Banho de sol revigora pacientes de UTI no Hospital de Campanha Lagoa-Barra
Alegria de ter contato com a luz natural melhora a saúde e a qualidade de vida de quem está internado

 

Da Redação

Depois de dias internados na UTI do Hospital de Campanha Lagoa-Barra, pacientes podem, enfim, voltar a ver a luz do sol. Mesmo ainda sem previsão de alta, a recuperação gradual permitiu que eles fossem beneficiados por um projeto que vem alegrando os pacientes. A equipe médica da unidade criou um espaço próprio e seguro para que eles possam ter seus momentos ao ar livre e desfrutar de um banho de sol. Uma das entusiastas do projeto, a médica intensivista Clarice Costa destaca como o solário vem sendo importante para o bem estar e o ganho de qualidade de vida dos pacientes da UTI, que passam o dia em ambientes fechados, sem contato com o mundo exterior. “O passeio proporciona momentos de relaxamento, bem como estreita a relação entre o paciente e a equipe multidisciplinar. E a exposição à luz solar, melhora o humor e equilibra o ritmo circadiano, que precisa do claro e escuro para funcionar bem”.

Para o diretor da unidade. Werner Scheinpflug, o benefício psicológico é notório a cada passeio que é feito com um paciente. “O banho de sol revigora o paciente, o faz ter um novo ânimo para continuar o tratamento, que muitas vezes, envolve um período prolongado de reabilitação respiratória e motora”, explica.

Desenvolver ações que reforcem o atendimento humanizado tem sido uma constante da equipe multidisciplinar, que percebe como pequenos gestos, como a criação do solário, fazem uma diferença enorme na recuperação de pessoas que estão há dias internadas, sem ter como receber a visita presencial da família e vendo somente o ambiente hospitalar. Por isso, o hospital aproveita a ocasião do banho de sol para fazer também chamadas por vídeo com os parentes. “São sempre momentos de emoção e felicidade para o paciente, seus familiares e para os funcionários”, revela Clarice, que reforça a importância do sol do ponto de vista médico. A falta de luz natural por períodos prolongados provoca distúrbios psicossomáticos que prejudicam, por exemplo, a qualidade do sono.

Inicialmente, o projeto foi idealizado para atender os pacientes em internação prolongada em UTI, estáveis e que não precisam mais da ventilação mecânica. Mas já há a previsão de estender para os pacientes de enfermaria. Mas como funciona um banho de sol de um paciente de UTI? Para garantir a segurança do paciente, cada passeio, que dura em média 15 minutos, é feito com a presença da equipe de fisioterapia e de um médico. “O solário é só mais um exemplo de nosso compromisso em oferecer um serviço de excelência à população”, destaca Werner.

Com estrutura voltada exclusivamente para atender infectados pelo novo coronavírus que são encaminhados pela Secretaria Estadual de Saúde, a unidade é gerida pela Rede D’Or, que também esteve à frente da sua construção. O hospital foi construído com recursos exclusivos da iniciativa privada, resultado de uma parceria entre a Rede D’Or, a Bradesco Seguros, as Lojas Americanas, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e o Banco Safra.

Hospital de Campanha Lagoa-Barra completa um mês de atividades
Unidade, voltada para o combate à pandemia, já salvou 218 vidas

Hospital já atendeu 417 pacientes com coronavírus /    Fotos de mauriciobazilio.com

 

Da Redação

O Hospital de Campanha Lagoa-Barra, no Leblon, Zona Sul do Rio, completou no último dia 25 um mês de funcionamento com uma importante marca de 218 pacientes curados do Covid-19. Com estrutura voltada exclusivamente para atender infectados pelo novo coronavírus que são encaminhados pela Secretaria Estadual de Saúde, a unidade recebeu, até domingo, 417 pacientes, com uma idade média de 56 anos. Atualmente, o hospital tem 180 pacientes internados, sendo 98 na UTI e 82 na enfermaria.

A unidade é resultado de um investimento total de R$ 55 milhões. Inicialmente seria um aporte de R$ 45 milhões, mas a complexidade dos pacientes, o uso de tecnologia, bem como a contratação de profissionais demandaram mais recursos. A Rede D’Or, também responsável pela construção e gestão da unidade, arcou com R$ 35 milhões e R$ 20 milhões foram custeados pela Bradesco Seguros, Lojas Americanas, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Banco Safra em partes iguais. A iniciativa está gerando mais de 1.000 empregos diretos e indiretos.

Para o diretor do hospital, Werner Scheinpflug, os números de atendimento registrado ratificam a importância da sinergia entre braço público e privado para salvar vidas em um momento tão delicado como o atual. “Não é um trabalho fácil, pois muitos pacientes já chegam em estado muito grave. Mas cada vida salva nos motiva e recarrega as nossas energias”, afirma Werner, que ainda lembra que houve um esforço para antecipar a inauguração da unidade em uma semana, justamente devido à necessidade de leitos para combater a pandemia.

O primeiro paciente que deu entrada exemplifica bem a gravidade dos casos que fazem parte do dia a dia do corpo clínico. Ele ficou 19 dias internado, sendo 15 em CTI e sete sob uso da ventilação mecânica. Felizmente, ele se recuperou e pode retornar para casa. Em média, um paciente tem ficado 13 dias internados e o tempo de permanência em um leito de UTI tem sido de oito dias. Até o domingo, 102 pacientes precisaram do suporte ventilatório, o que representa 24% do total.

Werner observa que o trabalho é possível, pois o hospital de campanha é uma unidade de alta complexidade, com todos os recursos necessários para atender pacientes graves. Isso é ratificado em números. Já foram mais 177 tomografias computadorizadas realizadas e 1.380 exames de raio-x. Outro diferencial é a equipe clínica formada. Muitos profissionais que já trabalhavam na Rede D’Or se ofereceram para trabalhar no hospital de campanha, então são médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que já conhecem a rotina de operação, protocolos de segurança e o modelo de atendimento. “Também há uma equipe de educação continuada, reforçando procedimentos específicos para a Covid-19”, destaca o diretor.

Montado em um terreno do governo do Estado ao lado do 23º Batalhão da Polícia Militar, na Rua Bartolomeu Mitre nº 905, Leblon, a unidade funcionará por 4 meses, durante o período mais grave da pandemia. O hospital possui 200 leitos, sendo 100 de UTI e 100 de enfermaria, e conta com tomografia digital, radiologia convencional, aparelhos de ultrassom e ecocardiograma e laboratório de patologia clínica.