Inovação e eficiência no campo: o papel crucial da transformação digital no aumento da competitividade
*Por Luciana Miranda

Luciana Miranda, VP e CMO da AP Digital Services.

No limiar entre tradição e inovação, o setor do agronegócio confronta-se com a urgência de uma transformação que é tanto cultural quanto tecnológica. A digitalização, longe apenas de deixar mais moderno os processos estabelecidos, representa a reinvenção da produtividade agrícola. Estamos testemunhando uma era onde a inteligência artificial, o big data e a internet das coisas (IoT) não são mais termos reservados para o lado urbano das cidades, mas são, de fato, a nova realidade do campo.

Segundo o Banco Mundial, o setor é responsável por 10% do PIB dos países da América Latina. Só no Brasil, já representa 24,4% do PIB, estimado em R$  2,63 trilhões (Cepea/CNA). E parte desse resultado pode ser atribuído à inovação.

Desde a década de 70, o agronegócio no Brasil se destacou por adotar a prática de duas safras anuais, um marco inicial em sua trajetória de inovação. Essa evolução não se deu apenas pelo avanço no maquinário, mas também pelo significativo investimento em pesquisa e desenvolvimento, culminando em um impressionante aumento de 59% no valor bruto da produção agrícola.

A ascensão é marcada por um incremento médio anual de 1,4% na eficiência (Brasil, 2021), resultado principalmente da redução do uso do solo e da incorporação intensiva de tecnologias avançadas.

Digitalização e produtividade agrícola

O agronegócio está vivenciando uma era de disrupção tecnológica, a digitalização, embora inicialmente possa parecer distante do contexto rural, tem demonstrado um alinhamento natural com as necessidades do campo. Implementações digitais estratégicas têm proporcionado um aumento médio de 20% na eficiência operacional, enquanto a otimização de recursos tem levado a uma redução de custos que pode chegar a 30%, segundo projetos recentes em que eu tive a oportunidade de participar.

Com o emprego de ferramentas avançadas, o setor tem testemunhado melhorias notáveis tanto em termos de produção quanto na gestão sustentável de recursos.

Projetos de implementação de sistemas de monitoramento de combustível baseados em IoT, por exemplo, têm mostrado ganhos significativos na eficiência do uso de recursos que resultam em uma redução de 25% no consumo de combustível por meio de otimização logística e prevenção de desperdícios. Uma boa taxa de economia, considerando que o combustível é um dos maiores custos variáveis na operação agrícola.

Impacto na redução de custos

Mas nem tudo são flores. O agronegócio enfrenta desafios únicos em termos de conectividade e acesso a informações em tempo real. De acordo com o Agtech Report 2023, 73% das propriedades rurais brasileiras não têm acesso à internet.

Por isso, soluções como aplicativos assíncronos que funcionam offline, por exemplo, atuam bem neste cenário. Estes, não só permitem o acesso a informações críticas e gestão de tarefas, como também aprimoram a comunicação entre as frentes de trabalho, resultando em melhor planejamento e execução das operações agrícolas.

Atualmente, existem, por exemplo, projetos que envolvem soluções de pagamento digital integrado e sistemas de crédito simplificados que permitiram às operações agrícolas uma diminuição em seus ciclos de pagamento e recebimento em 35%, aumentando a liquidez e reduzindo a necessidade de capital de giro. Essas plataformas também têm proporcionado uma economia direta em taxas de transação e custos administrativos, com relatórios apontando uma diminuição de até 40% nestes itens.

Os dados não mentem: a digitalização não é apenas um complemento ao agronegócio — ela é um componente crítico, um verdadeiro divisor de águas que amplia horizontes e abre caminho para um futuro onde eficiência e sustentabilidade caminham lado a lado.

Com ganhos expressivos em redução de custos e melhorias de eficiência, a transformação digital se estabelece como a chave para um agronegócio resiliente, próspero e mais competitivo.

É um convite à mudança de paradigma, uma revolução que transcende as barreiras tradicionais do campo. No centro dessa revolução, existe a possibilidade de uma conectividade sem limites, uma rede de informações que permeia cada hectare, cada operação, cada decisão. Enquanto avançamos em direção a esse futuro, o tempo de resistência ficou para trás; é hora de alavancar a mudança, de liderar a evolução. Este é um ponto de virada para a transformação.

Travel Connect 2023 apresenta inovações em tecnologia e números do setor de turismo corporativo
Renomados players do mercado estiveram na segunda edição do evento organizado pela VOLL. A agência de viagens corporativas, que acaba de integrar o Ranking TOP 100 Open Scaleups 2023, lançou sua nova solução global, em São Paulo, esta semana

Co-fundadores da VOLL: Eduardo Vasconcellos, Luiz Moura, Jordana Souza e Luciano Brandão.

 

A segunda edição do Travel Connect, que aconteceu nesta quarta, dia 18 de outubro, no CUBO Itaú, em São Paulo, contou com 400 líderes da indústria de viagens e corporativa na plateia. Enquanto isso, 20 profissionais, referências do segmento do turismo corporativo, apresentavam as mais recentes inovações em tecnologia e números do mercado. O evento, que teve mais de oito horas de duração, foi promovido pela agência de viagens corporativas VOLL em parceria com o CUBO Itaú, LATAM Airlines, Grupo R1 e Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV).

O tema “Gestão sem Fronteiras” teve as atrações divididas em quatro abordagens centrais: experiência do viajante; ESG; gestão de viagens, mobilidade e despesas; e tecnologia e inovação. Para a apresentação, a VOLL convidou a diretora executiva e a gerente de educação da ALAGEV, Giovana Jannuzzelli e Andréa Matos. A proposta de promover melhorias no setor a partir da vivência das empresas, necessidades, desafios e soluções que geram resultado, foi cumprida.

O diretor de negócios de viagens do Google, Maurício Martiniano, apresentou curiosidades e oportunidades de negócios a partir dos dados de pesquisa na plataforma e como eles refletem o perfil do novo viajante brasileiro. Segundo o Google, houve aumento de 156% nas pesquisas por rotas de até 250 quilômetros e uma queda de 77% por rotas com até 3,5 mil quilômetros, de 2019 para 2023. Os dados refletem um comportamento mais voltado ao turismo terrestre e oportunidades para o segmento de aluguéis de veículos, por exemplo, que teve incremento de 54% nas pesquisas. O interesse do consumidor brasileiro pela hospedagem também está maior, passando de 35% em 2019 para 50% este ano. A busca por hotéis cresceu 99% nos últimos quatro anos.

Para um painel sobre liderança feminina, os organizadores convidaram a diretora de vendas e marketing da LATAM Airlines Brasil, Aline Mafra, para falar sobre o tema com a cofundadora e diretora comercial da VOLL, Jordana Souza. Elas comentaram dados, como do programa Mulheres ao Cubo, do maior ecossistema de inovação da América Latina, o Cubo Itaú. Na amostra de 1044 startups, apenas 14% têm, ao menos, uma fundadora. Destas empresas, 28% são lideradas por mulheres. E, ainda, uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Startups que revelou que menos de 21% delas têm um número de mulheres considerado mais expressivo em seus times — de 26% a 49% do total.

“Apesar dos estudos comprovarem que figuras femininas no comando potencializam os resultados dos negócios, ainda há um longo caminho a percorrer. Saber que a diversidade tem impacto direto no sucesso de um negócio é entender que ações de inclusão são investimentos, não custos, por isso é preciso que a cultura empresarial esteja alinhada, pois o real engajamento acontece quando o propósito é perceptível em diversas esferas da companhia”, afirma Jordana.

Ainda compuseram a programação outros grandes nomes dos principais players do mercado como Carolina Gaete, diretora comercial da Accor, multinacional francesa do ramo hoteleiro; Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú; Paulo Henrique Pires, diretor comercial da Localiza; Raffaele Cecere, CEO do Grupo R1, focado em soluções para eventos corporativos; e o palestrante internacional Joaquin Navasal, CEO da Consolid Global Travel Solutions, a maior aliança de agências de viagens da América Latina.

Antes de encerrar o evento, o CEO da VOLL, Luciano Brandão, apresentou a grande novidade: uma solução digital via app para a gestão de viagens global e unificada, com operação multilíngue e com conteúdo multimoedas. Havia uma dor no mercado frente às soluções disponíveis até então, uma vez que, na prática, embora as agências de viagens sejam representantes de marcas globais, elas oferecem apenas serviços locais. Isso significa que, se uma empresa  precisa organizar uma viagem do seu colaborador que é baseado em seu escritório no México, ele deverá lidar com uma agência de viagens mexicana e utilizar uma determinada tecnologia; para a Inglaterra, uma agência de viagens inglesa e, possivelmente, uma outra tecnologia — e assim por diante.

“Assim, para cada país em que a empresa tem uma base e operação, até então era preciso gerenciar de forma fragmentada a gestão de viagens e mobilidade, com parceiros de serviço e tecnologia individuais, além de ser mais trabalhosa, também se torna mais onerosa. Com a nova solução global da VOLL, todas as viagens, de colaboradores de quaisquer lugares de todo o mundo, são feitas por meio de uma única plataforma, com conteúdos em moeda local e atendimento no idioma do colaborador. Passa-se a ter um fluxo gerencial e operacional sistêmico, transformando a experiência em algo muito mais linear, seguro e eficiente”, explica Luciano Brandão, cofundador e CEO da VOLL, a respeito da relevância da inovação conquistada pela VOLL ao se tornar a primeira agência do segmento no Brasil a oferecer uma solução completa a nível mundial.

Agência de viagens corporativas protagonista em seu setor, a VOLL tem atualmente mais de 300 clientes e 500 mil usuários em seu app pioneiro e plataforma exclusiva. O Travel Connect 2023 é um evento exclusivo para gestores de viagens corporativas, mobilidade e expense management, e as inscrições as últimas vagas podem ser acessadas por meio do link https://conheca.govoll.com/travel-connect-2023. Nesta segunda edição, o evento foi organizado por VOLL em parceria com Cubo, LATAM Airlines, Alagev e Grupo R1 e teve como patrocinadores e apoiadores: Sabre, Iberia, British Airways, Localiza, Accor, Marriott, Slaviero Hotéis, Zendesk, Consolid, Google, TES Cenografia e KV Conteúdo.

Enacom lança plataforma Gemminus para otimizar a implantação da tecnologia Gêmeo Digital na indústria 4.0
Software fará ainda o tempo de implementação da solução ser reduzido em até 20%

A Enacom, empresa especializada no desenvolvimento de softwares customizados, lança, no dia 18 de outubro, a plataforma Gemminus. A nova ferramenta permitirá que indústrias de qualquer segmento implementem, de maneira ágil e segura, a tecnologia Gêmeo Digital. A solução cria uma réplica virtual de ativos físicos, simula, controla e otimiza diversas operações, fornecendo uma visão completa e detalhada do processo. O resultado, já medido em indústrias que adotaram a tecnologia, é aceleração em até 50% na implementação de melhorias nos processos industriais e ganhos de até 5% em eficiência. Voltada principalmente a siderurgia, logística e o setor elétrico, a plataforma Gemminus será apresentada ao mercado em um evento online, dias 18/10, às 19h30, com inscrições pelo site Sympla e pelo LInkedin ( https://www.linkedin.com/company/enacomgroup/).
A infraestrutura oferecida pela plataforma Gemminus traz uma série de benefícios às indústrias que implementam o Gêmeo Digital como a redução de custos iniciais de desenvolvimento e de manutenção. A novidade fará ainda o tempo de implementação da tecnologia ser reduzido em até 20%. Além disso, por já ter sido testada em empresas de diferentes portes e segmentos, a plataforma oferece padrões de segurança, interoperabilidade e escalabilidade. Com isso, o foco fica na customização e tradução das regras específicas e de negócio de cada indústria.
– A plataforma já nasce robusta, uma vez que já foi testada e validada por grandes empresas, além de receber investimentos constantes para aprimoramento – explica Douglas Vieira, CEO da Enacom.
Atualizações
Outro ponto de destaque são as atualizações e correções que impactam na segurança e performance do software. O uso da plataforma Gemminus padroniza recursos como pré-processamento dos dados e geração de warnings, monitoramento, segurança, validação e governança de dados, monitoramento de desempenho e de uso da aplicação, incluindo quem e quando usou, além de Integrações com outros sistemas. As soluções em Supply-Chain se destacam pelo conjunto de otimizações existentes e pelo histórico de softwares implantados.
O CEO da Enacom lembra que a plataforma do Gemminus está pronta para ser customizada e adaptada à realidade das indústrias, já que cada projeto tem uma especificação própria. Para a implementação da nova plataforma, especialistas da Enacom trabalham em conjunto com os clientes, oferecendo treinamento e acompanhamento para o alcance dos resultados.
– Como a plataforma reduzirá o tempo de implementação do Gêmeo Digital e dos algoritmos de otimização, permitirá que nossos clientes capturem valor mais rápido, justificando os investimentos mais exigentes quanto ao retorno gerado – completa Douglas.