formação e a qualificação profissional no setor de seguros. Uma história escrita, sobretudo, com dedicação, foco e comprometimento. Neste ano, a Escola de Negócios e Seguros completou 50 anos de atividades, reforçando as marcas do pioneirismo e da inovação, sem perder suas raízes. Desde junho de 1971, a ENS busca se antecipar às tendências do mercado, oferecendo programas educacionais de excelência desde o nível técnico até o superior. Essa visão de futuro – aliada à resiliência de um mercado dinâmico, que não para de crescer e de se transformar – explica em grande parte a longevidade da Escola.

A ENS ultrapassa o rótulo convencional de instituição de ensino. Ao longo das últimas cinco décadas, ela foi uma das protagonistas no desenvolvimento da indústria de seguros no Brasil, ao formar e capacitar diferentes gerações de profissionais. Com foco em educação continuada, ajuda a preparar uma mão de obra com alto grau de especialização e capacitação. Foram cerca de 580 mil pessoas impactadas por meio de graduações, pós-graduações, MBAs, cursos, exames, treinamentos internacionais e eventos. Deste total, mais de 100 mil se habilitaram como corretores de seguros.

As mudanças não foram poucas ao longo destes 50 anos. Assim como a indústria de seguros evoluiu e se adaptou às transformações econômicas, também a ENS viu a necessidade de se reposicionar no mercado. Em 2019, passou por uma ampla reformulação, expandindo a oferta de programas educacionais para outros segmentos de negócios. Assim, transcendeu a cobertura que já oferecia ao setor de seguros e atraiu profissionais de áreas correlatas. Esse reposicionamento incluiu a mudança de nome e uma nova identidade visual.

O novo campo de atuação passou a incluir negócios, relações de consumo, inovação e marketing, entre outras áreas de conhecimento. Os alunos ganharam um amplo espectro de possibilidades. Eles hoje podem se especializar em temas como transformação digital, liderança sustentável de pessoas, gestão de sistemas e serviços de saúde, finanças e gestão estratégica de recursos humanos.

A ENS oferece um completo portfólio de programas educacionais, que abrangem todas as etapas da carreira e atendem aos mais variados perfis de profissionais: cursos de iniciação, de habilitação técnica (corretores de seguros e comissário de avarias), graduações, pós-graduações, MBAs, extensões, formação executiva e avançados treinamentos internacionais.

Nos últimos anos, a ENS vem implementando uma série de ações inovadoras. Em São Paulo (SP), construiu a primeira Sala do Futuro da América Latina, um ambiente de vanguarda com equipamentos audiovisuais de alta resolução e que permite conectar pessoas do mundo inteiro. Outro empreendimento inovador foi o Nuv.Ens, espaço colaborativo voltado para alunos e ex-alunos da Escola, interessados em netwoking, estudos ou negócios de seguros.

As conquistas foram alcançadas em situações muitas vezes desafiadoras. A pandemia da Covid-19, por exemplo, exigiu rápida capacidade de adaptação da ENS, unindo todas as equipes de trabalho. O primeiro passo foi migrar as atividades presenciais para ambiente virtual. A instituição sempre investiu fortemente em tecnologia como suporte às atividades administrativas e acadêmicas e, assim, conseguiu se ajustar rapidamente ao novo cenário.

Atualmente, os programas podem ser cursados nas modalidades presencial e a distância, em aulas abertas ou em turmas fechadas para empresas. Neste último caso, a Escola desenha soluções corporativas totalmente customizadas para atender às especificidades e particularidades do contratante. O esforço coletivo e a capacidade de manter o ensino de excelência tiveram amplo reconhecimento dos alunos e também do MEC. A Escola hoje coleciona notas 5 e 4, em escala até 5, em avaliações de autorização e reconhecimento de cursos, no Enade e no IGC (Índice Geral de Cursos).

Para ampliar o alcance de suas ações, a ENS também buscou reforçar suas parcerias comerciais, acadêmicas e institucionais. Hoje, praticamente todos os Sindicatos de Corretores de Seguros (Sincors) do País são promotores dos programas educacionais da Escola. Eles atuam como uma única unidade de negócios para expandir as atividades de ensino e a captação de novos alunos.

Há mais de 20 anos, a ENS mantém convênios com instituições no exterior para administração de exames e realização de programas de treinamento. A pandemia, no entanto, trouxe limitações no transporte e no trânsito para outros países. A Escola encontrou, então, novas soluções para ir além de suas fronteiras, passando a oferecer cursos internacionais a partir da Sala do Futuro. O inédito convênio firmado com a Universidade de Tel-Aviv rendeu a realização do treinamento “Inovação em Seguros da Start-up Nation, Israel”. Outros programas já estão agendados para 2022, em parceria com a Universidade Nova, de Lisboa, e o Chartered Insurance Institute (CII), da Inglaterra.

Recentemente, a Escola estabeleceu parcerias acadêmicas com outras instituições e empresas de ponta, como a IBM, para oferta de programas educacionais nas áreas de tecnologia e segurança de dados. E acaba de fechar convênio com a PUC-Rio, para desenvolvimento de pesquisas e realização de atividades educacionais na área de seguros.

Uma parceria de peso, fechada em 2020 com o Clube de Regatas do Flamengo, tem foco em sustentabilidade e responsabilidade social. A ENS adquiriu os naming rights da equipe de natação, que passou a se chamar Flamengo/ENS, com o intuito de promover o desenvolvimento de novos talentos e auxiliar atletas olímpicos do clube. Pelo acordo, o Flamengo pode destinar 110 bolsas de estudo integrais em cursos de graduação e MBA da ENS a atletas olímpicos, colaboradores e torcedores do clube em condições de vulnerabilidade social.

A força do mercado de seguros pode ser comprovada em números: ele responde por 6,5% do PIB e acumula reservas de R$ 1,2 trilhão. As receitas dos segmentos supervisionados pela Susep totalizaram R$ 249,64 bilhões nos primeiros dez meses de 2021, aumento de 13,3% em relação ao mesmo período de 2020, quando as receitas totalizaram R$ 198,07 bilhões. Somente em outubro de 2021, o setor arrecadou R$ 25,35 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 13,8% em relação a setembro.

Em um segmento tão competitivo e cada vez mais acirrado como este, as melhores oportunidades serão aproveitadas por quem estiver bem preparado. A importância da atualização é permanente, seja em cursos técnicos como de nível superior, incluindo pós-graduação e MBA.

Atenta à crescente necessidade de qualificação profissional no setor, a Escola mantém o protagonismo dessa indústria que é alicerce para o desenvolvimento econômico e social do País. E assim vai permanecer, contribuindo para capacitar novas gerações de profissionais, com os mesmos propósitos que nortearam sua fundação há 50 anos.

O futuro da televisão: o que será o amanhã?

boni
Boni é presidente da Rede Vanguarda

No dia 25 de março, a Apple lançou a Apple TV+. Embora tenha sido importante uma empresa de tecnologia entrar com força no campo da produção de conteúdo para streaming de vídeo, a reação do mercado foi moderada. Desde meados de janeiro, as ações da Apple vinham subindo mais intensamente que as da Netflix. No dia do anúncio os sinais se inverteram, as ações da Netflix subiram ligeiramente, enquanto as da Apple caíram, talvez pelas novidades terem vindo em linha com o esperado.

A partir de maio deste ano, com o novo aplicativo Apple TV+, os assinantes poderão subscrever, em vez de pacotes, só os canais que eles mais sintonizam. O cardápio é extenso e vai desde todas as TVs abertas, mais canais de cabo, passando por provedores como HBO, Hulu e Prime Video, da Amazon. Em outubro, a Apple TV+ lançará seus conteúdos exclusivos via compra ou aluguel no sistema VOD – vídeo on demand. A Apple TV atual, via o iTunes, já disponibiliza para o público cerca de 112 mil filmes produzidos pela indústria cinematográfica em geral. Enquanto isso, um vasto material inédito foi criado e ainda vem sendo produzido por expoentes do cinema e da TV, como Steven Spielberg e Oprah Winfrey, e promete inovações. Uma curiosidade é que a distribuição será para todas as telas, como TV, computadores, iPad e iPhone.

A Apple confirmou também uma parceria com a Samsung, que, a partir da fabricação de novos aparelhos, trará o Apple TV+ incorporado aos seus televisores e aos televisores de fabricantes que compram telas da Samsung, como Sony e LG. Com isso, o aparelho físico do Apple TV+ não será mais necessário e o acesso se dará da mesma forma como se faz hoje para acessar a Netflix ou outro distribuidor de streaming, aumentando consideravelmente seu potencial dentro de um mercado cada vez mais competitivo. É a primeira vez que a Apple permite o divórcio entre hardware e software próprios em um lançamento importante, contrariando o posicionamento histórico da empresa de que entrega melhor experiência ao usuário através de um rígido controle de ambos. Por ora, esse divórcio parece estar limitado ao segmento de serviços e entretenimento, uma nova fronteira de crescimento em um cenário no qual as vendas de smartphones, a principal fonte de receita da empresa, estão desacelerando globalmente.

Há alguns dias, a Disney confirmou a compra da FOX. Nesse cenário, a Netflix, que foi a primeira a apostar nesse sistema, passa a ser ameaçada por novos e fortes concorrentes. Quando os grandes produtores descobriram que poderiam exibir, eles mesmo, o próprio conteúdo, a coisa ficou diferente. Abandonaram a Netflix e criaram os próprios canais de streaming.

Agora a Apple TV+ se candidata ao protagonismo na área, com nova tecnologia, novos acordos com produtores e programadoras, produção própria e, principalmente, novo modelo de atendimento aos desejos dos assinantes. Um audacioso projeto cujo êxito vai depender exclusivamente do conteúdo.

A tecnologia ajudará muito a evolução dos produtos, colhendo informações dos hábitos e preferências dos consumidores e, através de uma combinação entre curadoria humana e machine learning, um ramo da “inteligência” artificial que automatiza a construção de modelos analíticos e algoritmos, permitindo que todos os conteúdos sejam produzidos para atender à demanda com mais segurança e objetividade.

Esses dados serão a base da produção e vitais para os mercados de assinatura e publicidade. Não há a menor dúvida de que haverá conteúdo para alimentar todo o mercado de streaming, mas há inclusive o risco de sobreoferta e dificuldade de navegação em um mar de infindáveis opções de conteúdo. Por isso, a curadoria e o machine learning devem também auxiliar na navegação, exibindo o conteúdo de acordo com as preferências individuais. Não se sabe, porém, se o conteúdo virá pasteurizado pelas plataformas de conhecimento ou se terão personalidade e qualidade, mas é bom registrar que o conteúdo continuará sendo a chave mestra que determinará o sucesso dentro do negócio de entretenimento.

Será sempre prioritário focar no conteúdo. Atualmente tudo o que se faz de novo no ramo da tecnologia recebe o sufixo “tech”, com mediatech, booktech, fintech, biotech e outros “techs” sem fim. Mas é bom ter em mente que mediatech precisa de audiência, booktech de leitura e assim por diante. O posicionamento nesse mercado, no qual as empresas que valem mais de um bi de dólares receberam a classificação de “unicórnios”, tem de ser feito com extremo cuidado porque o mercado de assinantes ainda está longe de se consolidar e vem dando mostras que ainda não tem capacidade para assimilar e pagar por tantas ofertas. Mesmo sem grande concorrência até os dias de hoje e, a despeito de bons produtos, a Netflix vem queimando caixa como uma incineradora de verdinhas e só consegue cobrir a sua necessidade de financiamento através do mercado de capitais, no qual os investidores seguem apostando firme no futuro do negócio.

A estratégia de crescimento via queima de caixa recorrente é, no entanto, arriscada, pois, além da concorrência, não é possível ter certeza sobre até quando continuará aberta a janela de apetite do mercado financeiro para sustentar a empresa, seja por questões ligadas à própria empresa ou riscos macroeconômicos sistêmicos.

Com a aposta mais agressiva da Apple no mercado de streaming, além da Amazon e da Disney, que acaba de comprar a Fox, a guerra promete ser feroz e longa. O tempo de maturação do negócio de streaming vai depender do contraditório: o volume de parceiros e ofertas pode acelerar a consolidação do negócio, mas pode também fomentar uma bolha resultando em uma quebradeira geral.

O assustador é que esse jogo terá obrigatoriamente de ser jogado. O cacife necessário é muito grande e não dá para prever nem quando e nem se esse modelo se tornará lucrativo. É uma corrida contra o tempo. Alguns analistas de mercado mais otimistas apontam que a Apple TV+ vencerá a guerra, com projeção de um faturamento na ordem de mais de 500 bilhões de dólares em 5 anos, atingindo 1 bilhão e 400 milhões de assinantes.

Pagar para estar na plataforma Apple TV+ não será nada demais. E isso pode até desestimular novos distribuidores de “streaming” porque seria mais prático e mais barato entrar na plataforma Apple TV+ pagando os 30% que eles vão cobrar pela distribuição de terceiros.

Por outro lado, o mago de Omaha, Warren Buffett, um dos mais importantes investidores da história e acionista da
Apple, se sentiu inseguro com o novo projeto Apple TV+, destacando porém que, ao contrário da Netflix e outros concorrentes, a Apple é uma empresa com uma enorme posição de caixa (cerca de US$ 245 bilhões), possui outras fontes de receitas robustas e, portanto, pode se dar ao luxo de errar várias vezes nesta aventura. Talvez seja exatamente o conforto do seu colchão financeiro que permitirá que Apple ganhe este jogo, pois ela pode suportar um longo processo de “tentativa e erro” até a definição do modelo final. Esse volume de dinheiro disponível na Apple é tão impressionante que há rumores de que ela está partindo também para o mercado de fabricação de carros elétricos e, para isso, recentemente tomou o engenheiro chefe da Tesla.

E, finalmente, a pergunta que não quer calar: o que acontecerá e como se comportará a televisão aberta? As emissoras americanas encomendam ou compram entretenimento da indústria cinematográfica e vão sobreviver graças ao jornalismo, games e reality-shows. Um dado auspicioso para essas emissoras foi a decisão da Apple TV+ de colocar os mais importantes canais abertos no line-up do seu streaming global, indicando que a convivência será possível. Outro índice positivo foi divulgado pela Pew Research Centre, empresa de pesquisa nos Estados Unidos, que revelou dados mostrando que as notícias locais na TV superaram, em 2018, as consultas nas mídias digitais.

As emissoras de televisão aberta que forem também grandes produtoras terão mais chance de sobreviver. Elas têm amplas condições de produzir informação e também entretenimento para seus canais abertos e também para os “streaming”. O importante é que tenham caixa ou financiamento para aguentar o tranco. Será necessário equilibrar os investimentos tornando-os compatíveis com a operação tradicional e o mercado de assinantes, o que requer um ajuste nas grades das emissoras abertas, com o corte drástico de custos, eliminando-se os programas de menor audiência ou que não tenham lucratividade. A disputa de compra de conteúdo no mercado internacional será também mais competitiva, portanto mais onerosa.

Por outro lado as emissoras abertas e locais de “streaming” terão a vantagem da barreira da língua falada, hábitos e cultura. Mas produzir custa caro. Quem não tiver capacidade financeira para sustentar o estágio atual e, paralelamente, investir no novo correrá o risco de trocar o que tem por coisa nenhuma ou pior, por prejuízos inevitáveis.

Uma coisa, no entanto, é certa. A televisão gratuita financiada por anunciantes, por ser ainda o mais eficiente veículo de publicidade, deverá encontrar novos caminhos. Assim, anunciantes e assinantes continuarão dividindo a conta. A pergunta é: Por quanto tempo? Responda quem souber.

5 previsões fascinantes sobre o futuro de um mundo tomado por megacidades

Atualmente, mais da metade das pessoas vivem em cidades e, segundo as previsões, sete em cada dez delas vão morar em um grande centro urbano até 2050.

Teemu Alexander Puutio, pesquisador da Universidade de Turku, na Finlândia, estudou durante anos o tema e concluiu, entre outras coisas, que as cidades terão no futuro um papel ainda mais importante do que atualmente. Em conversa com a BBC, Puutio mostra uma visão bem otimista das grandes cidades do futuro.

Segundo o pesquisador, a proximidade geográfica não será um impedimento para que se criem “alianças urbanas internacionais” e para que os empreendedores fundem suas próprias multinacionais e aumentem a “soberania urbana” para acabar com a corrupção.

Essas são algumas das previsões dele para o futuro.

1- A ‘geração C’ reinventará o trabalho

A chamada “Geração C”, também conhecida como geração conectada, inclui aqueles que nasceram em um mundo digital e ocupam grande parte do dia online. Alguns dizem que eles serão os sucessores dos millennials, e outros especialistas consideram que essa classificação não tem a ver com a idade, mas com o nível de produção de conteúdos digitais nas redes.

2 – A economia local será mais importante

Considerando que as cidades estão ficando cada vez mais independentes dos poderes centrais e gerando cada vez mais riqueza e inovação em comparação com os recursos que estão consumindo, elas se transformaram em uma espécie de laboratório para a busca de soluções difíceis de abordar em grande escala.

Por outro lado, as cidades também produzem mais crimes, doenças e desigualdade.

3 – As ‘micromultinacionais’ se expandirão pelo mundo

Micromultinacionais são as companhias que nascem já como empresas globais. É um conceito tão amplo que qualquer negócio pequeno que venda seus produtos a milhares de quilômetros de distância por meio de uma plataforma digital poderá ser enquadrado dentro dessa categoria.

4 – As cidades terão maior liderança que os países

De acordo com o pesquisador, serão criadas “poderosas alianças urbanas internacionais” em relação a interesses comuns.

Essa tendência é visível, segundo Puutio, em organizações como a Liga Nacional das Cidades dos Estados Unidos ou o Parlamento Global dos Prefeitos, onde as autoridades locais criaram vínculos que vão além da proximidade geográfica ou das ideologias políticas.

5 – Aumentar a ‘soberania urbana’ para frear a corrupção

Graças à internet e o acesso cada vez mais amplo à informação, os cidadãos terão mais ferramentas para exigir a prestação de contas de governos locais, com um maior poder de fiscalização de seus representantes.

“A corrupção, a ineficiência, o desprezo da opinião pública serão mais difíceis de acontecer no futuro, onde a informação fluirá livremente”, diz.

“Duvido que no futuro os prefeitos ruins consigam se manter no posto por muito tempo.”

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