Como planejar a gestão das metas organizacionais?

Raimundo alerta que a meta precisa ser viável

Nos dias 25 e 26 de abril, a ABRH-RJ promoverá o Fórum Remuneração em Tempos Turbulentos – Caminhos e oportunidades. Um dos palestrantes será o  diretor técnico do Instituto Aquila, Raimundo Godoy, que vai falar sobre o “Alinhamento e Gestão das Metas Organizacionais”. Em entrevista para a coluna Gestão de Pessoas, Godoy faz uma prévia de sua participação no fórum.

Qual a importância de estabelecer metas individuais e coletivas?

O estabelecimento de metas de uma organização só tem um objetivo: superar o orçamento do exercício. Para isso consideramos três tipos de metas.

Metas individuais: são metas de melhoria, de mudança de patamar, em que o gestor recorre ao máximo do seu conhecimento para fazer a diferença. São as metas com foco em gerar vantagens competitivas para a empresa.

Metas de equipe: são as de rotina, nos compromissos do exercício, e estão ligadas a processos que acontecem diariamente na empresa. É aqui que o resultado acontece.

Metas de influência: devem ser criadas para se evitar metas contraditórias e alinhar os esforços para o objetivo comum da empresa. Dessa forma, os executivos precisam trabalhar em equipe, especialmente nas metas ligadas aos processos essenciais do negócio. Exemplo: se vamos vender mais, vamos comprar mais, produzir mais, entregar mais e atender mais. Decisões em processos essenciais influenciam em toda a cadeia. O desalinhamento dessas metas pode ser um grande risco.

Em que as empresas costumam errar na gestão de metas?

Como as metas devem direcionar a empresa à superação de seu orçamento, o principal erro acontece quando temos peças orçamentárias mal elaboradas e fora da realidade, ou seja, verdadeiras peças de ficção que não contemplam compromissos assumidos no passado nem os desafios do futuro. Desse modo, a chance de falha na gestão é grande, uma vez que nem os próprios funcionários acreditam na viabilidade de alcance dos resultados projetados.

O planejamento das metas deve ser revisto constantemente. Com que periodicidade você defende que deva ocorrer?

Pelo fato de haver alguns fatores externos que fogem ao controle da empresa, é recomendável que haja, pelo menos, três avaliações do orçamento durante o exercício: uma avaliação ao final dos três primeiros trimestres. Tais momentos são importantes, pois possibilitam que a empresa se adeque aos novos cenários, porém a revisão só deve ser feita quando o impacto for realmente causado por um fator externo e não por deficiências internas.

Se as metas forem alteradas, como deve ser feita essa comunicação?

As regras do jogo devem ser estabelecidas no início do processo, quando cada colaborador recebe seu livro de metas alinhadas e negociadas. Metas bem definidas e bem alinhadas não necessitam ser alteradas se forem construídas considerando os 5 níveis aconselháveis de alcance: o nível 1, como resultado do exercício anterior; os níveis 2, 3 e 4, como variação aceitável do orçamento; e o nível 5, a superação máxima ao final do exercício.