Banco Central alerta para golpes relativos a valores a receber
Consultas sobre falsas mensagens estão quatro vezes acima da média

Da Agência Brasil

O aumento no número de consultas sobre falsas mensagens relativas ao sistema Valores a Receber fez o Banco Central (BC) emitir um alerta. A autoridade monetária recomendou uma série de medidas para evitar cair em golpes.

Segundo o BC, os serviços de atendimento ao cidadão têm recebido volume quatro vezes maior que a média de consultas sobre informações inverídicas. De acordo com a autoridade monetária, grande parte das falsas mensagens passaram a circular na internet nos últimos dias.

A primeira dica diz respeito a mensagens recebidas pelo WhatsApp para resgatar valores esquecidos no Banco Central imediatamente via PIX. Nesse caso, o órgão orienta o cidadão a ignorar o conteúdo mensagens e a não clicar em links.

Esses links, informou o BC, roubam senhas em redes sociais e pode instalar vírus e programas espiões no celular do usuário. Informações oficiais sobre valores a receber e sobre a consulta ao sistema são divulgadas apenas no site do Banco Central e nas redes oficiais do órgão, jamais por aplicativos de mensagens ou SMS.

O Banco Central esclareceu que a consulta a valores esquecidos está suspensa desde abril. Apesar de as instituições financeiras recomeçarem a enviar dados em janeiro, a reabertura das consultas e dos saques continua sem previsão de retorno. Em dezembro, o BC anunciou que, quando o sistema voltar a funcionar, passará a permitir o saque por herdeiros e representantes legais de falecidos.

Golpes com cheques e cartões prejudicam 11% das pequenas empresas

As principais fraudes sofridas pelas micro e pequenas empresas no ano passado foram os cheques falsificados ou roubados e o cartão de crédito clonado. Segundo um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 11% das micro e pequenas empresas no país tiveram algum prejuízo financeiro em 2018 por golpes praticados por estelionatários.

O recebimento de cheques falsificados ou roubados atingiu 33% das micro e pequenas empresas e as transações com cartões de créditos clonados, 25%. Em seguida aparecem as compras com utilização de documentos de terceiros (10%), documentos falsificados (10%) e as compras realizadas mediante cartão de débito clonado (8%).

“Com documentos furtados ou roubados em mãos há risco de fraudadores contratarem serviços em nome da vítima, abrirem crediários ou realizarem alguma compra a prazo. Portanto, não são apenas os consumidores que sofrem prejuízo quando sua documentação roubada é utilizada indevidamente, o empresário também pode lidar com uma série de dados ao aceitar qualquer documentação sem a devida análise e cuidado”, disse Nival Martins, superintendente de produtos e operações do SPC Brasil.

De acordo ainda com o superintendente, em muitos casos, os empresários “são obrigados a arcar com o prejuízo das compras que não serão pagas. Além do risco de sofrer ações judiciais pela negligência dessa análise, caso o cliente fraudado se sinta constrangido com a cobrança de um produto que não comprou”.

Para evitar situações como essas, o SPC e a CNDL alertam para que o empresário tome cuidados básicos como checar o CPF de quem está buscando crédito na loja.