A Organização Mundial da Saúde (OMS) diagnosticou 20 mil casos suspeitos e 100 mortes por cólera nos últimos três dias no Iêmen. No total, já foram contabilizados 356.591 infectados e 1.802 mortos no país por esta doença, que tem se expandido praticamente por todo o território.
Desde o dia 27 de abril, quando começou a segunda onda de contágios de cólera no Iêmen, a epidemia se propagou a 91,3% do território iemenita, concretamente a 21 das suas 23 províncias e a 293 dos seus 333 distritos, detalhou hoje (18) a OMS em um comunicado.
Durante o último final de semana, as equipes que atuam in loco comprovaram que os casos se multiplicavam especialmente nas províncias ocidentais de Amran, Al Dhale’e e Al Mahwit, segundo a agência EFE.
As informações de que a epidemia não dá sinais de trégua chegam poucos dias depois de o governo do Iêmen cancelar a campanha de vacinação contra o cólera, por entender que teria pouca utilidade devido à expansão da doença.
A OMS apoiou o cancelamento, já que a experiência demonstra que vacinar quando a epidemia de cólera já está estabelecida em uma comunidade tem pouco ou nenhum impacto para evitar mais contágio ou para modificar o status do surto.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e as instituições com as quais colabora no Iêmen seguem apoiando os médicos e trabalhadores humanitários distribuídos nos 834 pontos de reidratação, que atendem aos doentes em condição moderada, e nos centros de tratamento, reservados aos casos mais graves.
No total, a OMS forneceu três mil camas com lençóis limpos a estes centros em todo o país árabe.
Também foi feito um trabalho para descontaminar a água, que resultou no acesso de seis milhões de pessoas agora têm acesso ao líquido potável.