HCor vai investir até R$ 600 milhões em quatro anos para competir com hospitais premium
Hotelaria e modernização da atual estrutura de 270 leitos vai receber aporte de R$ 110 milhões apenas em 2021

 

Por Beth Koike, do Valor Econômico

O HCor vai investir de R$ 400 milhões a R$ 600 milhões entre 2021 e 2024 para expansão e modernização de sua estrutura a fim de competir com hospitais como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Vila Nova Star, todos em São Paulo.

Atualmente, boa parte do atendimento do HCor está no público intermediário e a meta é ampliar a fatia de pacientes de alta renda, o chamado segmento premium.

Para isso, neste ano já estão sendo investidos R$ 110 milhões na hotelaria e modernização da atual estrutura que conta com 270 leitos. Até o fim de 2022, serão abertas mais 40 unidades de internação. E uma nova torre com 140 leitos será erguida até 2023. Com isso, o HCor vai ampliar sua capacidade em 66% nos próximos dois anos.

“Com mais leitos e uma estrutura maior, hotelaria mais moderna podemos atrair mais médicos, ter programas de fidelização com eles, além de pesquisas”, disse Fernando Torelly, presidente do HCor.

Os recursos do investimento estão vindo, principalmente, do caixa do hospital que melhorou consideravelmente sua margem operacional. Neste ano, esse indicador está na casa dos 13% contra 7% em 2019 — é a melhor margem operacional registrada na história do hospital.

“Conseguimos melhorar nossa glosa [recusa de pagamento por parte da operadora], desperdício e melhores condições com fornecedores, com contratos mais longos”, disse Torelly.

Neste ano, o HCor prevê receita de R$ 940 milhões, alta de 22% sobre 2019. Em 2022, é esperada uma receita acima de R$ 1 bilhão.

Esse aumento de receita está vindo, principalmente, da forte retomada de procedimentos médicos que foram adiados no último um ano e meio por conta da pandemia da covid-19. Hoje, a taxa de ocupação do hospital está em 84% contra 75% no período pré-covid.

HCor qualifica 1.400 profissionais do SUS em cuidados com a Pessoa Idosa
Realizado via PROADI-SUS, o projeto qualifica profissionais da Rede Pública em cinco estados brasileiros, na criação de Hospitais Seguros aos Idosos

 

O projeto Qualificação da Atenção à Saúde da Pessoa Idosa nas Redes de Atenção à Saúde capacitou profissionais de nove estados

 

Da Redação

O envelhecimento populacional ocorre de maneira acelerada em todo o mundo. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2050, espera-se que a população com 60 anos ou mais chegue a 2 bilhões de pessoas1. E para acompanhar as necessidades dessa expressiva parcela da população, os países deverão adaptar seus serviços básicos. O Brasil, possui uma população de 28 milhões de idosos², e até 2018, cerca de 75,3% dos idosos eram dependentes exclusivamente do SUS para a realização de consultas e acompanhamento médico³.

Visando fornecer assistência nos cuidados à população idosa, o HCor executa desde 2015, via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) o projeto Qualificação da Atenção à Saúde da Pessoa Idosa nas Redes de Atenção à Saúde (RAS), que implementa um modelo de atenção em saúde baseado nas necessidades dessa população.

Após a realização de um mapeamento de evidências sobre intervenções e políticas de saúde pública, a inciativa qualificou profissionais em diversos estados do Brasil, como o Acre, Rio Grande do Norte, Tocantins, Rio de Janeiro, Maranhão, Fortaleza, Paraná, Paraíba e São Paulo, com o apoio de consultorias presenciais e/ou a distância, e aulas EAD com material de apoio disponibilizado pelo HCor, como o Guia de Implementação e o Caderno de Capacitação.

Foram realizados, entre 2018 e 2020, três treinamentos presenciais sobre como atender os idosos na atenção primária, com estudos de casos. E através de metodologias ativas, o programa conduz a formação de profissionais multiplicadores, como explica a líder do projeto no HCor, Enilda Lara. “Os profissionais compartilham experiências e conteúdos com demais equipes, de maneira a zelar pelo cuidado integrado”. A formação das equipes multiplicadoras aconteceu em 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Atibaia (SP), 29 UBS em Foz do Iguaçu (PR), 45 UBS em Maricá (RJ), em 161 municípios de João Pessoa (PB) e 217 em São Luís (MA), e ao todo, 1.879 alunos foram qualificados em seis anos.

O projeto forneceu ainda subsídios para estudos de avaliação do impacto da implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa nos desfechos de interesse. Dentro desse escopo, foram abordadas síndromes geriátricas como risco nutricional, broncoaspiração, imobilismo, lesão por pressão, contenção mecânica e iatrogênica medicamentosa. Entre 2018 e 2020, 900 profissionais da Atenção Primária à Saúde foram impactados, e receberam conteúdo agregador no desenvolvimento profissional, como afirma Leônia Nayara Azevedo, aluna da iniciativa. “Esse curso foi muito importante para minha autoestima como profissional, às vezes estamos tão esquecidos lá na ponta do serviço e esse curso me avivou e fez ver e valorizar o nosso SUS, que hoje é essencial no enfrentamento do Covid-19 em diversos âmbitos”, destacou.

O projeto ainda conta com a implantação do Programa Hospital Seguro da Pessoa Idosa, metodologia estruturada e acompanhamento de indicadores, visando o desenvolvimento de modelos de atenção multidisciplinar, com foco na prevenção de complicações e na gestão eficiente das altas nos hospitais. Através desse programa são desenvolvidos protocolos, diagnósticos do modelo geral e dos processos e recursos, a avaliação multidimensional da pessoa idosa (AMPI). Para a realização dessas frentes, foram feitas revisões bibliográficas, dando apoio ao desenvolvimento de pesquisas e atividades de intervenção nutricional e de exercício físico aos idosos.

Enfretamento à pandemia de COVID-19:

Para orientar as ações envolvendo pessoas idosas e profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19, o HCor, por meio do projeto, realizou diversas atividades, como a colaboração na criação do protocolo de manejo do COVID-19 para Atenção Primária à Saúde, em parceria com a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa COSAPI/MS, e a produção de cinco vídeos com orientação às pessoas idosas e aos profissionais quanto ao novo coronavírus. Fora essas ações, o HCor também forneceu auxílio na revisão do documento orientador para cuidados da pessoa idosa na Atenção Primária à Saúde, elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão. Foram, ainda, realizadas três Sessões de Aprendizagem Virtual (SAV) entre abril e setembro de 2020, com 64 instituições participantes e treinamentos ofertados às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).