A inovação vem antes da regulamentação

Diego Martins_CEO da Acesso DigitalEDI
Diego Martins é CEO da Acesso Digital

O mundo moderno tem demandado que as empresas encontrem formas de simplificar e desburocratizar todos os seus processos internos. A pesquisa IBOPE/Acesso Digital deixa isso claro ao apontar que é mais demorado e complexo contratar um funcionário do que abrir uma empresa. Hoje, 43% das companhias demoram mais de uma semana para finalizar o processo de admissão, com isso, 50% das empresas já perderam candidatos em que estavam interessadas em razão da demora.

Como alternativa para tornar a área de recursos humanos menos burocrática, muitas empresas acreditam que digitalizar informações em um tablet é o primeiro passo. Contudo, as mudanças têm que ser muito mais profundas e tem de estar diretamente ligadas à inovação. Mas para criar coisas novas se faz necessário um ambiente favorável, disruptivo e fora dos padrões. Temos visto no mercado que a inovação acontece antes mesmo de haver uma lei ou regulamentação apropriada, vejamos os casos do Uber, Netflix etc.

Temos que nos sentir incomodados com a velocidade das coisas, não com a grandeza delas. Hoje, apenas 2% dos projetos pilotos desenvolvidos e implementados são bem-sucedidos nas empresas. A janela do sucesso é muito pequena e as novidades surgem e deixam de existir em um piscar de olhos. Um caminho para os que não conseguem atingir esta excelência na inovação é comprar daqueles que conseguiram chegar lá. Vemos isso acontecendo todos os dias, vide: Microsoft e LinkedIn; Itaú e XP Investimentos; Facebook e WhatsApp.

Mas para os que decidem investir na construção do próprio futuro, é importante lembrar que não existe impossível. Sempre há uma forma de fazer as coisas, independente do ambiente ser hostil. O processo de mudança acabará afastando antigos funcionários, uma vez que sentem que tudo aquilo pelo que lutaram deixará de existir. A Acesso Digital, por exemplo, passou por esse processo em 2016, quando 60% dos funcionários pediram demissão, após um momento disruptivo. O que parecia ser o fim, na verdade foi a porta de entrada para um novo modelo de negócios e para as mudanças culturais, criando uma das maiores empresas de biometria facial do mundo.

Hoje, com o Acesso RH os departamentos de recursos humanos conseguem reduzir o processo de admissão de funcionários de 10 para 2 dias. Além de simplificar e tornar mais rápido o processo de contratação, a solução permite que o próprio admitido preencha seus dados e envie seus documentos via mobile para a empresa. As informações são inseridas em uma plataforma, geridas e validadas de acordo com as regras do e-Social.

RH aponta a inovação como solução para a crise

A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ) vai realizar o RH-RIO 2017 nos dias 6 e 7 de junho, no Centro de Convenções do Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca. O mais importante Congresso de Gestão de Pessoas do Rio de Janeiro reunirá diretores e profissionais de principais empresas do país para discutir quais são as tendências que vão transformar o mundo corporativo. Em meio à turbulência econômica e política que atinge o país, investimento em inovação e na formação das lideranças será uma das propostas defendidas ao longo do evento.

Ao todo serão realizadas quatro palestras Magnas e 24 Simultâneas, que também vão propor debates e apresentar práticas de gestão relacionadas à performance, modelos de gestão e relações do trabalho. Gestores de empresas como Vale, Facebook, LinkedIn, Globosat, TIM, IBM, L’Oreal e EY estão confirmados.

“Sabemos do atual momento do país e das dificuldades que as organizações estão enfrentando. Entretanto, é preciso buscar oportunidades, rever as práticas – que não dão mais os resultados esperados –, e inovar. Sem esse comportamento, vai demorar ainda mais tempo para voltarmos a crescer”, avalia o presidente da ABRH-RJ, Paulo Sardinha.

Para a ABRH-RJ, é importante que as empresas percebam a necessidade de associar inovação à produtividade. O tema é visto como imprescindível para a agenda estratégica do país, tanto que a Magna “Inovação: o impulso para a produtividade” encerrará o primeiro dia do RH-RIO. O especialista em Estratégia Digital em organizações públicas e privadas, Carlos Nepomuceno, a professora do COPPEAD/UFRJ, Denise Fleck – mediados pelo consultor em gestão e desenvolvimento humano Dorival Donadão –, vão propor uma reflexão sobre o fator humano da produtividade e, consequentemente, como estabelecer estruturas institucionais e organizacionais que favoreçam a inovação.

“Propor esse debate é fundamental, pois ainda há organizações em que a inovação é vista como um entrave à produtividade”, explica Sardinha.

Ele observa que os gestores se equivocam quando compreendem a possibilidade de inovar apenas como um potencial gerador de problemas, devido ao risco do que foi idealizado não acontecer conforme o esperado. O que pode resultar em perdas, custos, além de provocar insegurança por modificar processos que estão funcionando bem.

“São justamente as estruturas internas, tradicionais e conservadoras, que inibem as mudanças. Como efeito, a inovação fica sitiada entre as paredes da empresa. Não vai além de projetos ambiciosos, mas que “morrem na praia”, alerta o presidente da ABRH-RJ.

Com a necessidade de inovar, a capacidade de prever tendência pode auxiliar as organizações a investir em produtos e práticas, reduzindo o risco do erro. Justamente a Magna “Tendências e Cenários: Bem-vindo ao Novo Mundo do Trabalho”, que abrirá o Congresso, no dia 6, vai debater sobre as perspectivas que há no horizonte com a 4ª Revolução Industrial.

Como as transformações pelas quais as organizações passam impactam nas lideranças, como deve ser um líder no cenário atual e quais os predicados que ele deve ter. Essas serão algumas das indagações que serão feitas na Magna que abrirá o segundo dia do RH-RIO. Renato Senna, diretor da Merck S.A., e Felipe Paiva, sócio da Artisan, vão esmiuçar essas questões na mesa “Liderança: Mais do que um Papel, uma Missão!”.

Encerrando o Congresso, a ABRH-RJ vai provocar o público a refletir sobre a capacidade do RH de conduzir a mudança dentro de uma organização, bem como sobre as próprias modificações pelas quais o setor está passando. A mesa “Transformações: O RH Influenciando e Mobilizando as Organizações” reunirá o fundador da Affero Lab, Conrado Schlochauer, o head de Recursos Humanos da Globosat, Georges Riche e a diretora de Educação, Gestão de Talentos e Planejamento na Vale, Desiê Ribeiro.

Facebook e LinkedIn são destaques

O RH-RIO ainda terá a participação de duas das principiais gigantes da internet. A Relationship Manager do LinkedIn, Juliana Felippe, vai estar no primeiro dia do Congresso, na mesa “Qual a fronteira entre a vida profissional e a pessoal”. Como as empresas devem lidar com o comportamento dos funcionários nas redes sociais, quais ações ajudarão a gerenciar crises de imagem dos colaboradores nas redes sociais e como se comportar nas redes sociais para não ter a sua reputação e a da empresa comprometidas essas entre outras questões serão provocadas ao longo do evento.

No segundo dia, na mesa “Comunicação interna: curtir, compartilhar e agir!”, será a vez da participação da Inara Pilatti e do Leonardo Leão, respectivamente, Head de Comunicação Interna e Head of Growth do Facebook. Serão apresentadas as ferramentas e as facilidades que o Facebook oferece por meio do Workplace, que é uma rede social exclusiva para empresas. Eles também vão destacar o valor da comunicação interna assertiva nas organizações e como utilizar as ferramentas digitais para melhorar a circulação da informação dentro do ambiente de trabalho.

Ação social

A responsabilidade social como força motriz transformadora será outra vertente do Congresso. Durante a sessão de autógrafos com escritores de obras sobre RH, cada livro vendido terá R$ 2,00 destinados à Associação Espaço Pequeno Cidadão (AEPEC), que, desde 1995, promove projeto sociais voltados para crianças e adolescentes de São Gonçalo.

Feira de RH

No mesmo momento do congresso, a Expo RH-RIO, feira de Recursos Humanos e gestão, reunirá empresas que apresentarão em seus estandes o que há de mais atual em serviços e produtos para RH. Será uma excelente oportunidade para gestores pesquisarem e avaliarem as opções que o mercado oferece em relação a produtos como planos de saúde corporativos, seguros, consultorias, sistemas de gerenciamento e programas de benefícios.

Serviço
RH-RIO 2017
Data: 6 e 7 de junho (terça e quarta-feira)
Hora: 9h às 18h
Local:Centro de Convenções do Windsor Oceânico – Rua Martinho de Mesquita, 129
Barra da Tijuca
Mais informações: www.abrhrj.org.br

Banco do Brasil quer, aos 208 anos, agir como startup

Inovação é a palavra chave para o Banco do Brasil

O ano de 2017 começou com expectativas altas no Banco do Brasil. A instituição financeira tenta colher os primeiros resultados de um plano ambicioso, iniciado em 2016, para ser uma empresa mais inovadora.

Em junho do ano passado, o banco criou um laboratório no Vale do Silício, região dos Estados Unidos conhecida pela grande concentração de gigantes da tecnologia, como Apple e Google. Dois grupos de funcionários da empresa, com cinco pessoas cada, já foram enviados para o Vale desde então.

No fim de fevereiro, a terceira turma embarca para a Califórnia. A missão deles é atuar como startups “de verdade”, com projetos próprios, além de entrarem em contato com a cultura inovadora da região.

“Queremos que o banco tenha essa leveza de startup num corpinho de 208 anos”, diz Joaquim Venâncio, líder de produtos digitais do Banco do Brasil. “Pai” do projeto, Venâncio fez parte da primeira turma enviada pelo banco à Califórnia.

Lá, ele e mais quatro colegas desenvolveram o protótipo de um sistema de emissão de ingressos ao longo de três meses.

“Testamos algo bem diferente do sistema do banco”, explica o executivo.

A ideia do Banco do Brasil é que os funcionários tenham a experiência de criar uma startup. Cada membro das equipes enviadas ao Vale, por exemplo, é considerado “sócio-fundador” de um projeto, que deve ser desenvolvido nos três meses de viagem.

Ao chegar ao Brasil, o grupo precisa apresentar seu protótipo aos “investidores” – no caso, diretores do banco que podem apoiar a ideia do grupo e garantir que ele seja desenvolvido na instituição.

A turma de Venâncio, por exemplo, continua desenvolvendo o sistema de ingressos. No meio de fevereiro, eles terão um “pitch” – jargão do ramo para “apresentação” – com outros diretores e vice-presidentes do Banco do Brasil.

Se aprovados, serão “acelerados” – isto é, receberão verba para seguir com a ideia. “Se quero ser como uma startup, não posso ser hipócrita de achar que não preciso passar pelo mesmo processo”, defende Alexandre Lima, gerente de projetos corporativos do BB e colega de turma de Venâncio.

Segundo a dupla, que contou sua experiência durante a Campus Party – evento de tecnologia realizado em São Paulo -, o sistema de emissão de ingressos poderá ser usado no futuro em várias sedes do Centro Cultural Banco do Brasil.

A plataforma, porém, não tem data prevista para entrar no ar. Seu maior diferencial é a segurança, que evita a falsificação de ingressos.

“Levamos a segurança bancária para outro universo”, diz Lima.

Inspiração

A segunda turma, enviada pelo banco entre setembro e novembro de 2016, criou uma solução para “facilitar a divisão de contas”, ainda sem previsão de lançamento.As duas experiências bem-sucedidas levaram o Banco do Brasil a abrir, em dezembro de 2016, outro laboratório de inovação, mas em Brasília.

Por lá, já passaram oito equipes.Alguns produtos mais simples criados no centro de Brasília já estão em uso pelos clientes. É o caso do gerenciador financeiro Minhas Finanças, o aplicativo de abertura de conta corrente Conta Fácil e o Pagar e Receber, que facilita transferências entre correntistas.

“Outras não deram certo. Faz parte do processo”, diz Lima. “Nos EUA, quem falhou é visto como alguém que aprendeu algo. Aqui, quem falha é um perdedor. Precisamos mudar isso.”

Os funcionários trouxeram um pouco da cultura do Vale do Silício para o dia a dia no banco. As reuniões de projetos da startup, por exemplo, duram no máximo uma hora.

“Se precisar continuar, marcamos outra. É preciso ter respeito pelos horários das pessoas.”Qualquer funcionário pode se inscrever para criar uma startup do programa. “Já tivemos de escrivão a gerentes em seleções”, diz Lima.

Leia aqui a matéria original.